segunda-feira, 20 de setembro de 2010

As princesas de Erato III



O Reino pra onde Erato e Apolo foram era um reino muito estranho, onde todos falavam muito baixo e tudo era feito de maneira muito silenciosa, Apolo advertiu Erato mais uma vez das intervenções prejudiciais de Eros, proibiu-a de receber a visita dele e disse que ia partir logo, pois todo aquele silêncio não o agradava, voltaria ao mouseion uma vez que havia prometido assistir os ensaios de Talia e Mepomene.



Quando Erato chegou ao castelo foi recebida por um rapaz que tinha nos pés sapatos de pêlos, que não faziam barulho ao caminhar, sussurante ele lhe perguntou: És a musa Erato, esperada?

Erato ficou aliviada, as musas não gostavam muito de ficar dizendo quem eram e o que procuravam , preferiam que já se soubesse delas. - Sou eu sim.

- Me acompanhe, mas antes por favor calce estes sapatos- e lhe entregou sapatos iguais aos deles, que depois a musa pode perceber era utilizado por todos do reino. e ela perguntou: por que aqui é tão silencioso e por que tenho de usar esses sapatos? O rapaz fez sinal para que ela falasse mais baixo e disse que eram medidas para não acordar a Princesa.



- Mas ela ainda está dormindo? esta hora?

- Nunca sabemos quando esta dormindo ou acordada, ela passa o dia todo dentro do quarto deitada e odeia quando é acordada, tem crises terríveis e assim o rei e a rainha tomaram providencias para evitar suas crises fazendo sempre muito silêncio, o que de pouco serve, pois há dias que o cair de um garfo provoca crises na princesa.



- Como ela se chama?

- Belina, mas a chamamos de Belia.

- E por acaso está a Belia adormecida?

- Como eu lhe disse, não sabemos, existe uma pequena porta por onde passam as coisas que ela precisa, e apenas sua mãe consegue entrar no quarto, sem ser hostilizada , ah, e vez por outra ela manda chamar o menestrel quando está de bons humores, é quando todo o reino pode fazer barulho, aproveita-se muito essas visitas para que possamos nos divertir no palácio.

- E desde quando isso acontece por aqui?



Quando o rapaz ia continuar o cochicho, foram interrompidos por uma senhora de vestes reais, que cochichou:

-Seria você é a musa enviada dos deuses?

-Olá sou sim, como vai?

-Fale um pouco mais baixo querida, soube de sua passagem pelos outros reinos, quero lhe dizer que por aqui não gostamos de confusão, não toleramos gritarias e somos completamente avessos a festas e discussões, permitimos que esse elo fosse procurado aqui, na verdade o rei permitiu, contra a minha vontade, por respeito a Zeus, peço-lhe que procure o elo silenciosamente e parta assim que encontrá-lo, ou assim que constatar que cá ele não está e de antemão lhe digo que se ele tivesse caido aqui nós ouviriamos.



Erato ficou um pouco assustada com os maus modos da rainha, e estava quase pedindo pra ir embora não fosse sua obrigação procurar o tal elo, partiria imediatamente, engoliu as ofensas da rainha e disse que certamente evitaria fazer barulho e que gostaria muito de conhecer a princesa.



- Infelizmente não será possivel, a princesa não recebe visitas e além disso, o elo não está com ela, ela não sai do quarto e lá nada entre sem meu expresso conhecimento, como lhe disse, não gostamos de confusão, procure o elo e por favor não nos crie problemas , agora tenho que ir.



Pediu ao rapaz que mostrasse o castelo para Erato e seus aposentos e que por favor a acompanhasse durante sua estada no castelo, e assim silenciosamente partiu.



Erato ficou um tempo digerindo os maus tratos, depois pediu ao rapaz que lhe levasse até o rei.



Quando chegou encontrou o rei sentado em seu trono com um olhar muito perdido, achou o rei muito bonito com sua tristeza.



- Olá majestade! disse a musa bem baixinho.

- Olá, você deve ser a musa não é mesmo?- disse o rei saindo de seus pensamento.

- Seja bem vinda ao nosso reino, espero que tenha sorte na busca do elo, seria uma rara felicidade num reino tão triste, a vida aqui não é das melhores, aposto que em breve você vai se entediar, as pessoas quase não falam já cansadas de repreensões e além do mais as crises da princesa tem se tornado mais frequentes, desde que trocamos o menestrel.



-E por que trocaram?

- Na verdade ele desapareceu, achamos que deve ter fugido dos ataques constantes de Belia

-O senhor se importa de me contar como foi que tudo isso começou?

- Todos sabem essa história, mas contarei sim, isso que você tem ai é uma lira?

- É sim, quer que eu toque? e ja ia pegar a lira quando o rei disse, não, por favor, não faça isso ou pode acordar a princesa , venha comigo, tenho um lugar onde você pode tocar sua lira pra mim, gosto tanto de liras, pena não possamos ouvi-las com frequencia por aqui.



Assim o rei e Erato seguiram por um longo corredor desceram muitas escadas e foram parar numa sala com paredes muito grossas, cobertas de cascas de arvores, que segundo o rei não permitiam que o som saísse de dentro da sala.



Erato tocou a lira e o rei ficou um bom tempo apenas lhe ouvindo, como a apreciar uma iguaria, ela pediu que ele contasse a história e ele lhe pediu que apenas tocasse a lira por um tempo, por que ele queria muito ouvir aquele som, depois de muito Erato tocar o rei disse que iria lhe mostrar uma coisa, e abriu um compartimento cheio de estranhos instrumentos, disse que naquele reino haviam muitas festas quando ele era apenas um príncipe, que ele mesmo não queria se casar e passava muitos dias por ai com outros nobres tocando aqueles instrumentos, até que começou a se aproximar o dia de tornar-se rei e seu pai muito velhinho lhe chamou e disse que ele havia de se casar com uma prima sua que seria muito bom para o reino posto que aquele casamento beneficiaria os cofres reais.



-Assim então querida musa, eu me casei, para tornar-me rei, fazer a vontade de meus pais e cá estou, nessa infinita infelicidade, não vejo minha filha, toco muito pouco, perdi o jeito e a vontade, as vezes venho aqui com alguns amigos mais próximos e tocamos até satisfazer nossas almas com os sons das musicas.



Erato gostou muito mesmo daquele rei, como ele tivesse lhe dito que não sabia tocar muito bem a lira, ela disse que lhe ensinava, era um rei muito agradável e completamente diferente da rainha, mesmo que fosse um bocado triste.



-Será que você pode me contar como foi  que a princesa ficou daquele jeito, como foi que ela se trancou no quarto, sempre foi assim?



- Não. claro que não, tudo começou com uma briga entre as irmãs da rainha sobre quem daria o vestido do seu primeiro aniversário, ela tem quatro irmãs todas com humores semelhantes aos seu, assim foi, que ela escolheu uma das irmãs e as outras ficaram muito magoadas, uma delas ficou mais magoada que todas e disse que esperava que quando crescesse a princesa tivesse um péssimo gosto para roupas o que deixou a rainha muito preocupada com isso, assim sendo sempre que a princesa ia vestir-se a rainha passava muitas e muitas horas preocupada em fazer com que a princesa se vestisse da melhor forma possivel, de tal maneira isso foi levado á sério que a princesa a medida que crescia manifestava a mesma preocupação, sempre e sempre procupada com sua roupa , com sua boa apresentação, passava mais tempo dentro do quarto de brinquedos se arrumando, saindo apenas para ter certeza de ter escolhido a melhor roupa, tendo na mãe uma crítica muito forte, condenando suas vestimentas, encontrando detalhes e os evidenciando, ao ponto de a princesa trocar de roupa muitas vezes em um único dia até que tivesse agradado ao seu gosto e ao da mãe, muitas criadas foram castigadas por terem manchado vestidos, ou por terem vestido a menina de forma que a mãe achasse inadequada.



Quando o rei ia continuar a história alguem bateu na porta da sala de música como era chamada e disse que a princesa estava tendo um ataque por que um gato tinha entrado em seu quarto, o rei saiu correndo e Erato foi atrás, quando saiu de dentro da sala e por todo castelo era possível ouvir os brados da princesa.



- Quem deixou esse gato entrar aqui? tireeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeem esse bicho daquiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii, está cobrindo tudo de pelos e miando e atrapalhando meu sonooooooooooooooooooooooooo, será que não se pode dormiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiir neste reino, cadê minha mãe, mããããããããããããããããeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee! vem tirar este gato daqui!



Erato e o rei ficaram parados na porta do quarto, o rei tentava acalma-la, minha filha se acalme sua mãe já vem.

- Me acalmarrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr? eu estou muuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuito calma ,mas tire esse bicho daquiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii! - berrava!





Pela Janela Erato viu que o povo fechava suas janelas para não ouvir os gritos da princesa, no entanto a fonte que ficava na entrada do castelo estava cheia de meninos que brincavam e tomavam banho numa imensa alegria, a taberna foi aberta e alguns homens brindavam canecadas de vinho, mas era impossivel ouvir os sons que faziam pois tudo era abafado pela gritaria da princesa. Alguem informou o rei que a rainha não estava no castelo pois havia ido visitar uma de suas irmãs que receberia uma famosa costureira, o rei começou a se desesperar, a filha não o deixaria entrar e provavelmente nao pegaria no gato, nem sairia do quarto. vendo o desespero de todos Erato sentou-se no chão e começou a tocar sua lira, por que ela não sabia a história toda ainda, e por que tocar a lira faria com que ela própria esquecesse os gritos initerruptos da princesa. um tempo depois que ela estava tocando fez-se silêncio no quarto da princesa, ela e o rei trocaram um olhar e ela parou de tocar a lira para ver se era efeito da música, no entanto os gritos não recomeçaram. Em pouco tempo todo o reino estava em silêncio novamente e o único som que se ouvia era um ronronar que vinha de dentro do quarto da princesa. depois a própria princesa disse num irreconhecível tom amável.



- Desejo que entre no meu quarto quem estava tocando esta lira...



