sábado, 30 de outubro de 2010

As princesas de Erato IV- IV



E assim Eros e Erato seguiram em direção a floresta, caminharam por um tempo, até que ao longe entre estranhas flores brancas viram o coelho branco, deram um único passo e o coelho desapareceu por uma clareira na floresta, Eros saiu voando na direção do coelho  e na subida uma de suas flechas caiu aos pés de Erato.
Ela ainda correu para onde tinha desaparecido o coelho mas parou, lembrou que tinha esquecido a cornucópia no castelo, tinha fome, seguiu caminhando com a flecha de Eros na mão, depois de muito caminhar pela clareia distraindo-se com a quantidade impressionante de lindas flores e imensas árvores sem frutos, viu um grande arbusto e no ponto mais alto deste uma única fruta muito vermelha, Erato tentou pega-la mas ela estava um pouco mais alto do que ela alcançava, assim auxiliada pela flecha de Eros, ela conseguiu espetar a fruta e come-la em apenas algumas mordidas.
Após comer a fruta Erato sentiu-se estranhamente forte, sentia seu corpo mudando teve medo, depois passou, tocou em si mesma e notou diferenças significativas, pensou que tinha desobedecido Zeus e que talvez aquela fruta tivesse lhe feito mal, ao pensar isso sentiu uma certa tontura e teria mesmo desmaiado se não tivesse visto o coelho branco escondido no meio dos arbustos de onde tinha vindo a fruta.
- Procuro a princesa Branca, o espelho me disse que devia segui-lo- disse ao coelho.
O coelho não respondeu nada apenas saiu correndo, seguido por Erato que correu muito e de repente viu-se despencando de um imenso despenhadeiro, a sensação de queda no entanto não a desesperava, era um tipo de alívio, sentia-se crescendo e ficando maior durante o despencar, antes de chegar ao chão foi socorrida por Eros, que ela notou também estava bem diferente, e muito parecido com o pai Marte, mesmo que rosto ainda lembrasse Afrodite.
Ele a deitou no chão e eles passaram  tempo olhando para seus próprios corpos, Eros encaixou se em Erato e ela deixou-se abraçar colocando o rosto do deus entre o pescoço e o ombro, passaram horas desvendando as transformações nos próprios corpos e no corpo do outro, flores estranhas caiam sobre eles e Eros as colocava sobre  Erato pagava-as de volta com a boca e jogava-as sobre os cabelos esparramados da musa, Erato sentou-se sobre o corpo de Eros para melhor se observarem, tocaram-se e buscaram diferentes formas de caberem-se um no outro. Como Eros falasse algo em tom muito baixo Erato encostou sua boca na dele para  ver se tinha o poder de fazer as palavras entrarem pela sua boca, já que estavam descobrindo poderes inimaginados, passaram muito tempo passando segredos entre bocas.
Eros dizia
- Me sinto quente, muito quente- disse Eros na boca de Erato, quando lhe procurei encontrei apenas uma fruta mordida, pensei que poderia estar envenenada eu mesmo provei dela para saber o que tinhas
-É a fruta que colhi com tua flecha.
- Posso sentir, estas quase me queimando, encosta teu rosto em meu pescoço, sente, meu sangue que ferve.
- Nunca experimentei essas quenturas disse Eros, nunca havia sido tocado por minhas próprias flechas.
- Isso é o amor Eros?
- Nesse momento sinto que não posso me afastar de você, tenho vontade de dormir e acordar buscando bons encaixes para nossos corpos, disse dentro da boca da musa.
- Não consigo ver em ti nada que não tuas belezas, queria seguir contigo todo rumo da tua eternidade que não me pertence
- Quero tornar-te eterna para estares sempre comigo
-Funde-me ao tu corpo, quero ficar em ti.
- deixe-me beber todas as tuas palavras.
-Não sinto perigos contigo, se te abraço não há despenhadeiros
-jamais te deixarei cair.
Assim de boca em boca eles diziam suas aflições e brincavam com flores,  jurando eternidades.
Estavam envolvidos nisso quando o coelho branco apareceu e disse no ouvido de Erato, deves vir comigo, deixe-o, lhe encontrarei quando estiveres só.
Erato estremeceu, apertou muito forte um Eros adormecido, e uma angustia tomou conta dela, olhou pra Eros e pensou no elo perdido, precisava encontra-lo, era o destino do mundo, era o seu destino, levantou-se tomou-a uma aflição, olhou pra Eros e o viu deformado, sentiu muito frio, tocou Eros e ele também estava gelado, acordou-o.
- Deixa-me dormir- disse o deus.
-Preciso partir- falou brusca Erato.
- Me aguarde depois iremos, deixa-me ter sonhos, só os posso ter adormecido
- Não virás comigo devo ir só.
- Sendo assim te espero enquanto sonho
- peço-lhe que parta, não quero mais vê-lo, você me causa muitos problemas, não desejo mais sua companhia.
- Erato deixa-me te ajudar, deixa que eu vá contigo, sou um deus posso lhe ajudar, estamos tanto tempo juntos, sabemos como somos, aceitamos nossos defeitos, deixa-me te acompanhar.
- Não insista, devo partir, tenho que cumprir meu destino, você não está nele, siga suas asas elas saberão pra onde lhe levar, vá experimentar suas flechas, temos que nos separar, precisamos saber quem somos agora, não nos caberemos mais.
Eros abraçou Erato e sentiu frio, a musa lhe escorregava, não cabia em seu abraço, ele sentiu e deixou-a ir, voou bem alto e sumiu no céu sem nem mais uma palavra.
Erato num imenso alívio saiu correndo para procurar o coelho, viu que ele a esperava em um caminho,  ele corria muito e Erato vez por outra o perdia de vista, numa dessas vezes parou e ouviu o soar perfeito de uma lira, os acordes mais harmoniosos que já tinha escutado, seguiu o som  ele lhe aquecia do frio deixado por Eros em sua partida.
Encontrou uma linda mulher sentada tocando.
-Olá! Disse a musa
- És muito bela disse a mulher
- Tua lira me trouxe até aqui.
-Gostas de Lira?
-Sei tocar?
-deixa-me ver tua lira
- posso tocar a tua?
E assim liras trocadas tiraram mil acordes, fizeram um som que inundou toda a floresta e já ia novamente Erato se esquecendo de procurar a princesa Branca quando perguntou pra linda mulher, como te chamas?
- Sapholyne e tu
- Erato, sou uma musa e procuro o elo perdido.
- Eu cá estou por que procuro belezas e me disseram que aqui vive a mais linda de todas as princesas, queria vê-la para fazer alguns bons versos para serem acompanhados por minha lira.
- Também a procuro.
- Já a encontrei, estou muito decepcionada.
- Por que?
- Não é tão  bela quanto eu esperava da mais bela das princesas, já vi outras mais bonitas.
- Deves ter encontrado outra princesa, ela é a mais bela de todo o reino cheio de belezas.
- já a viste?
- Não.
- Como eu disse, não é bela, sei onde está posso lhe indicar o caminho, mas antes deixa que eu faça um poema pra tua beleza, fica junto a minha lira, e assim Sapholyne sussurrou um poema pra Erato e esta lhe retribuiu

