Quando ia chegando perto do reino Erato se deu conta de que estava indo sozinha para um lugar muito perigoso, assim que pensou nisso um coelho apareceu e ficou olhando pra ela, sorrindo ela disse: você não me engana mais, sei que é você !
O coelhinho continuou olhando pra ela e saiu correndo, ela saiu correndo também gritando – Eros volte aqui, volte aqui, tropeçou em alguma coisa e caiu perdendo de vista o coelho, quando virou-se pra ver o que era que tinha lhe feito tropeçar viu uma tartaruga.
- Ai, por que será que Eros fugiu de mim - disse ela olhando pra tartaruga que mastigava uma folha bem verde – Agora vou ter que ir sozinha pra aquele reino super perigoso, a tartaruga continuava mastigando. A musa sentou numa pedra, pegou sua lira e cantou assim:
- Eu tenho medo de me envenenar
E preciso o escondido procurar
O que haverá acontecido por ai
As coisas somem e é difícil engolir
Se eu fosse eterna não precisava temer
Qualquer coisa que fosse me acontecer
Mas sou a musa da lira sem ninguém
Que poderá comigo ir pra mais além?
A tartaruga largou a folha e disse:
- Espero que você melhore, toca bem e canta muito mal!
- Erooooooooooooooooooooos!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Ai, estava me sentindo tão sozinha aqui, ainda bem que você apareceu!
- Você disse que estava com medo? Não sabia que as musas tinham medo!
- Medo eu? Não tava com medo nada, sou uma musa o perigo é meu destino!
- Medo de me envenar... você disse!
- Ah! Foi... pois é... talvez eu realmente tema aquilo que não posso ver, mas tnho a cornucópia divina , nada vai me envenenar.
- E o medo?
-Eros você não sabe nada, você disse que o amor era uma febre e Zeus disse que não é só isso.
-E Zeus sabe o que é o amor?
- Ele é Zeus!
- E eu sou Eros, filho de Afrodite e Marte!
- Ai, e eu sou apenas uma musa que não sabe usar seu dom, e quer aprender o que é o amor, pra poder fazer o seu trabalho.
- Pensei que seu trabalho era procurar o elo perdido.
- Eros, não sei se você deve ir comigo, pode ser perigoso e além do mais já fizemos muita confusão!
- É? Pois vou lhe dizer duas coisas, primeiro sou um deus e faço o que quero, segundo Apolo me pediu pra vir encontra-la.
Erato fez uma cara desconfiada e desabou numa gargalhada!
- O que foi ? perguntou Eros
- É que as coisas aqui já estão uma confusão, logo você não tem como atrapalhar mais, além do mais estão acontecendo uns envenenamentos, assassinatos, seqüestro, acho que Apolo pensou que seria bom mandá-lo pra cá.
Eros deu de ombros, era destemido – Sendo assim não preciso ficar como tartaruga, irei em forma humana.
- Quero que você me explique de novo o que é o amor- disse Erato.
- Por que você não deixa eu te dar uma flechada ai você descobre!
- Eros, acho que essas suas flechadas não são o amor verdadeiro
-Claro que é verdadeiro! Todo amor é uma intervenção de divindades, se tivéssemos ainda o elo que foi perdido, seria possível saber quem amaria quem, ou o quê por toda a eternidade, e assim todo amor sentido seria absolutamente previsível, ou seja verdadeiro, por que advindo das vontades divinais, sua boba!
- Quer dizer que todo amor é previsível?
- Era! Mas o elo perdeu-se, agora, bem, não sabemos direito o que pode acontecer, mas eu tenho minhas flechas, tem certeza que não quer experimentar?
- Sei não, estou fugindo de venenos, não sei se quero experimentar esse.
-Se mudar de idéia, pode falar.
-Você sabe o que está acontecendo nesse reino? Todas as confusões?
- sei sim , cheguei aqui antes de você, e dei uns passeios pelo castelo.
- como tartaruga? Riu a musa.
- Não, como um lindo ratinho branco.
- você era o coelho?
-Coelho?
- Deixa pra lá, olha ali os muros do castelo, conte-me logo o que é que você sabe.
- O rei morreu envenenado e as suspeitas recaíram definitivamente sobre a rainha, tendo em vista que a antiga rainha também morreu quando logo depois da atual ser admitida no castelo como ama da princesa desaparecida. Sempre houveram suspeitas sobre ela mas foi somente apenas após o desaparecimento da princesa que realmente ela foi aprisionada em seu próprio quarto após uma decisão dos conselheiros reais, que aliás estão reunidos agora para decidir quem deve assumir o trono, por que a princesa sumiu e a rainha está sob interdição.
- Então foi ela mesmo?
- Tudo indica – disse Eros.