O rei sorriu, disse pra Erato que a única coisa que a princesa tinha consigo de semelhança era sua paixão pela música, que vez por outra emergia, disse pra Erato que entrasse, a musa entrou na pontinha dos pés e encontrou a princesa com o gato no colo, deitada numa cama imensa e com um imenso camisolão branco, muito feio.



- Quem é você? pergutou a princesa.

- Oi, sou Erato, sou uma musa e procuro o elo perdido da corrente do destino aqui neste reino, sou enviada dos deuses para esta tarefa.

- Sei... se quiser pode procurar aqui no meu quarto, mas antes por favor toque mais um pouco desta lira pra mim.

Erato achou que tudo aquilo era ótimo por que assim ela procuraria logo no lugar mais dificil e depois poderia procurar no resto do palácio e do reino, tocou em silêncio olhando para a princesa que tinha o gato no colo e lhe fazia muitos carinhos, Erato depois de muito olhar para a princesa percebeu que o gato  lhe mirava fixamente e deu uma risadinha.



- Você quer aprender a tocar? perguntou Erato.

- Não tenho jeito pra nada, não faço nada direito, e certamente não aprenderia.

- Todas as pessoas que ensinei aprenderam, tome pegue, tire alguns sons, não se preocupe em acertar.

- Não quero, Nãaaaaaaaaaaaaaaaaaaaooooooooooooooooooo QQQuuuuuuuuuuuuuuuueeeeeeeeeeeeeeeerooooooooooo! saia daqui, saia de cima da minha cama com essa sua lira barulhenta e leve esse gato daqui, me deixe dormir! saaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!



A musa pegou o gatinho branco, sua lira e saiu, saiu com muita raiva mesmo de dentro do quarto da princesa, pensou que queria ver Hermes , queria mandar dizer pra Zeus que naquele reino ela não ficava mais, que queria sair dali e também ia pedir pra Hera transformar aquela princesa num inseto pra ela poder dar uma boa pisada nela e esmaga-la, respirou fundo, e saiu correndo para o meio da floresta com o gato na mão!



chegou lá e sentou numa pedra, pôs o gatinho no chão e disse, por que eu acho que você é um gatinho diferente hein? o bicho veio se enrolando pela perna dela, levantou a cauda e quanto ela botou a mão no pelo, sentiu os cachos de Hermes que estava agarrado as suas pernas.



- Asas? asas? agora voce tem asas? você pode voar? será possivel que só eu não ganho um presente

maravilhoso? flechas de paixão e agora você tem asas?



-Se eu não fosse filha de Mnemosine, queria ser filha de Afrodite.



- Pois eu lhe trouxe um lindo presente.



- foi? e onde ele está, dê-me logo.



-Olhe só - e tirou um colar de dentro da sua bolsinha de flechas



- isso? - perguntou decepcionada.



- Eros riu, e isso e mostrou pra ela uma brilhante estrela minuscula.



- Uma estrela anã ... Eros...ai... Eros... tão linda... obrigada...só você pra me alegrar.



- Erato qual o problema daquela princesa?



- Se eu não conhecesse a mãe dela diria que ela é filha de Hera - disse a musa já menos irritada, graças ao seu presente- Me diga como é que você foi parar lá dentro.



- Estava passeando pelo telhado, olhei pela janela e achei que era você, quando pulei pra dentro do quarto ela acordou e começou a berrar.



- Mas quando cheguei ela estava com você no colo.



- Pois é foi estranho por que ela começou a gritar, mas me pegou e começou a me alisar, me pos no colo e continuou gritando, até que você começou a tocar  e ela parou e ficou apenas me alisando, foi bom, fora os gritos.



- Muito estranho...muito estranho...-disse a musa.



- Você já achou alguma coisa, sabe por que ela está presa naquele quarto?



- Ela não está presa e eu nem consegui procurar nada, a rainha me tratou muito mal, o rei me levou pra uma sala fechada queria me ouvir tocar e tocar e a princesa você já sabe, o rei começou a me contar o que se passa, mas nao conseguiu concluir.



- Gostei do rei- disse Eros.

- Eu também- concordou a musa- venha vamos voltar, faça-me um favor? volta a ser um gato, estou proibida de receber suas visitas e essas suas asas ai não vão nos ajudar a ficar longe de confusão.

- Posso escondê-las.

- Cadê o gatinho , hein, disse Erato passando a mão nos cachos de Hermes.

- Se eu virar um gatinho você me carrega de novo?

- Carrego sim, venha.

E o gatinho pulou nos braços de Erato. quando voltaram ao reino de longe puderam ouvir a princesa berrar.

- Traaaaaaaaaaaaaaaaaagam aquele gaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaato pra mim e a musaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa, cadêêêêêêêeêêêeêêêêêêêêêêe a muuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuusssssssssssssssssssssssaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa?

Erato correu para o castelo com o Eros felino no colo, passou correndo por todos e parou na porta do quarto onde o rei estava sentado no chão do lado de fora, olhou no fundo dos olhos de Erato e disse:

- Ajude-nos amável musa, isso é insuportável, sou tão infeliz, e começou a chorar.

Erato passou a mão pelos cabelos do rei e Eros pulou no colo dele e ficou esfregando-se em sua barriga, o rei pegou nas mãos de Erato e disse vá ve-la. depois venha tocar lira pra mim, sua lira me acalma, trocaria todo o meu reino pelo som da sua lira.

Erato riu, catou Eros e entrou no quarto, aonde a princesa continuava aos berros. quando Erato entrou ela parou de gritar e disse: - Dê-me o gatinho e toque essa lira pra mim.



- Olha só princesa! disse Erato jogando Eros em cima da princesa, o gatinho deu uma miada bem alta e olhou repreensivo e magoado pra Erato- Eu sou uma musa, sou filha de Zeus e Mnemosine, fui trazida até este reino pelas mãos do deus Apolo, estou aqui em nome de todos os deuses de todas as gerações para encontrar o elo perdido da corrente do destino, que está perdido, precisa ser encontrado e ninguem nunca me perguntou se eu queria procurar, mas eu estou aqui, e não vou aceitar que uma princesa de camisola, que não sai de dentro do seu quarto grite comigo, entendeu?



Erato disse isso num tom mais explicativo que enérgico mas deixou a princesa perplexa.



- Não sei por que você não sai daqui, gostaria muito de saber, mas não pense que basta ficar gritando pra conseguir o que quer, aliás você quer ouvir lira, pois muito bem, eu quero saber por que você não sai daqui de dentro e quero também saber se você sabe alguma coisa do elo perdido e então?



- Você também é uma princesa?

-Princesa, princesa não, sou uma musa, não tenho eternidade, nem sou uma deusa, mas sou filha de Zeus, mesmo que eu não fosse, não se deve ficar gritando desse jeito

- Você não sabe de nada, disse a princesa chorando, o que aconteceu comigo, você também não suportaria foi algo horrivel mesmo, nunca mais quero sair de dentro desse quarto, nunca mais- disse a princesa aos prantos.



- Por que você não me conta?

- Sempre tive muito cuidado com meu vestir para evitar a lingua de minha tia que disse que eu não teria sorte para roupas,sempre prestei muita atenção em tudo, se estava tudo certo, se os sapatos combinavam, se minhas anáguas estavam aparecendo. sempre ouvi a opinião de minha mãe e assim sempre fui muito elogiada.
No dia do meu aniversário, mais de vinte costureiros vieram pra cá fazer meu lindo vestido, bordado com as mais caras pedrarias, tecido com fios de ouro, o vestido mais lindo que esse reino já viu, todos ficaram maravilhados, mesmo que  não houvessem velas acesas meu vestido poderia ser visto tal sua brancura e seu brilho, estava tudo bem até que tive uma pequena dor de barriga e me sentei, senti algo quente embaixo do vestido, mas pensei que era apenas a quentura do grosso tecido, sentei um pouco para ver se a dor passava, quando me levantei, continuei andando e de repente percebi que muitas pessoas riam e cochichavam por onde eu passava, só vim descobrir o que era quando minha mãe veio correndo, me pegou pelo braço e saiu comigo para o quarto, meu vestido todo sujo de sangue, todos viram, foi o fim, até hoje devem estar rindo de mim. até hoje eu choro por isso e não quero que ninguem fale, toda vez que ouço alguem falando penso que estão falando de mim, do meu vestido cheio de sangue.

Odeio todo mundo.Não visto mais roupa nenhuma, odeio todas as roupas, só uso essa camisola, sei que é horrorosa e não ligo, só gosto dela, ai odeio o mundo, quero dormir, depois falamos...



E dito isso a princesa virou-se de bruços e fechou os olhos, como se dormisse, Eros aconchegou-se no seu pé e Erato saiu, encontrou o rei lá fora e foi com ele para a sala de música sem dizer nenhuma palavra, na sala de música o rei pediu que Erato lhe deixasse tocar sua lira, sentaram em um longo e macio móvel, o rei tocou muito desajeitadamente, Erato colocou seus dedos sobre os do rei e lhe ensinou muitas notas, disse que sentia muito que a taberna estivesse fechada por que queria uma caneca de vinho, o rei disse que tinha vinhos, ervas e especiarias, fez virem, mostrou como tocar outros instrumentos para Erato, fumaram ervas de outros reinos, o rei deu Tâmaras maduras para a musa passaram o tempo entre sons, cheiros e sabores, o rei esqueceu sua tristeza, Erato esqueceu o mal estar, não falaram sobre a princesa, nem fizeram silêncio assim passaram o dia e a musa decidiu que só iniciaria de fato a busca pelo elo no outro dia.



Quando saiu da sala de música um pouco tonta foi para o seu quarto e em cima da cama encontrou Eros que lhe perguntou sussurrando



- Ensinando o rei a tocar lira?



- É um ótimo rei, aprende rápido, tem instrumentos ótimos você ia gostar?



- E ai? achou o elo perdido?



- Digamos que ele não está com o rei, nem está na sala de música, será que a princesa o guarda?



- Bem não vi nenhum elo perdido por lá, estavam todos bem presos e pareciam fazer parte de outras coisas, mas você que precisa acha-lo sou apenas um deus proibido de ajudar.

- Dá uma flechada nela.



- Hã?