Se em mim não há a deidade
Mesmo assim de mim desfruta
Que aqui do teu lado sentada
Vacilante entre a montanha e a gruta
eu sinto a brisa molhada que por nós se precipita

Se sabes meu gosto o ocultes
E te perca em meus mistérios
Canta-me então os teus versos
Feitos pra minha pena

Parto agora em destino
E aqui te deixarei,
Mas te prometo que em breve,
Pelo mundo te encontrarei.

Trocaram poesias, informações, mapas e prometeram se encontrar assim que possível, ainda segurando a mão da musa  Sapholyne disse - Promete-me voltar?- minha lira precisa de ti!- disse-lhe ao ouvido- e a musa disse-lhe dentro da boca- e eu preciso de tua lira, engolidas as palavras, separaram-se e Erato já sabia exatamente onde estava a princesa Branca, só havia esquecido de perguntar por que ela não era bela ao ponto de inspirar um poema de tão boa tocadora de lira.

Caminhou ainda um bom pedaço quando viu o coelho parado em cima de um monte de folhas, correu na direção dele e quando o alcançou o monte de folhas cedeu sob os seus pés e ela caiu em um buraco.

Quando olhou ao redor estava sentada em cima de uma mesa rodeada por 6 pequenos homens e um casal, a mulher era muito branca tinha algumas manchas no rosto, usava roupas muito largas e um cabelo bem desarrumado, estava com a cara abaixada em um enorme prato de comida e mal olhou pra musa, mesmo que todos os outros estivessem olhando pra ela.
O rapaz que tinha o tamanho normal, tomava um vinho com a cabeça encostada no ombro da mulher, que levantando o rosto perguntou pra Erato:
- Então você é a musa que está me procurando?
- Princesa Branca? - Disse Erato quase num berro.
-Esperava que eu fosse mais bela suponho.
-Bem, você não se encaixa na descrição que me deram.
- Pois eu vou dizer uma coisa pra você musa, eu não sei de elo perdido nenhum, nunca fui em templo nenhum cultuar deus nenhum, não to afim de conversinha de concurso, faço o que eu quiser- parou, tomou o copo da mão do rapaz, bebeu, encheu o copo de novo, bebeu e assim fez até secar o jarro em cima da mesa.
-Continuando, não me encaixo naquele reino, não vou voltar pra lá, não agüento mais aquela conversinha de ‘olha tem uma espinha,oh, o que faremos, chamem os magos’, ‘Branca não coma isso’, ‘branca não tome sol’, ‘branca não chegue perto dos doces’, ‘branca você engordou’, ‘branca isso não são modos’, ‘branca você não está muito bonita hoje’, ‘viu a filha do duque não-sei-quem será mais bonita que branca’, ‘quem é mais bonita a rainha ou a princesa?’ ‘Olhe o vestidos de não-sei-quem são melhores que os seus!’ Cansei entendeu! Cansei! Vou comer só o que eu quero, vou me vestir como eu quiser, vou pra onde eu quiser. Pra que  eu quero ser uma princesa se eu não posso nada? Entendeu musa, sei que você não tem nada com isso, mas aqui a gente se entende.
Meu amigo aqui é mudo, eu falo, ele escuta, ele não me julga, nos damos bem, ele é meu príncipe, não tem castelo nem cavalo, mas eu gosto dele. Meus amigos aqui também sofreram muito, cada um tem sua história, histórias muito tristes, foram expulsos, perseguidos, cada um com seu problema a gente se entende, quero ficar aqui! E se você quiser pode ficar tomar um vinho e comer algo, se não quiser pode ir embora! Só não tente me tirar daqui.

