terça-feira, 3 de agosto de 2010

As IX Musas e o Elo perdido I Ciclo.






As nove musas e o Elo perdido.





O Elo Perdido perdeu-se na tarde em que distraídos todos os deuses celebravam.

O Elo soltou-se tão sutil, sem alardes, nem vendavais, nem tempestades o viram se despregar

Rolou céu abaixo e caiu na terra, ninguém sabe o lugar por onde rolou.

Quando os deuses acordaram ressaqueados e retomaram seu puxar da corrente do destino, parte dela soltou-se e só então constataram que faltava um pedaço, daquilo que tornava completa a história do tempo e das existências.

Reuniram-se incessantemente para recontar os pedaços e poder forjar o exato elo que faltava para que tudo fosse completo novamente.

Infrutíferas foram às tentativas de reconstituir a perfeição do que fora perdido, por que faltava algo que ninguém sabia ou lembrava o que era, e só o elo que rolou pro mundo tornaria possível a reconstituição daquilo que ele era parte.

Os Deuses haviam perdido a explicação do sentido da vida e não mais dominavam a totalidade da lógica que tornava tudo aquilo possível.

Desesperados com a idéia de nunca mais conseguirem explicar o que estava acontecendo reuniram-se, era preciso enviar a terra a busca pelo elo com o risco de nunca mais saber-se a verdade.

Zeus que sempre era o primeiro a sugerir uma solução chamou Mnemosine e lhe convidou para trabalharem juntos na empreitada de lembrar como era o Elo Perdido, que completaria a corrente do destino.

Embriagaram-se de vinho noites a fio, e encantaram-se com ervas trazidas de vários lugares e por vários deuses e quando a própria Mnemosine já nem lembrava o que faziam ali, deram-se conta que não tinham desvendado o mistério do Elo Perdido.

Quando Mnemosine pariu as trigêmeas Calíope, Érato e Polimnia , nasceu a idéia das musas, Zeus que sempre tinha soluções imediatas, imediatamente sugeriu:

- Enviaremos a terra nossas filhas para buscarem o Elo Perdido. Chamaram as meninas e contaram pra elas tudo que lembravam do ocorrido, com vários detalhes incríveis narrados pela sempre atenta Mnemosine.

As meninas que estavam sempre excitadas e dispostas rapidamente desceram sem nem ao menos saber como era o tal elo e como seria possível reconhecê-lo se o vissem.

E justamente isso, que se tem pra resolver.

Como as musas eram muito agitadas, disseram que não precisavam de nem mais um conselho, que certamente o elo reconheceriam.

Antes que desçam lhes daremos vossos dons é através deles que vocês reconhecerão. Aquilo que esta perdido e ninguém faz idéia de onde está.

Na ultima conversa de Mnemosine e Zeus eles desconfiaram que os homens pudessem o estar escondendo, então precisariam retirar destes suas verdades mais íntimas, chamaram assim Érato e lhe deram o dom da Poesia Romântica, era o primeiro dom, com ele ela arrancaria dos seres humanos aquilo que lhes fosse mais arroubado, o mais rápido e profundo.

Quando chamaram Calíope e lhe contaram o dom da irmã ela disse, mas o imediato não se lembra do que já foi perdemos assim o passado e o que deu origem aos fatos, reflexivos os pais lhes deram o a Poesia Épica originária de lembranças e fatos já pouco lembrados, a mãe lhe ofereceu uma dose extra do próprio dom, que dizem deixou Mnemosine ainda mais desmemoriada.

Ao seu turno Polimnia disse que as palavras eram muitas e que era sempre preciso muito tempo para achar as palavras certas e disse que queria saber sempre o sentido das palavras para não perderem-se as traduções que tornariam qualquer língua possível de ser desvendada, Zeus achou tão inteligente aquele terceiro dom que ofereceu á filha todos os louvores e assim ficaria ela com todos os Hinos entoados para o divino ou o belo.

Após descidas a terra houve grave desentendimento entre Zeus e Mnemosine ocasionada por vinhos, fumos e especiarias, decidiram então que procurariam outros dons e continuariam a busca.

Mnemosine foi logo falar com Apolo que sabia ser sempre muito inteligente e menos precipitado que Zeus, este se encontrava muito ocupado com uns novos movimentos que tinha descoberto e mostrou todas as novas modalidades que seu corpo era capaz, ensinou tantos movimentos a Mnemosine que em algum tempo nasceram Tália e Mepomene.

Zeus que andava um pouco ocupado tentando resolver os problemas causados pelo Elo Perdido ficou felicíssimo com o nascimento das meninas e mandou chamar às filhas, pra que essas lhes ajudassem a distribuir os dons as novas musas

Essas disseram que estavam na dúvida sempre do quão realista ou mítico era o que se dizia e que precisavam saber distinguir o grave do efêmero.

Zeus chamou Tália e lhe concedeu o dom de arrancar risos daquilo que pareça sem ser, que sejam caricaturas de uma verdade omitida, e assim ela ganhou a Comédia.

Para Mepomene Zeus deu um cantil de lágrimas por ela seriam possíveis reconhecer verdades profundas e assim se algum humano estivesse com o Elo Perdido em breve ele emergiria deu-lhe o dom da Tragédia.