- É, dá uma flechada na princesa!



- Se eu pudesse gritar eu chamaria Apolo! pra ouvir suas palavras. não vou dar flechada nenhuma, depois sou eu que começo as confusões.



- Eros, pare com isso, você vive querendo usar suas flechas eu estou pedindo, dá uma flechada nela, faz ela se enamorar de alguem.



-Trancada naquele quarto? como ela vai se enamorar de alguem se ela não sai de lá?



-Ai, é mesmo, precisamos de um plano.



- Sinto cheiro de confusão!- disse Eros lambendo a própria mão como se ainda fosse um gato- tudo bem, vamos ver o que podemos fazer, agora vou sair, soube que tem um lugar lá na floresta onde se bebe muito vinho e se faz muito barulho, quer vir?



- Não por hoje chega de vinhos e barulhos, vou dormir e ver se tenho alguma idéia, amanhã preciso procurar o elo pelo castelo e amanhã a rainha deve estar de volta, ai sim, teremos problemas.



Eros transmutou-se em gato e saiu pelo telhado.

















- Acorda Erato, Acorda!

- Ai, estava sonhando que eu achei o elo perdido, estava com um vestido lindo, todos os deuses reunidos, e eu colocava o elo perdido de volta na corrente e todos podiam ver seu destino de novo... muitos aplausos...- continuava sonhando a musa



-E como era o elo?- perguntou Eros

- hã?

- É no seu sonho como era o elo?

- Ai, não lembro, por Zeus, não lembro, ai,não acredito, sonhei com o elo e não lembro como ele é... ah Eros por que você me acordou... saia daqui, me deixe dormir de novo, quero sonhar com o elo... sempre sonho que estou procurando, mas nunca tinha sonhado que achei... saia vá pular nos telhados ou voar sobre a floresta, vá disparar suas flechas maravilhosas e me deixe dormir.

- É isso. Já sei como vamos resolver o problema da princesa!

- Encontrou um príncipe na floresta?

-Não, você não disse nada de príncipe, eu achei um menestrel tão divertido, engraçado mesmo, ri a noite toda, e acho que ele é a pessoa certa para o serviço, pra casar com a princesa dorminhoca.

- Olha eu tava pensando que temos outro problema, mesmo que encontremos o rapaz como faremos a princesa sair do quarto? ou vestir algum vestido?



- Erato, na verdade, na verdade, não temos nada haver com isso, você só precisa procurar o elo perdido e deixar este reino, deixa essa princesa ai gritando, não temos que resolver nada, o vinho daqui é péssimo, aqui é muito silenciosos, odeio ter que ficar susssurrando o tempo todo, esquece essa princesa, procura o elo e vamos embora.



- Eros não custa nada ajudar.

- Erato, é por causa do rei né, você quer ajudar o rei né?

- Ai ele é um rei tão bom...

- É. gostei desse rei também...ó, vamos por partes, primeiro precisamos fazer o menestrel entrar no quarto da princesa sem que ela grite, ai ele precisa olhar pra ela sem que ela grite, depois eu preciso acerta-los sem que ela me veja e sem que ela grite, além disso precisamos fazer esse menestrel entrar no quarto.



- Acho que isso é mais fácil que fazer ela sair do quarto...



Depois que Erato contou o plano pra Eros esse tornou-se novamente gato e eles sairam em direção ao quarto de Belia, no caminho encontraram uma rainha transtornada.



- Eu sabia que você traria confusões, sabia, esse gato é seu?  foi ele que entrou no quarto de Belia, por quer você entrou lá? o que você falou pra minha filha, o que você fez a tarde toda no quarto de música com o rei, o que foi mesmo que você veio fazer aqui? - a rainha disse isso aos berros.



- Rainha, desse jeito vai acordar a princesa - e assim foi, em alguns segundos começou a gritaria, só que dessa vez a princesa gritava o nome de Erato, chamando-a - antes de sair olhou pra rainha pos o dedo em cima dos lábios e fez shhhhhh.



A rainha partiu atras dela e quando juntas entraram no quarto a princesa disse, só a musa, mamãe, só quero ver ela, saia, saia só a musa e o gato.



- Minha filha o que você quer com essa estranha? e esse bicho nojento?



- Rainha, não sou estranha, sou uma musa e esse bicho é um gato o animal mais limpo de todos os animais.



- Que seja, quero você fora desse reino, procure o elo perdido e vá embora, malditos deuses e suas vontades, malditos sejam, quero você fora desse reino entendeu? - a rainha saiu muito contrariada, batendo a porta.



- Diga princesa, viu o que sua mãe disse, devo procurar elo e partir em breve, diga o que quer comigo?

- Quero o gato, e quero ouvir lira.



-Se quiser pode me acompanhar na busca pelo elo, pelo castelo, quer ir?



-Sabe que não saio do quarto.



- Sei também que nada a impede de sair.



- Me dê o gato, pode me emprestar sua lira enquanto procura o elo?



- Olhe só princesa, não posso, mas conheço alguém que poderá lhe ensinar a tocar, um menestrel novo no reino que tal?



- Eu gosto de Menestreis, traga-o.



- Certo, vou procura-lo e em breve o trarei, só uma coisinha o gato ainda não fez sabe, coisas de enterrar hoje, vou leva-lo comigo e volto em breve com ambos certo? não vai gritar não né?



- Não, vou esperar!- e dito isso a princesa gritou por sua mãe.



- Você não disse que não ia gritar?



- Não estou gritando com você, estou gritando com ela.



Erato saiu com Eros no colo, vou procurar o elo perdido no castelo e você vai atras do menestrel creio que temos pouco tempo aqui e Apolo dessa vez há de nos castigar, estamos encrencados, Eros deu uma miada de concordância e separaram-se.





Erato vasculhou todo o castelo e encontrou no alto de uma torre uma sala fechada, forçou a porta mas não conseguiu abrir, ficou muito intrigada acreditando que ali dentro havia alguma coisa que poderia ser o elo perdido, olhou pelo buraco da fechadura e a única coisa que pode ver foi um pedaço de renda branca, saiu em busca do rei, sabia que não podiam lhe vetar o acesso a nenhum dos ambientes do castelo, seguiu caminhando e encontrou com o mesmo rapaz que havia lhe recebido no primeiro dia e  interrogou:



- Que sala trancada é aquela que existe na torre leste?

- Era a sala de brinquedos da princesa, apenas ela tem a chave e lá ninguem entra há muitos anos.

- Preciso ver se o elo perdido não está lá, disse Erato.

- Como eu lhe disse, apenas a princesa tem a chave e não creio que ela lhe dará, a ultima vez que entrou lá foi no dia de seu aniversário, que foi a ultima vez que foi vista fora de seu quarto.



Erato deu mais uma vasculhada no castelo e seguiu para a aldeia para procurar por lá, procurou, falou com muitas pessoas, todas sussurante e se queixando que tinham saudade de festas, Erato percebeu que ninguem lembrava muito bem como tudo aconteceu e teve uma idéia, depois de chegar a conclusão que o elo perdido não estava ali ela começou a procurar Eros e o encontrou em sua forma humana, sem asas, no meio de uma floresta as gargalhadas com um rapaz que tinha um pequeno instrumento de cordas nas mãos.



- Eros, estou há um tempão lhe procurando.



- Onde ele estaria bela dama? se não perto da lama- disse o rapaz do instrumento



Eros caiu em nova gargalhada.



- Conheça meu amigo menestrel, engraçadissimo- disse Eros ainda entre risos.



- Minha graça é a farsa, é como o papel e a traça.



- Olá! - disse Erato séria


- Sei que você não se chama, mas como é que os outros te chamam?



Eros rolava no chão de rir.



- Me chamo Erato, você viu algum elo perdido por ai?

- Se esta perdido, não esta comigo, pois estaria achado, isso lhe digo.



- Boa, boa, disse Eros.



Erato, nenhuma risada.



- Mê dá licença de retirar daqui sua presença disse a musa.



- Veja como é sem graça, vou tocar em outra praça.



- Erato não fale assim com meu amigo, futuro príncipe.



- Eros bote suas asas pra fora ai e vamos voar até a torre leste do castelo, tem uma porta trancada lá e quero ver o que tem dentro daquela sala.



- Vamos, adoro portas trancadas.



voaram até a janela da sala e entraram, lá se depararam com um imenso atelier, cheio de lindos vestidos, e no meio da sala o vestido sujo do sangue da menarca da princesa.



- Ela sabe costurar- disse Eros, olhe, lindos, lindissimos vestidos.

- Acho que até Hera usaria um vestido desse.

- Afrodite também- disse Eros.



Precisamos de Hermes, preciso mandar dois recados - Disse Erato.



E assim que terminou de dizer isso Hermes surgiu na janela.



- Alguém quer que eu leve algum recado?



Os recados foram enviados e Eros e Erato foram tomar vinho no meio da floresta, pois a princesa não parava de gritar fazia já algum tempo querendo Erato e o Gato e nenhum dos dois queria muito a companhia da princesa.



- Olha Eros não gostei nenhum pouco daquele menestrel.

- Não gostou? você não tem senso de humor , ele é super engraçado, vai divertir muito aquela princesa, uma flechadinha só e pronto, estava tudo resolvido, mas você vem com esses planos mirabolantes.

- Meu plano é ótimo e vai dar muito certo.



Travaram intensa discussão sobre o menestrel e a princesa,  Erato contra, Eros muito defensor, estavam nesse impasse, quando Hermes e Hera apareceram.



- Hera!!!!! gritou Erato, veja tenho uma de suas estrelas.

- Aonde? mal posso ve-la. peça uma maior. o que querem comigo? espero que seja muito importante, acaso achou o elo perdido ou algum indicio deste.



Hermes entregou um pequeno frasco para Erato.



- Eros, meu querido, como esta lindo, está muito parecido com seu pai, então era pra ela a estrela piolha que você me pediu?



Erato olhou muito magoada para Eros, ela queria estrelas anãs e não piolhas.



- Vamos, Vamos preciso cuidar de outras coisas, já vai começar a primavera e Perséfone já está com as roupas que vai usar para florir os campos, e eu ainda não preparei nada para a temporada, preciso ir. rápido digam o querem.