Erato respirou fundo, encheu um copo de vinho, tomou, tocou em sua lira a musica que aprendeu com a linda mulher da floresta, conversou um pouco com os anões, ouviu suas histórias, tinha decidido esperar a Branca se acostumar com a presença dela.
Assim todos foram pra o lado de fora da casa, fizeram uma roda pra dançar ao som da lira de Erato, riram e quando Branca já parecia bem calma deitada no colo de seu príncipe mudo Erato chegou perto dela.

-Sabia que sua madrasta está presa?
- Presa? Por que? Ela não faz mal a uma mosca
- Pelo seu desaparecimento.
- Quem está governando?
- O duque de Apple.
A princesa branca se levantou furiosa.
- Não acredito! Eles são os piores, a duquesa todos os dias ia me ver apenas para me dizer os erros que eu cometia, todos os dias, falando de meus vestidos, de minha pele, ela sempre soube que não tem chances no concurso, agora prenda a Madra, isso é o fim, sabe por que vim parar aqui, por que um dia num chá com as damas, ela me perguntou se eu estava lavando meu cabelo com laranja, por que ele estava um bagaço! Chorei muito, estava fragilizada com os últimos acontecimentos, meu pai lá verde e estático em cima daquela pedra fria. Minha madra inconsolável e aquela duquesa ali falando de meu cabelo e todos rindo, fugi! E agora eles se aproveitaram das ciscunstâncias! Ai! Odeio esse reino!
- Calma Branca,você disse que seu pai está verde em cima de uma pedra, achei que seu pai tivesse morrido.
- Ele está morto, está verde, foi colocado em uma caixa de vidro e está num mausoléu do castelo. Até que se apure o que lhe aconteceu, muita gente fala que fi envenenado, meu pai era muito bonito, ele era o homem mais bonito do reino, usava muitas coisas, tomava a poção de muitos magos, para conservar-se belo, não sabemos bem o que aconteceu, mas agora que você falou percebo tudo, foram os duques de Apple. Precisamos resolver isso logo, você não acha Dum?
E o príncipe mudo balançava afirmativamente a cabeça de enormes orelhas e sorria consdescendente! A princesa o abraçou apertado e disse – o que vamos fazer musa? preciso resolver isso, não posso deixar que o duque ocupe o lugar de meu pai e mais do que isso, não posso deixar a duquesa ganhar o concurso da mais bela!

- O que você sugere? perguntou a musa.
- Preparem-se todos, partimos essa noite para o castelo! Quando for de manhã já estaremos lá serão pegos de surpresa bem na hora do concurso!
Erato sorriu! Enfim as coisas ia se esclarecer. e tocou a musica de Sapholyne em sua lira. 

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

As princesas de Erato IV- parte III


Hortência disse que ela poderia ir até o corredor que ela lhe indicaria e que chegado lá ela perguntasse pelo chefe da guarda pois desse corredor em diante não poderiam mais passar, Indicou-lhe o caminho e seguiram não foi difícil de achar, muitos guardas cuidavam da entrada do corredor
Erato e Eros iam reparando em todas as roupas bonitas e nos cabelos muito arrumados e nas belezas todas em volta, Eros estava visivelmente fascinado com aquele reino e andava louco para usar suas flechas mas estava evitando confusões tendo em vista que estava autorizado a acompanhar a musa na busca do elo. Quando chegaram no corredor indicado como Hortência havia dito foram imediatamente barrados:
Um guarda alto e muito elegante disse:
-Infelizmente apenas o chefe da guarda pode deixar vocês entrarem
- Estou procurando por ele disse Erato, sou uma musa e procuro o elo perdido e auxiliaremos na busca pela princesa.
- Terão de esperar por que o capitão foi conversar com o Duque de Aplle.
Não demorou muito o Capitão apareceu, ambos ficaram muito impressionados com ele, era o mais alto e o mais luxuosamente vestido, mais até que o próprio duque. Eros foi o primeiro a falar :
- Olá Capitão! Estamos procurando o Elo Perdido!
- E você quem é?
Eros olhou muito contrariado para Erato, se ela não tivesse dito que ele era um assistente agora teria todas suas glórias de rei, mas não, calou-se.
- É meu ajudante, e eu sou a musa Erato, enviada dos deuses
O capitão fez uma demorada reverência e disse - Esperávamos por sua vinda, sabemos que as musas são muito boas em procurar.
Erato preferiu não dizer que não era boa de encontrar.
- Gostaria de falar com a rainha e também de ter a chave para as portas que estão trancadas, pois preciso procurar o elo em todo o palácio.
- Ambas as coisas só podem ser autorizadas pelo Duque, estive responsável por isso até o presente momento mas acabo de ser informado que apenas o Duque pode dar a autorização para visitas á rainha e suponho que também para que vocês visitem as salas de embelezamento que estão trancadas.
- Salas de embelezamento?- perguntou Erato, enquanto Eros dava voltas em volta do capitão.
- Isso, são as salas onde as damas se preparam para o concurso anual.
- E por que estão trancadas?- disse Eros.
O capitão olhou-o e dirigiu-se para Erato
- a competição é muito acirrada e por aqui sempre são muito bem guardados os segredos de beleza de cada uma, que manda vir poções, magos, costuriras, é muito movimentado por aqui neste período por isso redobramos a segurança.
- E onde está o Duque perguntou Erato, preciso vê-lo não é?
- Ele acaba de sair para algumas ações diplomáticas, deve voltar em alguns dias.
- e até lá, não poderemos ver a rainha? Perguntou Erato já um pouco irritada com tantos impecilhos para busca do elo
- Lamento que sim . disse o capitão, e completou dizendo- Bonita lira, já toquei muito bem, faz um tempo que não toco.
- Se quiser podemos tocar juntos, disse Erato tirando um belo acorde do instrumento.
- Terei um tempo depois do por-do-sol, que tal tocaemos algo e tomarmos um vinho?
- Será ótimo, onde nos encontramos?
- Eu encontro você!
- Então vamos andando... disse Eros puxando Erato pela mão.
- Só mais uma coisa- disse o capitão segurando o braço da musa- livre-se desse seu ajudante...
Erato sorriu e balançou a cabeça positivamente.