E assim os dois chegaram a entrada do palácio e foram recebidos por uma pequena senhora muito gentil, mas com um semblante muito triste, que pediu desculpas por que todos os nobres estavam reunidos para decidir o governo provisório, mas que poderia conduzi-los até seus aposentos e que eles estavam liberados para procurar o elo perdido em nosso reino onde vocês são muito esperados.
- Como se chama a senhora? perguntou a musa
- Me chamo Hortência, sou a babá de Branca, a princesa desaparecida, aqui alimentamos a esperança de que em sua busca pelo elo, você possa encontrar ainda com vida nossa princesa, disse deixando cair algumas lágrimas.
- Pode deixar, que vamos procurá-la , disse a musa sensibilizada.
- Vou levá-los até os quartos de vocês e pedirei que sirvam algo para que vocês comam.
- Não se preocupem com isso, não comemos- disse Erato- coisas divinas, sabe como é?
A senhora pareceu não entender bem, mas os deixou se alojarem, e como eles tivessem dito que esperavam ser recebidos pelos nobres, ela os levou até a ante-sala onde a decisão estava sendo tomada, Eros sugeriu pra Erato transformar-se num ratinho para ir lá ouvir o que eles estavam falando, mas ela não achou que aquilo fosse muito correto.
- Então você acha correto envenenarem reis e darem sumiço em princesas?
- Eros não sabemos ainda o que aconteceu?
Estavam no meio desse diálogo, quando a porta se abriu e de lá saíram alguns nobres, todos muito bonitos e arrumados, com a cara de poucos amigos, podia-se ouvir a frase
- Péssima escolha!
- Isso não vai dar certo.
- Isso não vai ficar assim.
Eros e Erato entreolhavam-se quando foram interrompidos por um homem muito bonito que vinha entre cumprimentos de outros nobres para falar com eles.
- Olá sou o duque de Apple e acabo de ser nomeado para o trono, creio que vocês são os enviados divinos para buscar o elo perdido em nosso reino.
- Sou a musa Erato e esse é meu ajudante- Eros olhou-a muito irritado , mas não disse nada, limitando-se a sorrir e cumprimentar o nobre.
- Sejam bem-vindos ao nosso reino como vocês sabem estão havendo muitos problemas por aqui e a vinda de vocês nos traz uma grande esperança de que alguma coisa possa ser feita para solucionar os mistérios, e podermos encontrar nossa princesa perdida.
- Duque podemos sim ajuda-los, peço-lhe que me conte em que cisrcusntâncias a princesa desapareceu.
- Foi tudo muito rápido, uma semana após a morte do rei a princesa desapareceu misteriosamente, em uma manhã não foi encontrada pela babá, já revistamos toda a floresta e todo o castelo e nada da Branca, o que é uma pena pois o concurso anula de belezas se aproxima e perdemos duas das candidatas mais fortes, a princesa e a Rainha, que estando sob interdição também não participará do concurso.
- Esse concurso é apenas para mulheres, perguntou Eros.
- Sim, respondeu o Duque, num gesto brusco, bem foi isso que aconteceu, estejam a vontade preciso encontrar com minha esposa para organizarmos as coisas do concurso, infelizmente ele é nossa mais antiga tradição e não poderemos deixar de faze-lo mesmo diante das terríveis circunstâncias. – e dizendo isso saiu.
- Por que você não disse quem eu era? Seu ajudante? Eu sou Eros , eu sou um deus!!!! E você sua musinha distraída que não consegue nem achar um ela perdido, que nem sabe o que é o amor sai dizendo que sou seu ajudante? Estou quase te dando uma flechada!
- Eros, pense comigo... esse reino cheio de vaidades, se descobrirem que o deus Eros está aqui, não nos deixarão em paz.
- É. Nisso você tem razão.
-Então. Além do mais... você é meu ajudante nessa missão, por que a missão é minha, aliás Eros nunca perguntei, por que você tem tanto interesse em me ajudar?
- Ora, bem... estou sem fazer nada... adoro princesas e nobres e aventuras, decidi vir com você... só isso...
- Sei. Então tá, não vamos revelar sua verdadeira identidade.
- Minha ótima identidade escondida... não gostei da idéia, mas tudo bem, menos confusões...
- Isso, agora eu queria ir ver a madrasta suspeita, pra ver se ela conta onde está a Princesa Branca.
Vamos procurar Hortência, disse Eros, saíram pelo castelo e enquanto procuravam Hortência Erato tocava lira e procurava o elo perdido, encontrou muitas salas trancadas e precisaria pedir ao duque que por favor lhe abrisse todas aquelas portas por que seria muito difícil achar o elo perdido com tantas portas trancadas. Quando encontraram com Hortência essa lhes disse que era o chefe da guarda que tinha a posse da chave do quarto da rainha e era o único que autorizava visitas e que todas as visitas só eram necessariamente realizadas na sua presença.
Erato agradeceu e disse que iria procurar o Chefe da guarda e pediu que Hortência lhe indicasse o caminho para o quarto da Madrasta de Branca.
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