- É isso, venha!



Foram até a torre onde Erato mostrou pra Hera os modelos costurados pela princesa, a deusa ficou muito impressionada, Erato derramou a poção que tinha mandado buscar com Marte que era usada para tirar manchas de sangue do seu uniforme e derramou no vestido de aniversário da Princesa, depois os tres carregando o vestido invadiram o quarto dela, não sem que a rainha tivesse iniciado uma confusão que foi contida após a informação de que era a própria deusa Hera que queria falar com a princesa, está quando viu o vestido sem a mancha abriu um sorriso nunca antes visto, saiu da cama, trocou o vestido e aceitou o convite de hera para ir ser sua costureira, bem longe daquele reino.



Ninguem saberá de seu aniversário, vamos te chamar de Bela de agora em diante e você vai fazer roupas para deusas.

A rainha disse ainda que a filha não sabia costurar e que tudo que ela fazia era muito ruim, Hera disse que ela por favor se calasse ou ela mesma lhe tornaria para sempre muda, o rei que chegou naquele momento perguntou pra Erato se realmente aquilo era possivel? e sussurrou no ouvido da musa que seria muito bom se aquilo acontecesse.



Erato disse algo para Hermes que saiu. foram feitos os acordos e a princesa seguiu com Hera para fora do reino, vestida com seu lindo vestido de baile. Hermes voltou com o menestrel e Eros flechou a rainha que se apaixonou pelo engraçadinho e fugiu com ele para a floresta deixando o rei solteiro, o Rei organizou todos os músicos do reino novamente e fizeram festas para sempre.



Hera resolveu pessoalmente as coisas com Apolo, que preferiu nem encontrar com Erato até que sua ira pela desobediência da musa estivesse contida, Marte foi buscar Eros para castiga-lo por ter desobedecido ordens expressas de Apolo, e Erato foi levada ao mouseion por Hermes por que Zeus queria vê-la.

sábado, 18 de setembro de 2010

As princesas de Erato II



Ao chegar no castelo  Erato perguntou para Apolo se o príncipe que ela


iria visitar já tinha alguma princesa em vista, Apolo deu uma risada e disse que aquele príncipe

se recusava a casar e que provavelmente não se casaria uma vez que não tinha mais

ninguém que lhe obrigasse a tanto.

e que isso geraria imensos problemas ao reino por que nunca era muito bom príncipes solteiros

como aquele ainda mais quando tinham imensas fortunas como era o caso dele,

contou também pra Erato que os reis tinham falecido já havia algum tempo e que o castelo todo

 e o reino estavam em profunda desordem e que o principe só tinha aceitado aquela tarefa de

ir organizar o reino e o palácio por que caso contrario ficaria sem dinheiro para gastar com a sua coleção de sapatos

dos mais diferentes lugares.



- E por que mesmo que ele precisa casar? perguntou a musa.



- Por que se não casa começam os tumultos, as especulações, as provocações e principalmente todo rei

precisa de descendentes para quem passar o reino por que caso contrário pode

ser assassinado e o reino cair nas mãos dos golpistas.

Além disso tem uma cláusula no testamento do rei que diz que ele só poderá ser rei se casar, do contrário continuará com o título de príncipe

o que o desmoraliza diante dos seus súditos, ele não é obrigado a casar para governar, mas jamais será rei e não poderá usar a coroa do pai, que aliás é das mais belas que já se viu por essas terras de reinados.



- E ele é bonito?



- Muito, muito bonito, lendária sua beleza inclusive, o que em grande parte justifica a vontade de Eros de vir pra cá,

ele provavelmente já ouviu falar dele, mesmo que não tenha mencionado, peço-lhe que mantenha ele e suas artimanhas longe daqui

soube que Afrodite lhe presenteou com umas flechas novas que ele tem usado para espalhar suas poções por ai, não

deixe que e ele atrapalhe a busca pelo elo perdido.



Erato apenas riu, sabia que ninguém podia domar eros, nem ao menos Marte que sempre lhe castigava por suas peripécias e bem sabia

que Apolo não gostava de Eros por que já haviam se desentendido em algumas festas de Baco.



- Se ele já me espera deixe-me aqui- disse Erato com medo de que Apolo falasse algo sobre Eros para o príncipe e atrapalhasse a vinda do primo que em breve

deveria chegar.



Apolo muito esperto lhe disse - Deixarei que você vá, mas lhe aviso, não crie confusões por aqui, sei muito bem que eros virá, contrariando minhas orientações

lembre-se que ele é um Deus e tem imortalidade plena, você é apenas uma musa.



Isso dito assim sempre deixava sempre Erato muito irritada, principalmente por que Marte era também filho de Zeus, só que com a raivosa Hera, que sempre dizia

que ela podia chamar Eros de priminho, mas que se lembrasse que ela era uma musa e que por isso não poderia, como sempre fazia Urânia, reivindicar graus de parentesco com

outros deuses que não fossem Mnemosine ou o Próprio Zeus e que já bastava que Urânia chamasse Marte de irmão o que era inaceitável.



Erato suspirou e disse:



- Veja com Zeus o meu colar de estrelas anãs, vi uns lindos que Hera estava usando e quero muito um, afinal

se não sou uma deusa tenho ao menos o direito de ganhar uns presentes, que compensem essa busca por esse tal de elo perdido,

que é tão importante, mas tão importante que nem ao menos uma imortalidadezinha nos ganhamos.

não me lembro de ter perdido nada, mas estou aqui procurando, e toda hora alguém vem me dizer,

lembre que você é APENAS uma musa, como se fossemos menos importantes que deuses que perdem elos , não vejo a hora de encontrarmos esse elo e podermos ter o destino de volta.



como havia sido Apolo o responsável pela educação de Erato e como ela passava muito tempo na companhia de Hera achou melhor deixa-la logo, pois evitava

muito lhe contrariar posto que acreditava que ela encontraria o elo e que todos lembrariam que havia sido ele muito dedicado a sua educação



despediu-se rodopiando a musa para dissipar seu mal humor.



Quando Erato entrou no castelo ficou assustadissima com a bagunça, tudo espalhado, criados corriam de um lado para o outro, muita poeira, jóias espalhadas,

ela pensou que se o elo estivesse lá seria preciso passar muito tempo ali para encontra-lo, e que seria preciso por tudo aquilo em ordem, cansava-lhe só olhar pra toda aquela confusão



Interceptou um rapaz que arrastava um enorme e baú e perguntou se por um acaso ele sabia onde ela poderia encontrar o príncipe.



- Ah, oi, eu mesmo pode falar.

-Você? um príncipe arrastando um baú? por que não pede pra um dos empregados fazer isso?

- É que meus melhores sapatos estão aqui, não quero correr o risco de não saber onde estão no meio dessa confusão.

- Estão arrumando tudo, não é mesmo?

- Você pode me dizer quem é você? e o que quer comigo? ando meio sem tempo, se você é mais uma daquelas princesas querendo casar comigo,

procure o menestrel, deixe seu nome que nós entrar em contato com você, assim que for possível



Erato não sabia se ficava feliz ou triste com a confusão do príncipe, afinal era bom ser uma princesa, mas não era bom não ser reconhecida como uma musa e

pior ainda era ser rejeitada.



- Olá, sou Erato, a musa, estou aqui procurando o elo perdido.

O príncipe largou o baú e pulou em cima da musa.

- Você é a musa que veio procurar o elo!

- É. foi o que eu disse.

- Que bom que você chegou! tenho tantas coisas perdidas, perdi vários pés dos meus pares de sapato, sei que vocês musas são ótimas em achar coisas, me ajude !

são sapatos lindos! maravilhosos! preciso encontrá-los.

- Olha só, a única coisa que as musas procuraram até agora foi o elo perdido, e ainda não encontramos ele, então pode-se dizer que somos boas de procurar,

mas não muito boas de achar. entendeu?



o príncipe não pareceu decepcionado, disse que ela era bem vinda e poda procurar o elo a vontade e se por acaso achasse alguns sapatos perdidos que ele ficaria muito feliz

e se ela achasse o elo lá no castelo que podia levar e que se ela quisesse mais alguma coisa, podia falar com ele também,

que ele só não dava seus sapatos , mas que o resto ela ficasse a vontade em querer alguma coisa.



Erato nem sabia por onde começar a procurar tanta era a confusão, arriscou:

- Você por um acaso não viu um elo estranho pôr ai viu?

- Como ele é?

Aquela pergunta era a pior de todas, erato ficou pensando que Urânia devia parar de ir atrás de Baco e estudar mais matemática pra ela poder saber como era o elo.



- Deixa pra lá. vem cá, pensando bem , posso lhe ajudar com essa coisa dos sapatos e posso também ajudar com essa coisa da bagunça, eu organizei a ultima faxina do Mouseion.

apresente-me quem comanda os criados.



O Príncipe animado chamou uma senhora muito arrumada, que parecia exausta , tinha um espanador na mão e estava com seus belos trajes cobertos de poeira



-Essa é Melissa, fale com ela ela lhe ajudará, Melissa essa é a musa Erato, enviada dos deuses para encontrar o elo perdido.

- Oh. se ele está aqui neste castelo está definitivamente perdido. não consigo encontrar nada por aqui, mas venha comigo, vou ajuda-la.

Erato riu - Deixe que eu lhe ajude, sou muito boa com confusões, você sabe tocar lira?

- Lira? perguntou Melissa.

- Chame todos, vamos dar um jeito nas coisas por aqui e tirando o espanador da mão de Melissa, deu uma boa espanada nela, riram, o principe disse que ia guardar os sapatos e já voltava.



Seguindo as orientações de Erato, todos os baús e coisas pequenas foram retirados do castelo e colocados no jardim ,

onde embaixo de uma árvore florida ela tocava lira ao lado do principe e Melissa

que ela disse não precisavam carregar nada, apenas dizer pra onde as coisas deveriam ir.