Quando estavam sozinhos Eros bradou!
- Erato! Você me paga! Você me paga!  Você viu como fui tratado? Você sabe quantos templos eu tenho? Quantas homenagens me são rendidas? E agora ninguém me reconhece, ninguém sabe quem sou! Por que você inventou essa bobagem de eu ser seu ajudante!
- Eros, não me atrapalhe, me ajude, como faremos pra ver a Rainha? Acho que querem esconder alguma coisa da gente!
Certo venha, vamos por aqui, , saíram correndo, voaram pelas janelas e em alguns minutos, estava dentro do quarto da rainha.
Eros ficou estasiado diante da Rainha, era linda, tinha olhos imensamente azuis e lábios muito vermelhos, nem Afrodite era tão bonita, nem uma deusa, nem musa nenhuma, nem Helena.
- Não deixe ela enganar você, sou Eros.

- O que vocês fazem aqui? Vieram me salvar? Disse a rainha linda e simpática.
- Salvar você? – disse Erato- Não, nós viemos para que você nos diga onde está a princesa desaparecida.
- Oh, vocês também pensam que fui eu?
 E dizendo isso a rainha caiu num choro que deixou Eros muito comovido- Então não foi você?- perguntou Eros já segurando a mão da rainha, foi imediatamente puxado por Erato.
- não deixa ela te enganar ela já matou os dois reis e deu sumiço numa princesa, ela é perigosa.
- Ela é linda, Erato, me desculpe, ela é linda!
- Depois falamos sobre isso Eros, agora precisamos saber onde está a princesa.
- Erato não tenho condições de pressioná-la, ela é bonita demais.
-Deixa comigo!
-Então Rainha perdoe nosso coxixo, mas preciso saber onde está a princesa?
- Não sei, não sei nada disso, Branca é como uma filha pra mim, eu cuidei dela desde pequena, lhe ensinei a se vestir e se arrumar, cuidei dela, e de repente toda essa confusão, meu marido morreu, minha princesinha sumiu e eles me prenderam aqui! Não fiz nada! Nem ia participar do concurso esse ano, é a primeira vez que Branca poderia concorrer, não sei o que está acontecendo lá fora. Ninguém me conta nada.
- Você não sabe ? você não sabe de nada?- perguntou Erato meio atordoada.
- Não sei, me trancaram aqui, não sei.- disse e começou a chorar de novo
- Não chore rainha linda, disse Eros, conte-nos mais.
- Estava tudo bem, cheguei aqui neste reino depois da morte da rainha, vim para o concurso e ganhei, o rei acabou casando comigo, desde então fui muito hostilizada neste reino, as mulheres daqui nunca gostaram de mim e os homens também, sempre chateados comigo por conta das constantes tentativas de sedução, sempre amei muito meu rei, nunca fui de ceder á tentações, e isso sempre despertou a ira de muitas pessoas. Quem está no poder?
- O conde de Apple- disse Eros.
- Oh, estou perdida, jamais sairei daqui, disse a rainha.
- Por que? -Perguntou Eros
- O conde é totalmente manipulado pela condessa, e ela é a principal candidata depois de mim e da Princesa...
- Oh! assustou-se Erato, mas isso muda tudo!
- Vocês podem saber mais coisas se falarem com o mago do espelho que fica no porão.
-Mago do espelho?
-É um amigo meu que foi aprisionado em um espelho e sabe de muitas coisas, falem com ele lá no porão ele deve ter mais informações que farão vocês compreenderem o que se passa aqui, temo pela vida de Branca, a duquesa de Apple sempre quis o titulo de mais bela!
-Vamos, Vamos- disse Erato, Eros já ia voando quando a rainha perguntou- Você é realmente o deus Eros? 
- Sou sim mas não conte pra ninguém linda rainha!
Quando sairam Erato perguntou- E se ela contar?
Eros disse - A mentirosa é você!