Apolo ficou muito satisfeito com os dons concedidos por Zeus e assim criou os cinco anéis olímpicos que seriam dados as meninas para que elas barganhassem o Elo Perdido caso o encontrassem

Zeus foi ter com Gana para lhe dizer que o elo provavelmente estava na terra e que ele estava disposto a procurar em alguns lugares, mas Gaia tinha um tão lindo jardim e distraíram-se com tantas flores que deram origem a Terpsícore, chamadas novamente as irmãs, elas decidiram que a nova musa deveria balançar os humanos para que o Elo Perdido caísse de seus corpos caso nestes estivesse preso.

Como a sugestão partiu das gêmeas de Apolo e este estava sentido de ter perdido a forma dos anéis Olímpicos, durante uma briga com Mnemosine deu a Tercícope o vigor para movimentos prolongados que permitissem o elo soltar-se, Gaia concedeu-lhe o poder de traduzir tudo que estivesse na terra em gestos deram-lhe assim o dom da Dança, Zeus concedeu-lhe o direito de escolher o dom e o nome da próxima musa que nascesse.

Zeus achou melhor ir falar com Mnemosine por que esta provavelmente lembrava alguns detalhes que este desconhecia e perderam-se em tantos detalhes que logo, logo Tercícope foi chamada para conceder um dom e dar o nome da musa irmã. Esta disse que andava entediada com o silêncio dos movimentos e queria poder ouvir os movimentos dos homens e das coisas , assim nasceu Euterpe a musa da Música, as irmãs todas encantadas com o dom da caçula concederam-lhe todas um bocado de seus próprios dons.

Inesperadamente Calíope engravidou do próprio Apolo e dessa união nasceu Clio a quem Mnemosine, contou toda a História e concedeu-lhe o poder de ser a guardiã dos seus conhecimentos, sendo ela criada, nomeada e agraciada por Mnemosine e Zeus que lhe concedeu também a eloqüência e o dom da narrativa, para que ela contasse aos homens e aos Deuses a História na qual o elo da corrente do destino estava perdido.

A última musa foi Urânia filha de Gaia e Urano.

Gaia pediu a Mnemosine que a filha não soubesse sua origem e lhe adotasse com a última musa, feito isso em acordo com Zeus e Apolo, foi apresentada as outras irmãs, estas derreteram-se tanto por ela que lhe deram o zodíaco os doze signos para que ela marcasse todos os humanos e pusesse neles uma classificação de atributos para facilitar o trabalho das outras musas.

Urano lhe concedeu o poder de vigiar o céu em busca do Elo Perdido e o poder de conhecer o movimento das águas e dos astros. Zeus ainda lhe deu a Matemática pra que ela soubesse fazer cálculos perfeitos para saber se o elo encontrado era mesmo o Elo Perdido...



II



Para melhor acomodar as filhas, Zeus criou o Mouseion, uma linda casa onde colocou todo o conhecimento que os humanos tinham para que as filhas o adquirissem e assim ampliassem seus dons, ficou feito então o acordo Apolo as visitaria para acompanhar as buscas do Elo Perdido, tendo em vista que Zeus andava muito envolvido com conflitos entre divindades externas ao seu panteão, fazia pouco tempo que o Olimpo tinha tomado conhecimento de outros deuses de outros poderes em outros lugares, e já havia a proposta de uma entidade unificada , que mais tarde seria conhecida por DEUS.





Por essa época houve a suspeita de que alguns deles poderiam ter roubado o Elo Perdido durante a tarde em que ele sumiu, por esse e outros problemas divinos, Zeus entregou a Apolo a tarefa de acompanhar a busca feita pelas musas, que eram apenas algumas das responsáveis pelo de busca do Elo Perdido.





Para cuidar do grande espaço que era o Mouseion ele chamou Crato, que tinha um tic de bater uma mão na outra várias vezes proporcionalmente a felicidade de queria expressar, Zeus o chamou por que Crato havia sido um dos viajantes que descobriu outras divindades e outros panteões e tinha muitas informações importantes para as musas, alem de ter sido de grande ajuda no conflituoso caso de Prometeu e Pandora.



Crato educou as musas como todo o afinco, ensinou-lhes línguas e costumes, mitologias, histórias, totens, tabus, evitações, mistérios, coisas do céu, da terra e dos astros.



Cada vez que as meninas iam bem ele batia suas mãos umas nas outras e em pouco tempo todas elas tinham pego o costume, assim nasceram os aplausos., quanto mais intensos , mais bem feito tinha sido o trabalho, quando as Musas já estavam prontas pra irem buscar o Elo Perdido Crato morreu, enquanto ensinava Urânia a usar um artigo de caça que havia ganhado de uns deuses de pele vermelha com os quais tentou inutilmente travar negociações.



Quando Crato morreu em frente a Urânia que era a caçula, ela chamou pediu pra Urano e Zeus transformarem ele numa estrela, como Crato fora educado por Quíron eles o colocaram na constelação de Sagitário.





Foi por essa ocasião que Zeus resolveu distribuir os presentes para as Musas , a fim de que elas utilizassem estes como instrumentos para o seu trabalho.





Para ti Calíope que tens o dom da poesia épica , dou-te primeiro a tabuleta por que esta tem o poder de atravessar o tempo e guardar a história dos homens, e dou-te também o buril para que graves na madeira, com rapidez , tudo aquilo que te passar na frente dos olhos. Teu desafio será esperar o tempo do poema , deverás aguardar que a história se desfeche para que o poema possa nascer, guarda contigo tudo que puderes a fim de que mais detalhes tenhamos. Desça e busque o Elo Perdido.