Enquanto tocava lira, o pricipe contava pra ela de todos os artesãos que tinha conhecido e de quantos sapatos tinha

e de como era chato aquilo de ter que ser rei, que ele gostava de ser príncipe que o titulo de rei o envelheceria bastante, mas que ele gostava de respeito e

principalmente a-d-o-r-a-v-a a coroa que tinha sido do pai e que iria gostar muito de usa-la.



- Então case-se. tem princesas ótimas por ai.

- Já conheci várias, cheias de vontade, querem mandar na gente e dizer que sapato combina melhor com que manto e isso eu não admito!

você nao sabe como são as princesas. deixa pra lá, melhor que eu fique príncipe mesmo, quem vai querer ser rei, pra que?



Assim ficaram alguns dias tirando tudo do castelo, reorganizando, tocando lira, contando histórias e procurando pés de sapato e o elo perdido.



Quando quase todos os pares de sapato foram encontrados, menos um de cristal que o principe adorava. mas que disse que fazia muito tempo que tinha perdido

o outro pé e que o artesão que o tinha feito já tinha morrido e que ele nao conhecia mais ninguem que soubesse moldar sapatos como aquele.



Erato achou o sapato realmente muito bonito e lamentou que o principe o tivesse perdido, aprendeu a gostar muito do principe em pouco tempo ele era agradável,

entendia de joias, tinha bom gosto e ajudou muito a arrumar o palácio mesmo sendo um príncipe.

Quando o castelo estava muito arrumado Erato resolveu dar mais uma olhada para ver se não encontrava o elo perdido e o sapato de cristal do principe. nao encontrou nem um , nem outro.



resolveu ir tocar sua lira no povoado pra ver se achava o elo e também por que estava cansada do palacio e queria tomar uns vinhos em alguma taberna

quando ia saindo para o povoado um cavalo branco apareceu, era tão lindo e ofereceu-se pra ser montado, ela aceitou, cavalgou até a aldeia e lá pra sua surpresa o cavalo perguntou, acha mesmo que o elo está ai?



- por Zeus! um cavalo branco falante e numa relinchante gargalhada Eros transmutou-se.

- EEEEEEEEEEEros! só agora você aparece?

- Apolo mandou eu ficar longe de confusões e pelo que sei a confusão do castelo terminou há pouco.

Erato lhe deu um leve tapinha, riram e foram beber vinho.



- Apolo me disse que você ganhou flechas de Afrodite, mostre-me quero ver!

- Flechas ótimas, em breve também terei asas, mas só quando dominar minhas flechas, vou lhe mostrar como funcionam, está vendo a mulher que serve o vinho?

- Não, mas chame-a por favor e peça mais vinho.

- Ai- disse eros chamando a mulher.

- Sim? Perguntou uma mulher muito grande e de voz grossa.

- Queremos vinho- disse o deus- sabe quem é aquele rapaz que cuida dos cavalos?

- Nunca o vi antes.

- traga-nos o vinho.

quando a mulher saiu Erato contrariada perguntou- o que que o vinho tem haver com a flecha?

- Viu que ela não conhece o rapaz dos cavalos?

- E as flechas?

-Espere- disse Eros.



A mulher trouxe o vinho, Eros encheu uma caneca e pediu que ela entregasse ao rapaz dos cavalos, Erato deu um risinho

-Quando você cansar do rapaz dos cavalos vai me mostrar as flechas?

- Olhe agora- disse Eros tirando uma muito pequenina flecha de suas costas, quando a mulher do vinho olhou para o rapaz dos cavalos

Eros disparou sua flecha e ela atravessou suave entre os dois, como não fosse nada apenas ele e Erato viram a flexa desaparecer

depois de ter tocado nos dois.

- Oh! - disse a musa, pensei que irias mata-los.

- Olhe, fique olhando.



Para surpresa de Erato a mulher do vinho e o rapaz dos cavalos sorriram e conversavam como se de muito tempo ja tivessem conhecimento um do outro,

pra sua surpresa a mulher entregou o avental para uma outra e saiu galopante com o rapaz.



O que aconteceu?

- Enamoraram-se - disse Eros gargalhando e tomando uma grande caneca de vinho, não é tão bom? posso fazer você se apaixonar por aquele cão que vem ali li quer ver?

- Não, não quero ver, mas é verdade posso me apaixonar por um cão?

- Pode, mas não será correspondida, riu ainda mais alto Eros.

- Como funciona?

- Como disse, ainda estou aprendendo, mas sei se só funciona se houver um olhar, as pessoas precisam olhar uma pra outra.

-e o cão?

- Ainda não fiz isso, vou escolher alguem que mereça a experiência, riram e beberam mais vinho.

- Erato pegou sua lira subiu na mesa e cantou:





O elo escorregou

numa noite de festa

rolou para o mundo

caiu numa fresta

cadê o elo perdido

quem sabe onde ele está

Não sei como é elo

mas saberei se o olhar

se alguem souber por acaso

onde anda

venha logo me contar.



Eros fez uma cara de descontente e disse: - Quando eu aprender a usar essa Flecha, espero que você aprenda a cantar.



A musa ignorou o comentário de eros, tomou mais uma caneca de vinho e já ia cantar uma outra música quando uma moça

muito desarrumada veio falar com ela.

- Como se chama o seu instrumento? gostei muito da sua música, o que é o elo perdido?

- Oi, chama lira, posso lhe ensinar a tocar, o elo perdido da corrente do destino, que se perdeu, ninguem sabe

onde está e desde então todos o procuram para que o destino de

todos possa novamente estar sob controle.

- Você deve estar muito triste não é? eu perdi meu pai e desde então não encontro nada que me faça feliz de novo.

Eros e Erato se olharam, gostaram dela, sente-se conosco, tome vinho, vou ensina-la a tocar lira, ela lhe fará feliz.



Quando a moça ia tomar a caneca uma mulher arrancou-lhe das mãos e disse:

- ai está você sua borralheira, pensa que não vi que você não limpou o estábulo? vamos pra casa agora, que lá você dormirá

e espero que pela manhã ele esteja limpo. ou por acaso quer ficar sem casa? lembre-se você vive comigo de favor!

vamos deixe seus amigos desocupados ai! só me faltava essa agora, bebendo vinho pelas ruas.



Eros levantou-se para iniciar uma discussão

mas a moça lhe olhou como a suplicar que nada fizesse.



quando elas sairam, Eros puxou Erato pela mão e eles as seguiram e viram

quando a mulher empurrou a moça pra dentro do estábulo e fechou a porta por fora.

quando ela se afastou eles entraram e encontraram a moça recolhendo estrume.



- Por que você deixa ela te tratar assim? perguntou a musa

-Quer que ela se apaixone por um cão? peguntou Eros

todos riram.

A moça respondeu que aquela era sua madrasta e que ela não tinha pra onde ir. por isso ficava ali.

e que não se importava de trabalhar por que lá tinha comida e casa e gostava mais de ficar com os bichos do que dentro de casa mesmo

e que a palha do estábulo era mais macia que o lugar que ela dormia dentro de casa.

Eros e erato ficaram muito impressionados com a história da moça e lhe ajudaram a arrumar o estábulo, disseram que toda noite voltariam

para ajuda-la e Erato prometeu lhe ensinar a tocar lira.



Quando voltaram para o castelo depois de terem tomado mais muitas canecas de vinho e falado sobre que coisas seria bom se

a madrasta da moça se apaixonasse, Eros pegou uma flecha e vinha dizendo

eu pego uma flecha e faço assim ó, e a flecha escorregando de sua mão, atingiu o príncipe que tinha em suas mãos a coroa de rei.

- Xiiiiiiiiiiiiii.

- O que foi que você fez?



Quando o principe se virou disse:

- Preciso me casar, eu queeeeeeeeeero usar essa jóia maravilhosa!

-O que foi que você fez Eros? disse a musa pensando nas recomendações de Apolo.

-Não fiz nada, a flecha escorregou.

-Quem é seu amigo?

-Oi, sou Eros, mas esquece isso, você é um príncipe muito bonito, como vai?

- Eros, Eros, o deus?

-É. disse Erato,o titulo dele também é novo e ele também não sabe usar direito, mas me conte como é isso?

você quer casar?

- Tem certeza disse Eros? olhe que isso dá muita confusão.

- Preciso casar, preciso ser rei, quero muito mesmo essa coroa.

-Princípe, espera aqui só um pouquinho.



- Viu? você tem que tomar cuidado antes de disparar essas suas flechas.

- Eu penso que resolvi muitos problemas com uma só flechadinha, agora ele casa, vira rei, e tudo se resolve , qual o problema? a gente acha uma princesa, eu disparo mais uma flecha,

o elo não tá aqui mesmo, a gente vai embora.

- Eros, se você usar essa sua flecha de novo aqui neste reino, te proibo de me seguir enquanto eu procuro o elo perdido.

- Ai como você é amável, vou te chamar assim agora, Erato, a amável. não foi nenhum desastre. mas se voce nao quer que eu use mais minhas flechas,

que método você sugere que usemos para ele casar com alguém? sim, por que agora que ele tá apaixonado pela coroa , não tem mais jeito, se nao casar será infeliz... eu acho...

-Eros...esquece, vou dormir, e pensar como resolvo a confusão que você criou.

O príncipe ainda olhava a coroa extasiado.



Erato e Eros foram noite e noites seguidas para ajudar a moça borralheira a limpar o estábulo e também ensina-la a toca lira, voltavam sempre tarde e encontravam sempre o príncipe com a coroa de rei na mão



Erato sempre ia dormir e deixava muito temerosa Eros e o príncipe juntos, temia outra flechada que causasse mais confusão

como o príncipe tivesse notado que Erato e eros gostavam muito de ir beber na aldeia disse que seria bom se uma noite eles chamassem todos para o castelo

que agora estava muito organizado, e também por que queria conhecer seus súditos e precisava de uma ocasião para encontrar as princesas que queriam se casar com ele

e que agora tinham essa chance, disse que chamassem todo mundo que ia ser a maior festa de todas e que de manhã mesmo ia mandar convidar todos.



Erato que não tinha tido nenhuma idéia achou aquilo muito bom e saiu de manhã para ajudar a convidar todos, Eros disse que ia buscar o carro de Marte, para

ajudar a buscar as princesas que estavam longe.