Depois de muito andarem pelo castelo encontraram uma entrada para o porão, nesta entrada uma enorme escada conduzia para um corredor cheio de muitas portas , muitas delas trancadas, até que encontraram uma  sala cheia de espelhos.

cada espelho fazia com que Eros e Erato ficassem diferentes, em altura, largura e profundidade. 
Eros nao estava gostando nada do lugar e Erato estava se divertindo muito.
- Prefiro minha forma original!- disse Eros
-Estou me divertindo- disse Erato olhando para a um espelho de onde apareceu um estranho e belo rosto de rapaz, parecia um pouco com o próprio Eros, Erato viu que Eros estava bem longe e perguntou, você é o mago? amigo da rainha?
- Vocês estiveram com ela? pobrezinha está sem um espelho, deve estar terrivel!
- Está linda disse Eros.
- Ela nos contou uma versão diferente da que todos contam no castelo, o que você tem a dizer sobre isso?
-É verdade, a rainha e a princesa estão sendo vitimas de uma conspiração, provavelmente articulada pela duquesa, vi aqui em meus espelhos que Branca ainda está viva  e escondida na floresta, vão procura-la só ela pode salvar a rainha, sigam o coelho branco!
- O coelho, eu sabia!
- Vão logo, e digam pra Branca não ter medo de nada que eu poderei ajuda-la, ela não vai querer vir, mas voces devem convence-la ou traze-la forçada. vão.

e assim Eros e Erato seguiram para a floresta para encontrar a princesa Branca. 


quinta-feira, 21 de outubro de 2010

As princesas de Erato IV- parte II


Quando ia chegando perto do reino Erato se deu conta de que estava indo sozinha para um lugar muito perigoso, assim que pensou nisso um coelho apareceu e ficou olhando pra ela,  sorrindo  ela disse:  você não me engana mais, sei que é você !
O coelhinho continuou olhando pra ela e saiu correndo, ela saiu correndo também  gritando – Eros volte aqui, volte aqui, tropeçou em alguma coisa e caiu perdendo de vista o coelho, quando virou-se pra ver o que era que tinha lhe feito tropeçar viu uma tartaruga.
- Ai, por que será que Eros fugiu de mim - disse ela olhando pra tartaruga que mastigava uma folha bem verde – Agora vou ter que ir sozinha pra aquele reino super perigoso, a tartaruga continuava mastigando. A musa sentou numa pedra, pegou sua lira e cantou assim:

- Eu tenho medo de me envenenar
E preciso o escondido procurar
O que haverá acontecido por ai
As coisas somem e é difícil engolir
Se eu fosse eterna não precisava temer
Qualquer coisa que fosse me acontecer
Mas sou a musa da lira sem ninguém
Que poderá comigo ir pra mais além?
A tartaruga largou a folha e disse:
- Espero que você melhore, toca bem e canta muito mal!
- Erooooooooooooooooooooos!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Ai, estava me sentindo tão sozinha aqui, ainda bem que você apareceu!
- Você disse que estava com medo? Não sabia que as musas tinham medo!
- Medo eu? Não tava com medo nada, sou uma musa o perigo é meu destino!
- Medo de me envenar... você disse!
- Ah! Foi... pois é... talvez eu realmente tema aquilo que não posso ver, mas tnho a cornucópia divina , nada vai me envenenar.
- E o medo?
-Eros você não sabe nada, você disse que o amor era uma febre e Zeus disse que não é só isso.
-E Zeus sabe o que é o amor?
- Ele é Zeus!
- E eu sou Eros, filho de Afrodite e Marte!
- Ai, e eu sou apenas uma musa que não sabe usar seu dom, e quer aprender o que é o amor, pra poder fazer o seu trabalho.
- Pensei que seu trabalho era procurar o elo perdido.
-  Eros, não sei se você deve ir comigo, pode ser perigoso e além do mais já fizemos muita confusão!
- É? Pois vou lhe dizer duas coisas, primeiro sou um deus e faço o que quero, segundo Apolo me pediu pra vir encontra-la.
Erato fez uma cara desconfiada e desabou numa gargalhada!
- O que foi ? perguntou Eros
- É que as coisas aqui já estão uma confusão, logo você não tem como atrapalhar mais, além do mais estão acontecendo uns envenenamentos, assassinatos, seqüestro, acho que Apolo pensou que seria bom mandá-lo pra cá.
Eros deu de ombros, era destemido – Sendo assim não preciso ficar como tartaruga, irei em forma humana.