Tu Érato, ganharás a lira para que despertes sentimentos adormecidos, teu desafio é buscares o desejo dos homens a beleza afetada, soarás tua bem pequena lira para os prezeres recônditos, faz com que falem o que desejam e o que possuem , para verificarmos se eles possuem ou sabem onde ou com quem está o Elo Perdido. Desça e busque-o.





Para ti Polimnia que buscarás o elo nos segredos que só se revelam as divindades te dou esta túnica, para que te ocultes e assim possas saber os segredos que só se revelam ao divino, um destes pode confessar possuir o elo , ou dar indícios de por onde ele esteja, ela também te esconderá de te saberem estrangeira e te estranharem o domínio das diversas línguas. Vá e desvende o segredo do elo.





Depois chamou as gêmeas Tália e Melpomêne e entregou-lhes duas máscaras a tragédia e a comédia.





Tu Tália por que deves sempre arrancar o que só se revela nos sorrisos levarás contigo o riso constante para que jamais pareças triste, teu desafio é descobrires no que finge seriedade a farsa . Melpomêne pra ti coletares as revelações prantosas deves ocultar teu riso, e permanecerás sempre grave. Teu desafio é desvendar o que causa a dor e o pranto, que constantemente são ocultados pela dor. Em alguma dessas verdades pode estar o Elo Perdido, procurem-no.





Tu Terpsícore, melhor que não carregues nada, para que possas te mover com mais facilidade, melhor que não carregues contigo coisas pesadas, neste momento Euterpe Levantou-se e entregou a irmã-madrinha um pequeno plectro, lembrando da vontade desta de ouvir o som das coisas, fica com ele, podes carregá-lo sem que ele te atrapalhe, Zeus enternecido, retirou as cordas da própria sandália e entregou-as a musa dizendo, onde esticares estas cordas ouvirás o som das coisas e arrancaráss das pessoas movimentos lentos ou bruscos que revelem se o Elo Perdido não está preso em seus corpos. Vá e descubra se o elo está preso ao corpo de alguém.





Quando viu isso Urânia que ainda não tinha doado nenhum dom a Euterpe, presenteou-a com as notas musicais, que ela havia feito com a matemática, para mostrar que tinha aprendido as notas Euterpe quebrou em vários pedaços o bastão de Urânia e fez a flauta com a qual viveria o desafio de descobrir nas linguagens dos sons , possíveis pistas para o paradeiro do Elo Perdido.







A ti Urânia para que possas calcular o tamanho do elo dou-te esta esfera e este compasso para medires o tamanho das coisas, seus movimentos, suas formas e repetições e a esfera te servirá da parâmetro por que muitas coisas se assemelham a forma do elo ela te lembrará sempre seu formato e te auxiliará nas medições. Desça e descubra como é o Elo Perdido.

E assim as musas iniciaram seu trabalho...

O presente de Clio




O presente de Clio




I decanato.





Quando as musas foram mandadas descer, uma das pequenas ficou sentada triste num canto, era Clio, que ainda não recebera presente, Mnemosine disse-lhe que apenas ela receberia um presente seu, por isso esperou suas irmãs saírem, fazia pouco tempo que Mnemosine tinha inventado um jogo da memória e teve a brilhante idéia de criar um jogo divinatório, como andava muito ocupada prestando atenção e decorando tudo, tinha um presente muito especial para Clio ela teria a tarefa de trazer pequenos relatos dos lugares e das pessoas que poderiam saber do elo perdido. Entregou –lhe XXI pedaços numerados de pergaminho e ainda um outro pedaço para o caso de alguma das cartas se perder.





Deixe-os semi - abertos assim ficarão sempre juntos e não correrás o risco de perderes uma das cartas. Clio ficou felicíssima com seu presente e não esperou mais nenhuma instrução saiu correndo para o mundo.





Quando vagava por uma cidade estranha sempre destrambelhada Clio se bateu num barril de onde saiu um jovem mal vestido e com hálito de cebola, quem vem atrapalhar meu sono? Clio que estava bastante assustada disse ao rapaz que estava procurando o elo perdido e andava por ali a perguntar se alguém o tinha visto. O rapaz que jamais ouvira falar do elo queria saber como ele seria por acaso, Clio lhe disse que era um elo e era tudo que se sabia, pois sua irmã Urânia ainda não tinha dado maiores detalhes de tamanhos e espessuras, tendo em vista que a corrente do destino era composta de diferentes elos todos desiguais. Elo perdido, corrente do destino...o rapaz disse que infelizmente estava meio desatualizado das novas tendências do destino seus elos e correntes, mas que poderia lhe ajudar, desde que ela tivesse algo a lhe oferecer em troca de sua ajuda, Clio que tinha apenas seus pedaços de pergaminho lembrou que tinha um sobrando e fez a proposta, se me ajudares com minha tarefa dou-te meu pedaço de pergaminho mas não podemos deixar que se perca nenhum outro pedaço ou terei de usá-lo.





O rapaz aceitou prontamente afinal ele nunca teve um pedaço de pergaminho. Apresentou-se como Claus e disse-lhe que conhecia um Mago que poderia lhes ajudar mas era ainda um aprendiz e sempre queria que lhe dessem alguma coisa para sustentar seus estudos. Claus e Clio não tinham nada, então Claus ensinou uma técnica que tinha aprendido com seu mestre de sentar-se no chão e recitar filosofias, um passante deu-lhes uma taça de vinho, outro uma moeda de ouro, e de uma briga sem vencedores recolheram uma espada e um bastão de madeira, acharam suficientes e foram procurar o mago.