Erato foi até a casa da moça borralheira, o nome dela era tão estranho que Erato pediu pra continuar chamando ela carinhosamente de borralheira, no que havia sido atendida.

foi nessa mesma manhã que ela descobriu que ela tinha duas meias-irmãs muito chatas e que faziam ela passar a manhã envolvida em trabalhos como remendar vestidos e

servir a infinidade de comidas que elas passavam o dia todo comendo.

ficou olhando pela janela enquanto esperava borralheira se desocupar para ajuda-la a convidar as pessoas para a festa.



- Não poderei sair daqui agora, elas estão loucas com essa coisa da festa do príncipe e precisarei remendar seus vestidos e consertar seus sapatos.

- Você conserta sapatos? - perguntou a musa

- Na verdade sei fazer, meu pai era um artesão de sapatos.

- Então você precisa conhecer o príncipe, ele adora muito sapatos.

Borralheira riu e disse que certamente isso nao seria possível, nem tinha roupas pra ir ao baile, nem sua madrasta a deixaria ir, pois dizia que ela era muito mal

educada para frequentar a corte.

Erato pensou que deveria deixar Eros flechar a madrasta, dissipou tal pensamento, despediu-se de borralheira e

foi convidar as pessoas para o baile que seria na outra noite, avisou borralheira que

Eros tinha viajado e que naquela noite nao viria ensina-la pois estaria muito ocupada arrumando as coisas no castelo.



Borralheira disse que ela já tinha lhe ajudado bastante e que não se preocupasse com aquilo.



Assim seguiram-se os preparativos e na manhã da festa Eros chegou com o carro cheio de princesas e saiu e voltou muitas vezes para trazer mais princesas

os comodos do castelo foram preparados para acomodar as nobres e seus parentes, Eros e Erato convidaram alguns deuses e mesmo Apolo apareceu por lá e queria saber como

o príncipe tinha mudado de idéia, mas erato não lhe deu atenção pois estava muito ocupada ajudando a velha Melissa a organizar tudo.



O príncipe estava angustiadissimo, com aquele monte de princesas no seu castelo e passou o dia no quarto escolhendo que sapato ele ia usar naquela noite.



Quando a festa começou e erato ainda tomava providências, viu as irmãs de borralheira entrando no castelo, foram das primeiras a chegar, ficou pensando na amiga

estava quase expulsando as irmãs e a madrasta de borralheira da festa quando viu Eros chegar com a ultima remessa de princesas.



- Ai, não aguento mais, providencie alguem para devolver essas chatas amanhã, duvido que o príncipe se case com alguma dessas ai.

- Dê-me o carro, preciso resolver um assunto.

- pode pegar, mas Marte disse que devo devolve-lo no meio da noite, Marte terá de ir ver uma guerra amanhã, pra onde você vai?

- Na casa da borralheira.

- Ai, não sei que nome é pior o dela mesmo, impronunciável, ou borralheira, por que ela não está aqui?

- Não tem vestido, vou levar um dos meus pra ela.

- Muito bem, e o príncipe?

- Escolhendo sapatos...

- Uma flechadinha resolve.

- Sabe quem está lá dentro?

-...

- Apolo, querendo saber como foi que o príncipe decidiu que ia se casar

- Ai... mais confusão... vou fingir que acabei de chegar.

- Claro, e ele nem vai notar sua intimidade com o príncipe.

- Vá. resolverei isso... tenho uma poção de esquecimento ótima, vou lá ver o principe.

- por que voce nao usa sua poção para fazer o principe esquecer a coroa.

- por que não funciona para flechadas.

- Brilhante...em breve estarei de volta, Eros, não estrague a festa...



Erato pegou alguns vestidos mais bonitos e saiu no carro de Marte.



é bom que se diga que esse carro era puxado por tres belíssimos cavalos, dos quais dois erato percebeu que eram novos

e que custaram muito lhe obedecer o que lhe atrapalhou bastante chegar até a casa de Borralheira, quando chegou lá

a moça chorava trancada no estábulo

Muito, muito irritada Erato abriu a porta e disse:

- Venha, saia dai, vamos pra festa, você também deve ir, todos estão lá, trouxe vestidos e um carro, venha.

Borralheira, ainda tentou explicar pra musa que aquilo causaria problemas e que melhor seria se ela ficasse ali mesmo

estavam nesse impasse quando Eros apareceu.

- Que fazes aqui? e a festa.

- Apolo, muitas perguntas, muitas princesas, o príncipe não lembra de mim, e lembrei que os cavalos são novos e selvagens

vim lhe salvar, riu

- Boa decisão, acredita que ela não quer ir?

- vamos ou vou flechar você, disse Eros

todas riram.



Quando colocou os vestidos de Erato, borralheira sentiu uma imensa vontade de ir a festa, Eros lhe arrumou uns pozinhos que Afrodite usava e fez duas tiaras de rosas

uma pra Erato e outra pra Borralheira, quando terminou o trabalho, a moça estava irreconhecível, Eros aproveitou o medo dela de ser encontrada pela madrasta

e sugeriu um novo nome que tal Cinderella?

-Estranho- disse erato

- Eu gostei, agora sou a Cinderella.

- Falta ainda alguma coisa...falou eros e ele e a musa disseram juntos, um tanto decepcionados- Sapatos!

Erato lamentou- como pude esquecer o sapato.

- Não se preocupe, disse Cinderella, Tenho um par que escondi de minhas irmãs, foi o ultimo que fiz com o auxilio de meu pai.

E cinderella apareceu com incríveis sapatinhos de cristal. Era tanta agonia por que tinha que voltar pra festa e por que Marte iria pegar o carro no meio da noite

que eles nem tiveram muito tempo de reparar na beleza dos sapatos.



Quando Chegaram na festa, Erato fez questão de apresentar sua amiga ao príncipe, que estava entediadissimo e não queria mais conversa com ninguem, todos eram chatos

e ele queria mais era por aquela bendita coroa na sua cabeça. Erato deixou Cinderella com o principe, pegou sua lira e foi tocar, pra fugir de um Apolo cheio de perguntas.



Foi pra a plataforma do trono e cantou



Tem um Elo perdido

que precisa ser achado

se voces dele souberem

devem logo confessar

o destino foi traçado

mas ninguem o sabe o que é

onde andará o elo

que ninguem sabe dizer

como é, onde caiu

e o que pode acontecer



Tem um elo perdido

que ninguem sabe onde está

se está entre voces

devem ele me entregar



ó elo perdido

aonde andarás

ó elo perdido

perdido estás

ó elo dos deuses

que formas banais

terás assumido

onde te ocultarás



A musica foi tão bem cantada tocada que até o principe resolveu dançar, aproveitou que cinderella era amiga

de Erato e não uma das princesas loucas pra casar e foi dançar com ela de longe Erato viu que eles estavam numa conversa muito animada e

foi falar com Eros:



- Você disparou alguma flecha?

-Nem que eu quisesse, Apolo não tira os olhos de mim, olhe...

Quando Erato olhou Apolo estava vindo na direção deles

-Lá vem ele - disse a musa.

- Nem poderemos esperar, vamos correr por que Marte vai precisar do carro e ainda precisamos levar a cinderella antes que a madrasta dela vá embora, o que também está acontecendo nesse exato momento.



Pegou na mão de Erato e passou muito rápido por Apolo, que só teve tempo de dizer.

- Essa conversa só está sendo adiada, vocês nao fugirão dela.

- Já volto!- respondeu Erato.

- na passagem pegaram a mão de cinderella e sairam arrastando ela, sob protesto do príncipe que parecia ter ainda assuntos pra tratar.

Correram e na corrida o sapato de cinderella caiu. e ela ainda quis voltar mas foi informada que a madrasta ja tinha saido da festa e ficou tão apavorada que preferiu deixar pra lá

Erato prometeu que devolvia o sapato na noite seguinte. e assim Cinderella e o Carro de Marte foram entregues em tempo.



Quando Erato chegou na Festa Apolo lhe perguntou se ela tinha alguma informação sobre o elo Perdido, ao que ela respondeu que não e que ele provavelmente nao estava naquele reino.

Apolo queria saber como é que o príncipe tinha decidido se casar. Erato disse que não entendia por que aquilo era um problema.

Apolo lhe avisou que ela  ir  embora no outro dia pois já tinha um novo reino que ela deveria visitar e que não deveria levar Eros com ela

- Mas eu não trouxe Eros.

-Não o quero nessa busca, e isso é uma ordem, falarei com Marte e Afrodite se for preciso.

- Cadê o príncipe?

saiu correndo pro quarto com um sapato na mão, mandou que se encerrasse a festa.

partimos amanhã, prepare-se.

- Vou ver o principe! - disse a musa saindo



Quando encontrou o príncipe ele disse:

-veja, veja, inconfundível, feitos pelo mesmo artesão- disse o príncipe com o seu sapato sem par e com o sapato de cinderella nas mãos

- Não, Não... quem fez esse aqui foi a moça que lhe apresentei, inclusive de-me que preciso devolve-lo

-Quem era sua amiga? uma artesã? uma princesa artesã? preciso encontra-la

- Olha só, esquece ela, me devolve esse sapato e esquece isso.

-você não entende, se ela fez esse sapato ela pode fazer a banda que falta do meu! quero casar com ela.

decido, vou me casar com a pessoa que fez esse sapato.

Erato sabia que agora sim ela estava metida numa enorme confusão! Quando estava quase desesperada, Eros apareceu.



-Que acontece aqui? estão brigando?

- Quem é seu amigo? - perguntou o príncipe

- Faz ele esquecer esse sapato- disse a musa

- Como é?

- Ele quer casar com Cinderella.

- Mas isso é ótimo! resolve vários problemas, aliás, qual o seu problema Erato. você nunca vai achar o elo , se nem ao menos consegue visualizar uma solução de

problemas simples bem debaixo do seu nariz.

- Olá- disse o príncipe- eu estou aqui, quem é seu amigo Erato?

- Oi, sou Eros.

- O deus, quanta honra recebe-lo.

- tá, tá- disse Erato- então faz ele esquecer que eu trouxe a cinderella,Apolo está ai partimos de manhã, e de manhã a

confusão vai ser muito pior.