- Quero que você me explique de novo o que é o amor- disse Erato.
- Por que você não deixa eu te dar uma flechada ai você descobre!
- Eros, acho que essas suas flechadas não são o amor verdadeiro
-Claro que é verdadeiro! Todo amor é uma intervenção de divindades, se tivéssemos ainda o elo que foi perdido, seria possível saber quem amaria quem, ou o quê por toda a eternidade, e assim todo amor sentido seria absolutamente previsível, ou seja verdadeiro, por que advindo das vontades divinais, sua boba!
- Quer dizer que todo amor é previsível?
- Era! Mas o elo perdeu-se, agora, bem, não sabemos direito o que pode acontecer, mas eu tenho minhas flechas, tem certeza que não quer experimentar?
- Sei não, estou fugindo de venenos, não sei se quero experimentar esse.
-Se mudar de idéia, pode falar.
-Você sabe o que está acontecendo nesse reino? Todas as confusões?
- sei sim , cheguei aqui antes de você, e dei uns passeios pelo castelo.
- como tartaruga? Riu a musa.
- Não, como um lindo ratinho branco.
- você era o coelho?
-Coelho?
- Deixa pra lá, olha ali os muros do castelo, conte-me logo o que é que você sabe.
- O rei morreu envenenado e as suspeitas recaíram definitivamente  sobre a rainha, tendo em vista que a antiga rainha também morreu quando logo depois da atual ser admitida no castelo como ama da princesa desaparecida. Sempre houveram suspeitas sobre ela mas foi somente apenas após o desaparecimento da princesa que realmente ela foi aprisionada em seu próprio quarto após uma decisão dos conselheiros reais, que aliás estão reunidos agora para decidir quem deve assumir o trono, por que a princesa sumiu e a rainha está sob interdição.
- Então foi ela mesmo?
- Tudo indica – disse Eros.
E assim os dois chegaram a entrada do palácio e foram recebidos por uma pequena senhora muito gentil, mas com um semblante muito triste, que pediu desculpas por que todos os nobres estavam reunidos para decidir o governo provisório, mas que poderia conduzi-los até seus aposentos e que eles estavam liberados para procurar o elo perdido em nosso reino onde vocês são muito esperados.
- Como se chama a senhora? perguntou a musa
- Me chamo Hortência, sou a babá de Branca, a princesa desaparecida, aqui alimentamos a esperança de que em sua busca pelo elo, você possa encontrar ainda com vida nossa princesa, disse deixando cair algumas lágrimas.
- Pode deixar, que vamos procurá-la , disse a musa sensibilizada.
- Vou levá-los até os quartos de vocês e pedirei que sirvam algo para que vocês comam.
- Não se preocupem com isso, não comemos- disse Erato- coisas divinas, sabe como é?
A senhora pareceu não entender bem, mas os deixou se alojarem, e como eles tivessem dito que esperavam ser recebidos pelos nobres, ela os levou até a ante-sala onde a decisão estava sendo tomada, Eros sugeriu pra Erato transformar-se num ratinho para ir lá ouvir o que eles estavam falando, mas ela não achou que aquilo fosse muito correto.
- Então você acha correto envenenarem reis e darem sumiço em princesas?
- Eros não sabemos ainda o que aconteceu?
Estavam no meio desse diálogo, quando a porta se abriu e de lá saíram alguns nobres, todos muito bonitos e arrumados, com a cara de poucos amigos, podia-se ouvir a frase
- Péssima escolha!
- Isso não vai dar certo.
- Isso não vai ficar assim.

Eros e Erato entreolhavam-se quando foram interrompidos por um homem muito bonito que vinha entre cumprimentos de outros nobres para falar com eles.
- Olá sou o duque de Apple e acabo de ser nomeado para o trono, creio que vocês são os enviados divinos para buscar o elo perdido em nosso reino.
- Sou a musa Erato e esse é meu ajudante- Eros olhou-a muito irritado , mas não disse nada, limitando-se a sorrir e cumprimentar o nobre.
- Sejam bem-vindos ao nosso reino como vocês sabem estão havendo muitos problemas por aqui e a vinda de vocês nos traz uma grande esperança de que alguma coisa possa ser feita para solucionar os mistérios, e podermos encontrar nossa princesa perdida.
- Duque podemos sim ajuda-los, peço-lhe que me conte em que cisrcusntâncias a princesa desapareceu.
- Foi tudo muito rápido, uma semana após a morte do rei a princesa desapareceu misteriosamente, em uma manhã não foi encontrada pela babá, já revistamos toda a floresta e todo o castelo e nada da Branca, o que é uma pena pois o concurso anula de belezas se aproxima e perdemos duas das candidatas mais fortes, a princesa e a Rainha, que estando sob interdição também não participará do concurso.
- Esse concurso é apenas para mulheres, perguntou Eros.
- Sim, respondeu o Duque, num gesto brusco, bem foi isso que aconteceu, estejam a vontade preciso encontrar com minha esposa para organizarmos as coisas do concurso, infelizmente ele é nossa mais antiga tradição e não poderemos deixar de faze-lo mesmo diante das terríveis circunstâncias. – e dizendo isso saiu.
- Por que você não disse quem eu era? Seu ajudante? Eu sou Eros , eu sou um deus!!!! E você sua musinha distraída que não consegue nem achar um ela perdido, que nem sabe o que é o amor sai dizendo que sou seu ajudante? Estou quase te dando uma flechada!
- Eros, pense comigo... esse reino  cheio de vaidades, se descobrirem que o deus Eros está aqui, não nos deixarão em paz.
- É. Nisso você tem razão.
-Então. Além do mais... você é meu ajudante nessa missão, por que a missão é minha, aliás Eros nunca perguntei, por que você tem tanto interesse em me ajudar?
- Ora, bem... estou sem fazer nada... adoro princesas e nobres e aventuras, decidi vir com você... só isso...
- Sei. Então tá, não vamos revelar sua verdadeira identidade.
- Minha ótima identidade escondida... não gostei da idéia, mas tudo bem, menos confusões...
- Isso, agora eu queria ir ver a madrasta suspeita, pra ver se ela conta onde está a Princesa Branca.
Vamos procurar Hortência, disse Eros, saíram pelo castelo e enquanto procuravam Hortência Erato tocava lira e procurava o elo perdido, encontrou muitas salas trancadas e precisaria pedir ao duque que por favor lhe abrisse todas aquelas portas por que seria muito difícil achar o elo perdido com tantas portas trancadas. Quando encontraram com Hortência essa lhes disse que era o chefe da guarda que tinha a posse da chave do quarto da rainha e era o único que autorizava visitas e que todas as visitas só eram necessariamente realizadas na sua presença.
Erato agradeceu e disse que iria procurar o Chefe da guarda e pediu que Hortência lhe indicasse o caminho para o quarto da Madrasta de Branca. 