Este estava em sua mesa fazendo seus estudos divinatórios e ficou muito feliz quando viu os dois entrarem pois já os esperava, entrem, me entreguem o que trouxeram, quando viu tudo sobre a mesa o Mago disse, falta ainda algo, Clio disse que possuía apenas seus pergaminhos e não podia dar nenhum pois estavam todos numerados.





Um desses é meu e eu o espero. Sem ele não posso iniciar o trabalho, Claus ficou de olho para ver se Clio ia dar o seu pedaço prometido, mas esta entregou o I pergaminho e disse, que assim seja. Neste momento notou o estranho chapéu do mago composto de dois elos e pensou que um deles poderia ser o elo perdido, ao aproximar-se mais notou que eles eram a mesma coisa, nem iniciavam, nem findavam, perguntou ao mago que lhe respondeu eu o chamo de leminiscata, se quiseres podes ficar com ele, Clio guardou o chapéu daria para a irmã Urânia para que ela o usasse nos seus cálculos de forma do Elo Perdido.





Esta magia vai demorar um pouco, aconselho vocês a procurarem alguém mais experiente enquanto tento descobrir onde está ou como encontraremos o elo perdido, enquanto estudo maneiras de encontrá-lo vão até o templo e falem com a mulher que está sentada na maior cadeira, voltem depois e já poderei lhes dizer algo.





Claus e Clio partiram para o templo em busca da Sacerdotisa , ao chegarem lá encontraram um mulher grande, toda coberta com panos bordados e lhe perguntaram se ela sabia sobre o elo perdido, já que era uma sacerdotisa, ela os olhou incomodada e disse-lhes que precisava de algo para poder estimular sua intuição, Clio que já estava resignada deu-lhe o II pedaço de pergaminho, contrariada por que esta iria provavelmente sujá-lo com a espiga de milho que tinha nas mãos. Depois de um tempo a Sacerdotisa disse que o que esta escondido precisa se revelar e o que se revela deixa de estar escondido e que era preciso descobrir o oculto para que tudo viesse á tona e que por favor saíssem que ela já estava cansada queria dormir e vomitar um pouco também.





Devolveu o pergaminho para Clio onde esta anotou tudo que esta lhe disse e o guardou consigo, um pouco insatisfeitos com os poucos esclarecimentos da sacerdotisa Claus e Clio saíram andando pensando no que tinham ouvido já um pouco cansados e famintos foram parar na porta de um castelo, usaram a técnica do mestre de Claus e foram filosofar na porta de um castelo, foram tão bonitas suas filosofias que a Imperatriz mandou chamá-los.





Encontraram-na no seu trono, lustrando o cetro real e outras jóias, guardadas por sua serpente de estimação, os dois contaram pra ela sobre sua busca pelo elo perdido e esta lhe disse que já tinha encontrado muitas coisas perdidas e que tinha muitos elos de ouro e que se quisessem poderiam vasculhar seu enorme palácio para procurar o tal elo. Quando eles lhe contaram o que tinha dito a sacerdotisa essa gargalhou e disse, que sabe aquela tola, tomem aqui essas moedas de ouro, se alguém estiver com o elo, vocês terão de negociá-lo, isto sim há de servir-lhes anote isso ai mocinha, não bastará que se revele o elo e você o sinta, será necessário também barganhá-lo, trocá-lo por algo, convencer seu portador á lhe dar, agora vão, guardem essas moedas e vasculhem meu castelo ficarei muito orgulhosa se o elo perdido dos deuses estiver entre minha fortuna. E no III pedaço de pergaminho Clio anotou os conselhos da rainha.





Passeando pelo castelo em busca do elo perdido Claus e Clio encontraram um cetro cuja a ponta possuía um elo ficaram muito admirados e já iam correr para mostrá-lo a imperatriz quando deram de cara com um homem finamente vestido que na mesma hora souberam que se tratava do Imperador este esclareceu-lhes que seu cetro fora feito por um artesão seu súdito e logo aquele elo não estava perdido, sempre esteve sobre o seu cetro, vendo a decepção dos dois disse-lhes vou ajudá-los nessa busca, arranjem-me algo para que eu possa registrar que em meu nome vocês procuram o elo perdido, imediatamente Clio lhe deu o pergaminho numero IV para que o rei lhe desse aval para sua busca, este registrou seu apoio, deu-lhes outras tantas moedas de ouro e garantiu que em seu castelo este elo não estava.



Como o rei disse que até o papa os receberia com seu apoio para lá foram os Claus e Clio, o Hierofante, como prometera o imperador foram muito bem recebidos, lá contaram que buscavam o Elo Perdido este lhes disse que só os seres superiores realmente podem encontrar aquilo que não se sabe o que é e que eles buscassem sempre dentro de si respostas, pouco lhes ajudarão essas moedas de ouro se não souberem o que fazer com elas, reflitam antes de agirem, sejam pacíficos e conciliadores, com o risco de alguma confusão partir o elo perdido e tornar irrecuperável a corrente do destino. Tomem essas chaves, para que consigam abrir portas fechadas sem precisarem atravessá-las em conflito. Clio anotou tudo no pergaminho V. agradeceu e saíram..