- Olá príncipe, aceita um vinho?- perguntou Eros.

- Aceito sim, vocês querem me explicar alguma coisa?

Servindo uma poção no vinho Eros provocou alguns esquecimentos no príncipe, mas o deixou lembrado dos sapatos e da moça.



Como previu Erato o castelo amanheceu em polvorosa, o príncipe disse que não sossegava enquanto não achasse a moça do sapato

saiu ele próprio perguntando quem era a dona do sapato pois tinha tomado muito vinho naquela noite e não se lembrava bem da cara da moça

quando alguma dizia que era a dona ele pedia pra ver o outro lado do par, quando ouvia desculpa punha-se a enfiar o sapato.

Apolo decidiu que só partiriam quando aquilo se resolvesse e tentou de todas as maneiras arrancar confissões de Erato se ela e eros

estavam ou não envolvidos naquilo, sem sucesso.



Erato disse que ia ficar no Castelo, preocupada com a reação de Cinderella, que jamais havia mencionado desejos de ser princesa.



Assim foi, que o príncipe chegou na casa de Cinderella que não só tinha o pé do tamanho do sapato como tinha o outro sapato.



- Case comigo, seja rainha, minha rainha, a rainha de todos os meus sapatos, juntos seremos incriveis eu penso no sapato, você faz,

seremos o maior reino, teremos os melhores sapatos, podemos fazer uma escola de artesãos, será perfeito!

Cinderella adorou a idéia, casaram. Erato não ficou pra festa pois foi arrastada por Apolo para um reino onde havia

uma princesa que não saia do quarto por nada no mundo, poderia estar escondendo algo, o elo talvez?



Eros ficou, depois que Erato e Apolo sairam e deu uma boa flechada nos dois, logo que fez isso, sentiu algo em suas costas e um lindo par de asas brotaram de suas costelas, partiu feliz e saudoso, onde estaria sua querida musa?

terça-feira, 14 de setembro de 2010

As princesas de Erato I




Quando Erato aprendeu a dominar sua lira, decidiram que estava em tempo de que ela descesse para procurar o elo perdido, haviam muitas dúvidas a cerca de como a musa faria melhor uso de seus dons uma vez que lhe cabia a capacidade de extrair das pessoas aquilo que lhes fosse motivado pelos afeto fosse amor ou apego.

Quando Zeus e Mnemosine acharam que estava na hora da bela musa descer, chamaram Apolo, a quem a guarda da moça estava mais predominantemente confiada e lhe perguntaram, para onde achas que deve Erato começar seu trabalho? Nesse mesmo momento ouviu-se um estranho barulho de fogo e o carro de Marte parou numa brusca manobra na frente do Mouseion. Dele desceu a musa com sua lira pendurada por fios de ouro, tinha sandálias de ouro, e tudo nela reluzia.

Pulou no pescoço de Apolo que a rodopiou.
-Por onde andavas minha bela?
-Estava com Eros meu querido primo escolhendo sandálias e túnicas para melhor procurar o elo perdido, que achas dessas? Tenho coisas tão bonitas! Mas ainda não tenho casacos.
Caminhou até Zeus e Mnemosine a quem deu profunda olhada, pulou também no pescoço de Zeus e disse - Será que o senhor consegue pra mim um colar de estrelas anãs com Hera, quero tanto um lindo colar de estrelas anãs.
- Vou ver o que posso fazer bela musa.
E virando-se pra Mnemosine disse: - Mãe, muito cafonas essas suas roupas, fale com Harmonia, ela tem dicas ótimas. Mnemosine apenas riu, viu que Erato tinha muito de Apolo, que se havia de fazer.

Apolo tomou a frente da conversa e imediatamente sugeriu, minha bela musa terá uma importante tarefa, irá investigar tesouros reais em busca do elo perdido, onde haverá de ter mais apego e afeto do que entre reis e suas fortunas? Riram ele e a musa.Ela tem muito  jeito  para nobrezas, tesouros, reis, rainhas, príncipes e princesas haverá de fazer um bom trabalho.

Zeus lhe disse, lembre-se haverás de trazer registros de por onde andastes afim de que possamos investigar vestígios do elo, usa tua lira para obter o máximo de informações e investigue os tesouros com afinco, quanto mais souberes mais saberemos.
- Alea jacta est. Disse a musa, pra onde irei primeiro?
Vais visitar um reino não muito distante onde a rainha possui incontáveis anéis, um deles pode ser o elo perdido.
- Estou com o carro de Marte, disse pra Apolo, vamos logo, quero ver os anéis dessa rainha!
E assim foram.




Assim acompanhada por Apolo ela chegou ao primeiro reino, a rainha nunca sabia direito o que estava acontecendo pois vivia muito preocupada em contar  e recontar seus anéis tinha muitos e sempre que chegava a um certo numero era interrompida e recomeçava a contagem, de modo que passava a maior parte de seu tempo recontando seus tesouros, o rei estava  passando por uma difícil situação frente ao povo que governava que estava faminto enquanto a rainha passava os dias a contar seus lindos anéis.
Mesmo com essa situação aceitaram receber Erato no castelo, principalmente por que essa faria companhia a triste princesa que era filha deles e que andava cada dia mais triste tendo em vista que seus pais queriam que casasse e nenhum príncipe até aquele momento lhe agradara.
- Sejam muito bem-vindos disse o rei para Apolo e Erato
- Estou-lhe muito agradecido de receber nossa bela musa
- tenho certeza que ela será excelente companhia para minha filha que está sempre muito sozinha em suas atividades.
Detrás dele saiu uma princesinha cabisbaixa que se apresentou como Dália, Erato lhe apertou a mão e perguntou se ela sabia tocar lira.
A pequena princesa deu seu risinho pálido, mas um sorriso que há tempos ninguém via.

Erato e a princesa Dália passavam o dia envolvidas com liras, o rei providenciou uma para a filha para que pudesse tomar aulas com a bela musa, tocavam lira e adormeciam pelos bosques.
- Que tem de bom em seu reino? Perguntou para Dália
- Aqui quase não temos coisas boas, temos apenas o belo pântano e os anéis de minha mãe, que vieste fazer aqui?
- Procuro o elo perdido. Que está perdido e que ninguém sabe onde está.
- Quem o perdeu? Foste tu?
- Não. Ele perdeu-se antes de meu nascimento, mas cabe a mim e minhas irmãs procura-lo!
- Também procuro algo que não perdi.
Erato riu – um príncipe?
Riram.
- É disse a princesa um tanto entediada, pois é, um príncipe, para salvar o reino de meu pai e os anéis de minha mãe.
Riram.
Tocavam lira, passeavam pelo pântano, Erato dava dicas de como se vestir mais de acordo com sua posição e ela e a princesa ficavam muito próximas, Dália lhe ajudava a procurar o elo perdido entre o tesouro do castelo, interrogavam nobres e um dia foram ver entre o povo se não havia alguém entre os plebeus que soubesse onde estava o elo perdido.
Muito a contragosto a musa e a princesa colocaram roupas muito simples libertaram-se de suas jóias e foram beber vinho entre o povo.
Quando estavam pela terceira caneca de vinho e Erato já ensaiava subir em uma pedra pra perguntar se alguém tinha visto o elo perdido um rapaz se aproximou delas e perguntou cantarolante
Que fazem as rosas entre os espinhos? Procuram estrume paras converte-los em vermelhas pétalas e doces aromas?
- Procuramos um elo perdido, disse Dália.
- Pois estou perdido, e se eu for um elo?
- Erato disse- ô Elo, sabe tocar lira?
- aprendo rápido, disse o plebeu.
- como te chamas? Perguntou a princesa.
- Hanon, ao seu dispor bela dama, estou perdido e me encontraste, agora sou teu e terás de me levar.
Erato gostou de Hanon e deixou ele com Dália enquanto subia na pedra tocava lira e cantava assim.

Era um elo
E era muito belo
Foi um martelo
Quem lhe esculpiu
No dia da festa
Deuses embiagados
Tão distraidos
Que o elo escapuliu!
Quem terá visto
O elo perdido
Me conte agora
Onde foi que o viu
Como ele é
Não saberei dizer
Mas o reconheço
Assim que lhe ver.

Todos se embalaram com a cantoria de Erato e em pouco tempo a musa estava cercada de pessoas que mais queriam saber sobre o sumiço do elo do que propriamente fornecer informações sobre o seu sumiço.
Depois de muitas taças de vinho e muita conversa com Hanon a princesa Dáli pediu pra musa para voltarem ao castelo, e um pouco contrariada a musa que estava fazendo um grande sucesso com outros bebedores de vinho foi-se com a princesa, em companhia de Hanon
Que ia pelo caminho dizendo como era bela Dália e que certamente ele poderia ajudar a procurar o elo junto com elas.
- Que farão no Castelo perguntou Hanon.
- somos criadas da princesa respondeu Dália.
- Lamento por vocês pois esses nobres apenas sabem contar seu ouro enquanto o povo luta contra a fome.
Dália teve um leve rubor e pediu que Hanon fosse embora pois já estavam seguras.
Erato agradeceu e disse que ele por favor avisasse se soubesse algo do elo perdido e disse que ele tinha sandálias muito bonitas e que deveria arrumar um cavalo branco pois ficaria muito elegante se tivesse um, hanon agradeceu as sugestões e elogios e partiu beijando a mão de Dália.


Os outros dias que se passaram foram muito difíceis, pois a princesa não parava de pensar nas palavras de Hanon, principalmente em suas ultimas declarações sobre a família real.
Queixou-se tanto a Erato que essa resolveu ajuda-la e mandou um recado para seu primo Eros vir vê-la assim que possível.