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

As princesas de Erato IV





Enquanto Erato e Hermes iam seguindo para encontrar Zeus, Erato disse para Hermes:
- Estranho, mas ainda não consegui entender meu dom, não encontrei o amor em nenhum dos lugares que visitei- disse a musa meio decepcionada
-Que pensas então que seja o amor?
- Não posso lhe responder esta pergunta, visto que penso ainda não te-lo encontrado.
-E você já o sentiu?
- Por Zeus, por Mnemosine, por minhas irmãs, mas é um amor de dependência e preocupação, diferente daquilo que Eros diz que se pode sentir, ele diz que o amor é como uma febre, ou uma insanidade temporária, que nos toma por completo e somos absorvidos por um afeto completo!- Erato dizia isso entre suspiros profundos- queria sentir ou presenciar isso. Você já  amou Hermes?
- Tive uma dessas febres de Eros, por Afrodite, tivemos um filho, mas foi tudo muito passageiro, tive muitas febres, muitas pathos. Não lhe asseguraria que as febres de Eros sejam de fato o amor.
-Você tem um filho com Afrodite?
- Sim, Hermafrodito, muito belo, como a mãe, sofreu uma maldição ao entrar num lago e seu corpo fundiu-se ao de uma ninfa, atualmente trabalha com Baco organizando cerimônias é sempre muito solicitado por sua ambivalência.
A musa deu uma grande gargalhada e assim chegaram ao Mouseion.
-Boa Sorte na sua busca- disse Hermes.
-Depois conte-me mais sobre seu filho.
-Certamente. disse Hermes voando alto.

A musa saiu andando pelo Mouseion e encontrou com Zeus deitado no jardim olhando para o céu.
- Então você andou fazendo muita confusão por ai não foi mesmo?
- Isso são implicâncias de Apolo, estou apenas fazendo o meu trabalho.
-Algum indicio do elo?
- Veja bem, acho que ainda não aprendi a usar o meu dom corretamente, ainda  não descobri o que é verdadeiramente o amor, devo confessar-lhe que realmente talvez Eros esteja me atrapalhando um pouco, mas que sua ajuda também me é de grande valia, ele diz ter aprendido com sua mãe sobre o amor e me explicou sobre uma febre e uma insanidade temporária.

- Zeus levantou-se. Olhou bem para a musa e disse- Duvido que qualuqer um dos dois possa ter uma definição completa, e digo-lhe que não há esta definição, o amor tem coisas de Eros e de Afrodite, tem as muitas formas de Eros e as irresponsabilidades de Afrodite, mas não é apenas isso, devo dizer-lhe que Afrodite teve muitos filhos Harmonia e Eros, Fobos e Deimos, Hermafrodito e Anteros. São todos frutos disso que Afrodite chama de amor, todos diferentes, todos com suas graças e suas iras, Ela sempre preferiu Eros por sua aparente perfeição, seria preciso junta-los, para compreender, mas esse não é seu trabalho, concentre-se em encontrar aquilo que afeta.  Se não encontrares amor, busca as paixões, são tudo pathos, em diferentes graus.
- Então o amor não existe?
- O que não existe é essa definição perfeita que você quer encontrar.
-É só uma palavra?
- Não é só alguma coisa, são muitas coisas, não se ama só o que se tem, ou o que se conhece, nem se ama apenas o que se confia, nem o que esta perto, nem apenas o tangível, existindo assim infinitas formas.
- Então como farei para extrair das pessoas suas ações mais verdadeiras?
- O mais verdadeiro é o menos camuflável, logo será sempre o mais perceptível- disse Zeus.
- Por que mandou o senhor irem me buscar?
- Você sabe que Apolo fez um acordo com muitos reinos para recebe-la e que em todos eles sabem de sua ida, pois bem, temos uma princesa desaparecida.
Os olhos da musa brilharam, isso sim era um forte indicio, uma princesa perdida, umelo perdido, deviam haver fortes indícios do elo naquilo ali.
- O que eu preciso saber?
- Esse Reino é muito marcado pelo culto ao belo, e dizem que por lá não havia nada mais belo que a princesa perdida, logo há muitos suspeitos, mas a acusada é a madrasta, que era a  mais bela antes da jovem atingir a puberdade. O rei morreu faz pouco tempo de um misterioso envenenamento e assim esse é um reino muito perigoso, vou dar-lhe a cornucópia para que você alimente-se apenas do que dela advier, não aceite nada que lhe ofereçam por lá. Era isso, agora vá, que faz muitos dias que a princesa está desaparecida e pode ser tarde demais.