Enquanto passeavam pelos estranhos caminhos resolveram deitar-se sob uma árvore, de repente ouviram suspiros e murmúrios , ao procurarem a origem do som viram um casal de Enamorados. Clio foi falar com eles para perguntar se sabiam algo sobre o elo perdido, o rapaz disse que o elo que tinha na mão esquerda também estava perdido e que provavelmente sua mulher ficaria muito infeliz se ele chegasse em casa sem ele, Clio disse que anotaria sobre aquele elo no seu pergaminho VI também e se por acaso o encontrasse ela o devolveria, ficou tão sentida com a mulher do rapaz que deu-lhe seu anel olímpico o que deixou o rapaz muito em dúvida se o guardava pra si para agradar sua mulher ou se o dava a sua enamorada, vendo que aquilo causara imenso conflito. Clio e Claus saíram de fininho para não presenciarem a confusão.





Qual não foi a surpresa dos dois quando encontraram com o imperador que vinha vindo num lindo Carro puxado por dois enormes cavalos, perguntou-lhes se eles gostariam de ir para algum lugar que ele tinha saído de férias pois estava meio cansado da imperatriz e suas sempre crescentes exigências e por isso saira sem destino, tão depressa que acabou escolhendo dois cavalos que não combinavam, um era muito pacifico e o outro ainda não havia sido de todo adestrado por isso era preciso manter as rédeas bem seguras para o carro não se desgovernas, Clio acabou anotando aquilo no VII pergaminho para não se esquecer do conselho futuramente. Partiu de Claus a idéia de procurar seu mestre em uma cidade um pouco distante dali chamada Sínope, alertou que ele era um pouco avesso a imperadores, mas com um pouco de conversa poderia ajudar.





Quando terminava de anotar sobre os cavalos, a carta de baixo voou pela janela do carro, caiu na floresta e Clio saiu correndo louca atrás da carta perdida, Claus também ficou muito preocupado pois sabia que se um pedaço se perdesse ele ficaria sem o seu. E logo correu para ajudar Clio em sua busca, quando entrou na floresta viu Clio que neste momento tinha colocado o chapéu que o Mago havia lhe dado estava diante de um leão que tinha dentro da boca o pergaminho VIII, vendo que Clio estava vacilante claus gritou vá , coragem você é enviada dos deuses você pode e Clio encheu-se de coragem e arrancou a carta de dentro da boca do leão que saiu um pouco magoado pela agressividade desnecessária, queria apenas guardar aquele pedaço macio de pergaminho para arranhá-lo de vez em quando, Clio prometeu pra ele que escreveria aquele ocorrido naquela carta para que ela lembrasse sempre de calcular quanto de Força usar.











Resolveram seguir caminho por dentro da floresta por que o elo perdido poderia estar dentro dela escondido por lá. Foi nessa floresta que por acaso Claus encontrou seu mestre que ainda vagava por ai a procurar de uma verdade com uma lanterna sempre acessa e um cajado para vasculhar entre as folhagens, quando contaram-lhe sobre o elo perdido e lhe disseram que os deuses suspeitavam que alguém o estava escondendo, o Eremita que tinha andado escondido procurando uma verdade, passou a achar que os homens a tinham e resolveu seguir para outros lugares mais povoados para procurar, Claus lhe ofereceu seu barril para que ele se abrigasse, assim o sábio tomou pra si a tarefa de encontrar também o elo perdido, enfrentando sua própria natureza de isolamento o sábio saiu para buscar aquele que escondia o elo perdido. Clio anotou aquela belíssima lição no pergaminho IX.





Clio estava já um pouco cansada e queria voltar para falar com Mnemosine estava pensativa e precisava falar para a mãe o que tinha acontecido, Claus resolveu acompanhar o mestre até o seu barril assim separaram-se Clio voltou ao Moseion e os homens seguiram o caminho de volta. Marcaram de reencontrarem-se na casa do Mago.





Quando chegou em Casa ela descobriu que todas as suas irmãs lá estavam, foi um lindo reencontro, trocaram presentes, Clio deu a Leminiscata para Urânia e ganhou desta uma esfera que ela tinha descoberto, mas ainda não tinha grandes constatações preferia não revelar , mas ela saberia o que é em breve.



Quando reunidas as 9 musas na mesa redonda de Zeus , esse disse-lhes que elas eram a grande fortuna do mundo , Clio registrou tudo no seu X pergaminho e o chamou de Roda da Fortuna em homenagem ao momento em que estavam.





Mnemosine quando encontrou suas nove filhas reunidas ficou tão satisfeita que pediu a Zeus que lhes desse imortalidade, para que nunca nenhum mal lhes ocorresse, Zeus disse que infelizmente já não era possível, mas que podia repetir seus dons por todas suas gerações de descendentes. Mnemosine um tanto decepcionada deu-lhes algo que chamou de Fama, para que suas figuras fossem eternamente lembradas as meninas ficaram felicíssimas com aquele novo dom e pretendiam gasta-lo bastante, posto que era seu substituto de imortalidade.



As cartas de Clio.

II decanato.