Enquanto esperava que seu recado fizesse efeito Erato procurou a rainha e disse que pretendia ajudá-la na contagem de seus anéis, pois isso também lhe ajudaria  a procurar o elo perdido, uma vez que já tinha revirado todo o reino e faltava apenas verificar se ele não estav entre os seus anéis.
A rainha aceitou e disse que sua maior dificuldade era concluir a contagem e separá-los por afinidade, uma vez que sempre acabava misturando-os fosse por que tivessem diferentes materiais ou por que tivessem diferentes pedras.
Ouro e diamante, prata e rubi, ouro e ametistas, prata e esmeraldas. Sempre me perco e acabo colocando os rubis com as esmeraldas e deixando os diamantes espalhados.
- queria lhe perguntar: tem algum desses anéis que lhe pareça um estranho anel e que antes cá não estava?
- Não posso lhe dizer com segurança, posto que não consigo terminar de contá-los, sempre me perco na contagem , ou sempre constato que a classificação que escolhi para separá-los não era a melhor. E recomeço novamente de modo que não sei quantos anéis tenho e nem ao menos se já pude ver todos os anéis que tenho, além disso, o rei sempre me presenteia com anéis novos o que me obriga a sempre reiniciar a contagem.
- Por que não os conta simplesmente sem se importar com outros detalhes, podes assim contá-los e ao menos saberás quantos anéis tem e se tem algum que lhe é estranho e quem sabe um deles pode ser o elo perdido da corrente do destino.
- Tenho ouvido muito falar desse elo perdido, como por acaso ele é?
- Não temos ainda essa informação, mas eu como sou uma musa saberei quando encontrá-lo, mesmo sem jamais te-lo visto.
- Então permitirei que você me ajude com a contagem de meus anéis.
Assim puseram-se a contar e guardar os anéis em baús até que toda a contagem se concluiu após muitos dias e histórias sobre como cada um daqueles anéis foi parar nas posses da rainha histórias de  aniversários, arroubos do amor do rei, pedidos de desculpas, reinterações de afeto, lembranças de viagens, sempre que a rainha contava histórias pedia para ser acompanhada em sua narrativa pela lira de Erato que tocava prestando muita atenção pra ver se em algum lugar daquelas histórias havia indicio do elo perdido.
Finda a contagem Erato pode perceber que o elo perdido dos deuses também não estava entre as posses da rainha.
Quando chegou a essa conclusão Erato anunciou que em breve partiria o que deixou a princesa Dália ainda mais triste.

Além disso se abateu imensa tristeza também sobre a rainha, que sabendo seu numero exato de anéis lamentou ser o numero muito menor do que supunha e também o fato de que não mais havia com o que se ocupar tendo em vista que já havia contado todos os seus anéis.
Correu entre os súditos o numero exato dos anéis da rainha que era aumentado cada vez mais a medida que a noticia se espalhava, sendo assim, os súditos começara a ficar muito furiosos por que o povo carecia de suprimentos e a rainha nem tinha tantos dedos assim para por aquela quantidade absurda de anéis.
As investidas contra o castelo começaram e em pouco tempo urgia uma atitude foi Dália quem sugeriu para a mãe que a solução seria derreter todos os seus anéis de ouro e vender o ouro para salvar o reino, alem disso ela poderia ficar com as pedras e quando tudo estivesse bem, poderia fazer novos anéis com as antigas pedras.
Depois de muito lamentar-se a rainha aceitou, assim ela teria de recontar os anéis restantes e a sugestão lhe pareceu muito boa.
 
Não havendo no entanto nenhuma outra saída possível naquele momento  mandaram fundir todos os anéis de ouro transformando-os em uma bola que deveria ser convertida em benefícios para o povo.
 Esta bola foi colocada então no fundo do lago para que ficasse segura das investidas contra o castelo até que fosse encontrada a melhor negociação para ela.
Enquanto essa confusão acontecia, Eros encontrou-se com Erato num distante ponto do enorme jardim do palácio.
- Que queres priminha, estou super envolvido em minhas poções, só vim por que era um pedido seu, diga, diga, que preciso ir cuidar de minhas coisas. Tenho ainda alguns exércitos para visitar e coletar us ingredientes para minhas novas formulas.
- Podes ajudar Dália? Ela não tem pretendente, nem príncipe algum que queira desposa-la e como irei partir ela ficará ainda mais tristonha, quero ajudá-la.
- Sei quem é essa princesa é uma que não gosta de príncipe nenhum né?
- pois é! 
- Realmente cada dia mais difícil achar um bom príncipe lamentou Eros. Vou ver como poderei ajuda-la, volto em breve.
Abraçaram-se e se separaram.
Quando uma boa negociação para a bola de ouro foi feita, o rei pediu que Dália e Erato fossem até o lago pegar a bola de ouro quando lá chegaram no entanto não a encontraram, mas apenas um enorme sapo verde em cima de uma pedra.
- Bom dia senhor sapo disse Erato, podes por acaso nos dizer se viu uma bola de ouro por ai?
- Vi sim. Eu mesmo a guardei.
- Precisas devolve-la disse Dália, meu pai precisa dela para arrumar a confusão do reino.
- E eu o que ganho com isso?
- Nossa gratidão disse Erato.
- Ora pois está muito bem. E eu que farei com vossa gratidão? Acaso serve para aquecer, comer ou morar?
- E o que quer o senhor seu sapo em troca da bola de ouro.
- Não quero nada, quero apenas a bola de ouro e com ela hei de ficar pois a encontrei em meu pântano e o que aqui está é meu.
- Tens de devolve-la disse enérgica  Dália.
E o sapo pulou para o fundo do rio e desapareceu.

Erato soou sua lira e cantou

Que lagoa tão profunda
Dentro dela tudo está
Uma bola de ouro real
Um sapo a lhe ocultar
Com que mil palavras
Poderá ele escutar
Que precisa devolver
A bola que estava lá

E assim o sapo emergiu novamente e disse, quero ser um príncipe, melhor do que ter uma bola de ouro é ser um príncipe, me façam príncipe e eu devolvo a bola.
As duas ficaram muito impressionadas com a audácia do sapo e lhe disseram que não existiam sapos príncipes e que ele deveria contentar-se com sua condição de sapo e devolver a bola ou não sobraria uma só gota daquele pântano até que a bola de ouro fosse encontrada, palavras de uma irreconhecível princesa até então muito apática, que deixaram o sapo e Erato muito impressionados.
Muito irritada Dália jogou seu chapéu em cima do sapo e o prendeu para levá-lo até o castelo afim de que ele dissesse ao próprio rei que não devolveria a bola de ouro real.
Para surpresa das duas o sapo foi-se muito quieto dentro do chapéu.
Quando chegaram no castelo e o sapo foi colocado sobre a mesa do rei ele disse assim.
-Queres a bola de ouro e eu quero ser príncipe, ambos podemos ter o que queremos.
- Senhor sapo- disse o rei, esta bola de ouro pertence ao reino, nada lhe devemos, o senhor está de posse de algo e deve devolver.
- Senhor rei, encontrei uma bola de ouro em meus domínios e nela não há nenhuma indicação de pertencimento, logo, não hei de devolve-la a ninguém, tão somente troca-la, no seu caso por um titulo de príncipe.

Erato começou a estranhar a inteligência daquele sapo e pediu a todos alguns minutos a sós com ele para melhor negociar.
Assim que todos se retiraram o sapo em cima da mesa transformou-se em um belíssimo rapaz de vestes divinas.
- Eros!!!!!!! Sorriu Erato, que queres com essa confusão?
- Priminha querida, achei alguém que pode se casar com sua amiga princesa sem graça, é um rapaz que diz que admira muito a princesa, sempre a julgou muito bela e que de bom grado com ela se casaria não fosse ele plebeu e impossibilitado de casar com princesas e pelo que parece , se bem entendi há uma certa correspondência entre eles, que certamente deve ser desaprovada por seus pais.
- Mas onde queres chegar com esse papo de sapo?
- Bem você há de convir que um sapo querer ser príncipe é demais não é?
Erato riu afirmativa.
- Muito mais do que um plebeu virar príncipe, não concorda?
- Desculpe mais ainda não compreendi o desenrolar do seu plano.
- Agora você faz sua parte, diga ao rei que ofereça a mão da princesa aquele que encontrar a bola de ouro, que já está de posse de Hanon, convença-os de que é muito melhor que fazer vontades de um sapo.
Erato gostou tanto da idéia segurou na mão do primo Eros e deram muitos saltinhos. Eros tornou se transformar em sapo e quando todos voltaram para a sala Erato disse que o sapo estava irredutível e que melhor seria oferecer um premio a quem encontrasse a bola de ouro.
- Mas com que ouro pagaremos? perguntou a rainha
- E a princesa Dália para surpresa de Erato disse, farei esse sacrifício, façamos então de qualquer um príncipe, afim de que este sapo aprenda sua lição, ofereço minha mão para aquele que encontrar a bola de ouro que irá salvar nosso reino.
O rei e a rainha vacilaram, duvidaram, refletiram , mas tendo em vista as dificuldades que tiveram até aquele momento de casar a princesa, acharam que realmente aquela sugestão ia solucinar dois outros problemas, a falta de pretendentes da princesa e o sumiço da bola de ouro.
Foram feitos os anúncios e a titulo de disfarce foi esperado um tempo até que Hanon entregou a bola de ouro e desposou a princesa.
Depois Erato veio a saber que Hanon e a princesa já haviam combinado tudo desde que aquele e Eros se encontraram para as negociações, Eros sumiu antes de ser devidamente castigado como um sapo chantagista.

Apolo chegou durante o casamento para buscar Erato, que foi a madrinha, Dália lhe entregou uma linda carta declarando todo seu afeto e a rainha lhe deu outra carta contando toda a histórisa dos anéis que ela lhe havia ajudado a contar, lhe presenteando com um anel muito bonito, que Eros disse que deveria ficar com ele como pagamento por ter feito papel de sapo naquela história .  O que Erato achou muito justo, tendo em vista que o anel nem ao menos era de ouro.
Após tocar sua lira para os noivos Erato partiu para um novo reino já articulado por Apolo, onde havia um príncipe que acabara de herdar uma imensa fortuna, desconhecia suas posses e o elo perdido poderia estar com ele, era solteiro e Eros quis ir junto para conhecer o tal príncipe, mas Apolo o advertiu que não queria novas confusões, pois tinha certeza que ele tinha participação na história do sapo.
Assim Eros não pode ir junto, mas prometeu para Erato que em breve a encontraria.