E assim Urânia seguiu para o reino da beleza.

As princesas de Erato IV





Enquanto Erato e Hermes iam seguindo para encontrar Zeus, Erato disse para Hermes:
- Estranho, mas ainda não consegui entender meu dom, não encontrei o amor em nenhum dos lugares que visitei- disse a musa meio decepcionada
-Que pensas então que seja o amor?
- Não posso lhe responder esta pergunta, visto que penso ainda não te-lo encontrado.
-E você já o sentiu?
- Por Zeus, por Mnemosine, por minhas irmãs, mas é um amor de dependência e preocupação, diferente daquilo que Eros diz que se pode sentir, ele diz que o amor é como uma febre, ou uma insanidade temporária, que nos toma por completo e somos absorvidos por uma afeto- Erato dizia isso entre suspiros profundos- queria sentir ou presenciar isso. Você já se amou Hermes?
- Tive uma dessas febres de Eros, por Afrodite, tivemos um filho, mas foi tudo muito passageiro, tive muitas febres, muitas pathos. Não lhe asseguraria que as febres de Eros sejam de fato o amor.
-Você tem um filho com Afrodite?
- Sim, Hermafrodito, muito belo, como a mãe, sofreu uma maldição ao entrar num lago e seu corpo fundiu-se ao de uma ninfa, atualmente trabalha com Baco organizando cerimônias é sempre muito solicitado por sua ambivalência.
A musa deu uma grande gargalhada e assim chegaram ao Mouseion.
-Boa Sorte na sua busca- disse Hermes.
-Depois conte-me mais sobre seu filho.
-Certamente. disse Hermes voando alto.

A musa saiu andando pelo Mouseion e encontrou com Zeus deitado no jardim olhando para o céu.
- Então você andou fazendo muita confusão por ai não foi mesmo?
- Isso são implicâncias de Apolo, estou apenas fazendo o meu trabalho.
-Algum indicio do elo?
- Veja bem, acho que ainda não aprendi a usar o meu dom corretamente, ainda  não descobri o que é verdadeiramente o amor, devo confessar-lhe que realmente talvez Eros esteja me atrapalhando um pouco, mas que sua ajuda também me é de grande valia, ele diz ter aprendido com sua mãe sobre o amor e me explicou sobre uma febre e uma insanidade temporária.

- Zeus levantou-se. Olhou bem para a musa e disse- Duvido que qualuqer um dos dois possa ter uma definição completa, e digo-lhe que não há esta definição, o amor tem coisas de Eros e de Afrodite, tem as muitas formas de Eros e as irresponsabilidades de Afrodite, mas não é apenas isso, devo dizer-lhe que Afrodite teve muitos filhos Harmonia e Eros, Fobos e Deimos, Hermafrodito e Anteros. São todos frutos disso que Afrodite chama de amor, todos diferentes, todos com suas graças e suas iras, Ela sempre preferiu Eros por sua aparente perfeição, seria preciso junta-los, para compreender, mas esse não é seu trabalho, concentre-se em encontrar aquilo que afeta.  Se não encontrares amor, busca as paixões, são tudo pathos, em diferentes graus.
- Então o amor não existe?
- O que não existe é essa definição perfeita que você quer encontrar.
-É só uma palavra?
- Não é só alguma coisa, são muitas coisas, não se ama só o que se tem, ou o que se conhece, nem se ama apenas o que se confia, nem o que esta perto, nem apenas o tangível, existindo assim infinitas formas.
- Então como farei para extrair das pessoas suas ações mais verdadeiras?
- O mais verdadeiro é o menos camuflado, logo será sempre o mais perceptível- disse Zeus.
- Por que mandou o senhor irem me buscar?
- Você sabe que Apolo fez um acordo com muitos reinos para recebe-la e que em todos eles sabem de sua ida, pois bem, temos uma princesa desaparecida.
Os olhos da musa brilharam, isso sim era um forte indicio, uma princesa perdida, umelo perdido, deviam haver fortes indícios do elo naquilo ali.
- O que eu preciso saber?
- Esse Reino é muito marcado pelo culto ao belo, e dizem que por lá não havia nada mais belo que a princesa perdida, logo há muitos suspeitos, mas a acusada é a madrasta, que era a  mais bela antes da jovem atingir a puberdade. O rei morreu faz pouco tempo de um misterioso envenenamento e assim esse é um reino muito perigoso, vou dar-lhe a cornucópia para que você alimente-se apenas do que dela advier, não aceite nada que lhe ofereçam por lá. Era isso, agora vá, que faz muitos dias que a princesa está desaparecida e pode ser tarde demais.

E assim Urânia seguiu para o reino da beleza.