Quando Clio chegou na casa do Mago estava armada uma grande confusão e um cavalheiro de espada e armadura junto com dois homens da lei estavam prendendo o Mago e Claus por conta da acusação de que estes tinham pego a espada que ele deixara cair durante um embate. O mago disse que não podia entregar aquela espada pois ela fazia parte de uma magia muito poderosa que ele estava fazendo. Claus que estava com medo de na confusão desaparecer o pergaminho do mago e ele acabar sem o seu ficou quietinho e entregou-se com facilidade quando os homens disseram que precisavam levar aquele problema até para a Justiça para ela resolver a questão, lá a história foi contada e Clio não perdeu a oportunidade de perguntar se por um acaso ela sabia onde estava o elo perdido que elas estavam procurando, ela disse que não mas certamente poderia criar uma lei para que quem o achasse o entregasse imediatamente. Isso também deixou a justiça muito interessada em saber por onde andava o elo perdido e resolveu mediar o conflito, o que tem vocês para oferecer a este homem em troca de sua espada e Clio ofereceu uma das moedas que o Imperador havia lhe dado e a justiça pesou com sua libra e viu que havia equivalência e efetuou a troca, um pouco a contragosto do cavalheiro de armadura, que antes de aceitar o acordo quis saber onde o Mago conseguira a espada ao que Claus prontamente respondeu que tinha sido ele. Clio anotou tudo em seu XI pergaminho.



Quando saíram separaram-se o Mago andava muito afobado descobriu algo, e Claus e Clio queriam contar um pro outro tudo que tinha se passado,. No meio do caminho o cavaleiro da espada perdida, encontrou Claus e o prendeu, houveram tumultos, há muitas divergências e no que dizia respeito a Claus era sempre bom suspeitar, terminou Pendurado, só pensava no pergaminho que tinham lhe prometido, pouco lhe importava de acordo o mundo de cabeça pra baixo, até ali havia sido imbatível, nada perdera-se, tudo estava onde devia estar, inclusive ele. Esse período foi intenso e passou rápido, foram usados os pergaminhos XII e XVIII com anotações difusas, truncadas, sabe-se que um cavaleiro de vestes escurecidas resgatou Claus, salvou-lhe da morte, e como não registrou-se o nome deste ilustre, a lembrança foi a fuga da Morte de Claus e a reviravolta que viria depois desse perrengue.





Exaustos, e ainda sem conseguirem distinguir entre tantas coisas onde estava o elo perdido causador de tantas confusões, eles adormeceram abraçados.





Quando Claus despertou havia uma velha lhes olhando tinha duas taças e passava de um lado pro outro seu liquido, Claus acordou a jovem Clio e juntos tomaram daquele líquido, acautelem-se, o tempo é quem sabe, a pressa dispersa.





Serenizem olhem em volta onde vai a leminiscata perguntou olhando Clio , que passou a mão pela cabeça e lembrou de Urânia.





Pensem melhor adormeçam de novo há coisas que só nossos sonhos podem forjar aos nossos olhos. Dito isso a Temperança se foi e tudo foi registrado no XIV pergaminho.





Noites e dias á fio Clio e Claus dormiram e acordaram embalados pelo cálice de temperança, até que um belo dia surgiu-lhes o tal cavaleiro de vestes escarlates. Passam bem os jovens?





Perguntou. Mal nenhum. Lhes responderam. Querem-se para si? Perguntou com uma corrente nas mãos, se quiserem os prendo para sempre ficarão juntos, estamos bem disse Clio, mas não lhes falta algo? Insistiu. Sim, respondeu a musa, sabes do elo perdido, o demo engasgou. Pareceu envolvido, deu umas pigarreadas e disse que tava só de passagem, não tinha visto nada e que se visse não ia notar por que era muito distraído e fossem perdoando qualquer coisa e o Diabo se escafedeu. Clio aproveitou pra registrar tudo no pergaminho XV.







Pensativos sobre a proposta de acorrentarem-se Clio e Claus seguiram pensativos e calados, encontraram uma porta, estava trancada, olhando os arredores, viram tratar-se de uma imensa torre, sob a qual estavam aos pés, tinha duas portas, dividiram entre si as chaves que o hierofante lhes havia dado e subiram, existem rumores, o pergaminho de Clio estava rasurado, mas há indícios fortes de que foi o diabo que explodiu a Torre onde Claus e Clio subiram com as chaves do papa. Seguiu-se grande confusão os pergaminhos espalharam-se, foram encontrados sujos e afastados.





Clio anotava em prantos no pergaminho XVI os últimos ocorridos, na beira do lago onde Claus mergulhava sua angustia, apareceu Urânia a caçula, que tens irmã? Perguntou lhe abraçando, não sei, não sei cadê o Elo Perdido, ele estava tão perto passou por minhas mãos tenho certeza.





Cadê a esfera que lhe dei perguntou a pequena com seu compasso na mão, aqui mostrou-lhe Clio. O elo é do tamanho de todos os raios somados de todas as esferas, dividido pela soma da distancia entre todos os raios. Assim lhe havia ensinado a leminiscata, vez esta forma, fez a Estrela de cinco pontas para a irmã, que anotou tudo no pergaminho XVII, não é nada disso, os mundos tem a forma do elo. E tudo funciona como a leminiscata, nada começa, nada finda, tudo tende a infinito e infinito não é nada e é tudo ao mesmo tempo, disse Urânia balançando seu chapéu. E o elo perdido? Perguntou Clio ansiosa. Permanece perdido, respondeu Urânia, está nas circunferências que ainda não foram encontradas e por isso mesmo ainda não foram somadas, a busca tende a infinito, mas essa ultima informação não é segura irmã, a noite vem vindo , devo ir. Abraçaram-se e se separaram.





O XVIII pergaminho foi um sonho de Clio, ela via gotinhas que caiam do céu e a Lua hora estava cheia e hora estava pela metade, dois cães apareceram e pareciam os cavalos do carro do imperador, tinham cores e humores diferentes, da torre que lhe trazia más lembranças havia duas e entre elas parecia faltar a corrente que o diabo tinha oferecido para ela e Claus, a própria Mnemosine atrasou séculos a liberação das cartas por que estava certa que no sonho de Clio haviam fortes indícios de onde estava o elo perdido.





Clio acordou com o Sol e foi-lhe tão estranho aquele despertar que resolveu registrar aquela manhã no seu XIX pergaminho. Onde despertaram haviam flores que imitavam o sol e pareciam mil sóis a brilharem na mesma simples manhã, um cavalo veio com uma fita, era cortesia da imperatriz, saudosa de filosofias, foi tudo bonito naquele dia, tudo registrado em versos no pergaminho de Clio.





O Cavalo da imperatriz os conduziu ao mago, que enfim tinha encontrado a alquimia exata para apresentar a Clio e Claus pos então sua opinião a Julgamento que foi todo registrado no pergaminho XX, O mago deu uma corneta para Clio e disse sopre sobre este pergaminho, e com o sopro de Clio o pergaminho se transformou em vários outros, misturas de números, vinhos, guerras, amores, riquezas, dê-me seus pergaminhos o mago retirou tudo que estava escrito e fez lindos e separados desenhos, guarde-os distantes deu o livro pra Claus e as cartas pra Clio, eram lembranças imortalizadas e separadas. Onde está meu pergaminho perguntou Claus, o Mago lhe mostrou sua própria imagem gravada no pergaminho sem número, fui o primeiro ele disse, foste o último o Mago retrucou. Já estavam numerados Clio esclareceu, o seu não tem número ele poderia ter sido qualquer coisa que faltasse e sobra, como ainda falta um, que o mago não disse qual é. E o mago lhe entregou uma imagem do que era parte do elo perdido, ele chamou de Mundo a XXI carta á Mnemosine, como veio a se chamar o compêndio que depois de traduzido por Polimnia, obteve formas, dizeres e traduções as mais diversas, depois de muito tempo analisando as várias versões de suas cartas Mnemosine as deu as musas, vão, cansei, não dizem onde está o elo perdido, mas é muito útil pra saber onde devemos ou deveríamos estar, dêem-lhe finalidade.



E assim correm por ai as cartas de Clio.

A Ilíada de Calíope.





Ilíada de Calíope - I parte.






Quando Calíope iniciou suas buscas pelo elo perdido sendo ainda uma jovem e inexperiente musa, ela andou um bom tempo sem saber o que fazer, por que Zeus tinham lhe dito que ela precisaria esperar o tempo do poema, logo , pensava ela, não poderei fazer nada por agora, sentou-se numa pedra com sua tabuinha e tentou fazer um pequeno poema sobre o elo perdido, notou então que havia algo errado com seu dom, pois seu poema ficou tão ruim que ela não teria coragem de mostrá-lo pra ninguém:





Ó elo que estás perdido



Em que lugar estarás



Preciso de ti ó elo



Para entregar-te



Aos meus ancestrais.





Repetiu seu poema bem alto, crendo estar sozinha, então ouviu uma voz que vinha da floresta e lhe disse, belo poema, o que é o elo perdido? Ao virar-se encontrou um homem que vinha com um bastão e várias tabuletas como a que ela tinha. Calíope ficou um pouco envergonhada de terem-lhe ouvido o poema que ela julgava muito ruim, ficou muito agradecida daquele senhor lhe ter gostado dos poemas.



- Acaso deve ser o senhor tão surdo quanto cego, para ver beleza nestes versos.





- Quando não se pode enxergar , se aprende a ver beleza no que não se pode enxergar e há belezas que passam despercebidas mesmo aos que tem olhos sãos minha jovem.





Está o senhor perdido nesta floresta? Perdido está quem está indo para algum lugar, não estou indo para lugar nenhum, e já não me recordo de onde eu vinha quando constatei que pra lugar nenhum eu me dirigia, um dia cansei das vozes que ao meu redor narravam o mundo e sai e cá estou nesta floresta sem vozes, mas você tem uma bela-voz, como se chama? Eu me chamo Calíope e você? Eu tive um nome que esqueci por de tantos nomes já terem me chamado. Por fim me nomearam Homero e gostei de assim ser chamado, traz-me boas lembranças de dias não tão bons que passei entre os gregos. E você que faz sozinha no meio desta floresta e o que elo é esse que se perdeu?





Estou aqui esperando o tempo passar pra poder fazer um poema, por que meus poemas precisam esperar muito tempo para ficarem prontos , então estou aqui passando o tempo, mas creio que melhor será se eu for para algum lugar com mais pessoas para que eu possa ver o que fazem e encontrar elementos para minha poesia, o elo perdido da corrente do destino, acaso o senhor nunca ouviu falar, desde que nasci só ouço deste elo, que está perdido e precisa ser encontrado ou não se saberá o que vai acontecer, nunca mais.





Homero ficou bem espantado com a história do elo e como gostava de histórias, de poesias e da bela voz de Calíope, perguntou se acaso ela não gostaria de lhe contar mais algumas coisas sobre este elo e sua perda, enquanto o ajudava a atravessar a floresta, se assim ela fizesse,ele a ajudaria com essa coisa dos poemas, pois era um poeta também, vivia das histórias que contava por qualquer vintém.





Vamos, eu aceito. E assim Homero e Calíope seguiram pela floresta.



Enquanto caminhavam Homero disse, mas o passado do elo já existe, você não precisa esperar, precisa antes juntar os fragmentos do sumiço do elo, onde ele sumiu? quem estava presente? Teve algum fato inusitado neste dia?





Calíope que já tinha ouvido a história mil vezes contou resumidamente para Homero:





Estava tendo uma festa, todos bebiam e se divertiam distraídos da corrente do destino que tem em si o começo, meio e fim de todas as histórias de todos os homens , deuses e semi-deuses. Apenas depois de finda a festa quando os deuses voltaram aos seus turnos de mover a corrente repararam que um dos elos havia se soltado e não era possível dizer qual foi e nem onde foi parar... Calíope contou tudo para Homero, nobres, ninfas e de Apolo a Zeus relatou todos os presentes na festa e tudo que se sucedeu entre a perda do elo e seu encontro na floresta, que eles levaram alguns dias atravessando, Calíope falava e Homero anotava com seu buril nas tabuletinhas.





Quando chegaram a primeira cidade Homero perguntou algo de estranho aconteceu durante a festa? Ao que calíope respondeu apenas uma disputa boba ocasionada por um pomo de ouro onde lia-se á mais bela, que fez brigarem Hera, Afrodite e Atenas, por que todas julgavam que deveriam ser as vencedoras do prêmio.



Meu pai Zeus que não queria envolver nenhuma divindade na história, chamou um rapaz e disse o pomo será dado segundo o julgamento de Páris, que era um príncipe que também estava nesta festa. Homero ficou curiosíssimo pra saber como o rapaz tomou tal decisão e Calíope explicou que as Deusas lhe ofereceram presentes em troca de serem eleitas.







Hera lhe disse que o faria vitorioso em todas as batalhas e lhe permitiria louvar-lhe em seus sete templos e que faria um Templo em Tróia, que era a cidade de Páris, para que ele pudesse cultuá-la. Prometeu-lhe ainda muitas riquezas, mas Páris já era muito rico, e pouco afeito a batalhas ou louvores, que não fossem dirigidos á ele próprio. Atenas lhe ofereceu sabedoria para nunca errar, conhecimento para sempre saber e perspicácia para prever o que ainda estava por vir, Mas Páris se julgava suficientemente inteligente e sagaz, Afrodite muito esperta lhe perguntou que gostas?







Me interessam os prazeres da carne mais que os do espírito. E a Deusa lhe disse, Então terás a mulher que quiseres e ela será tua até que morras. E Páris deu o pomo á Afrodite. Atenas como era sabia e concentrada manteve-se aparentemente equilibrada, mas ficou tão furiosa quanto Era, que amaldiçoou todas as gerações de Páris , lhe jurou vingança e quebrou umas tantas canecas completamente transtornada por ter perdido pra Afrodite. Isso foi o que de mais estranho ocorreu naquela noite, segundo informações de Mnemosine minha mãe que sempre lembra de tudo.





Bem isso parece importante, pessoas furiosas ameaçando vingarem-se, conte-me mais, com quem Páris quis ficar? Sentaram numa taberna pediram vinho e Calíope lhe disse, essa história é um pouco longa, mas vou contar-lhe algumas partes. Se não se importa vou anotar disse Homero que passava os dedos pelas tabuletas relembrando os detalhes mencionados por Calíope.





Pois é , não satisfeito em ter desagradado duas Deusas na mesma noite, Páris resolveu que queria minha irmã Helena que por aquela ocasião era casada com Menelau, o que já tinha dado muita confusão por que como ela definitivamente era a mais bonita todos queriam casar com ela e foi preciso fazer um acordo que ninguém ia matar o marido que ela encolhesse. Ai Páris disse que então queria Helena. Ninguém sabe se foi mesmo o elixir de Afrodite ou se já haviam relações anteriores entre Páris e Helena, fato é que Elena foi embora com Páris para Tróia.





Como já tinha muita gente insatisfeita com Páris, além das Deusas, Aquiles também estava irritado com ele pois uma das coisas que se comemorava na festa era o aniversário de casamento de seus pais e Páris foi o estopim de uma grande confusão da qual ninguém esquecerá tão cedo. Além disso Aquiles também era dos apaixonados de Elena e não gostava muito de perder, aliás só pra você ter uma idéia, foram anos e anos e anos de guerra, e as maiores confusões foram causadas pelas constantes crises de ódio de Aquiles, dizem que era porque ele tinha uns calcanhares muito sensíveis e constantemente calejados de suas grossas sandálias.





Ele tinha se juntado com Agamenon o irmão do marido de Elena pra ir lá buscar ela de volta, montaram um exercito enorme e partiram pra o resgate, mas antes de saírem o próprio Aquiles já tinha mudado de idéia achava melhor deixar pra lá, chegou a se disfarçar de mulher aconselhado por um outro amigo seu Ulisses que também queria fugir da empreitada de ir buscar Helena que afinal ia ficar com Menelau quando voltasse, essa última reflexão foi justamente o que fez com que na hora de saírem Aquiles tivesse outro ataque de ódio e dito que não queria mais saber de guerra nenhuma, tava cansado e suas sandálias muito apertadas e fazia pouco tempo tinha lutado tanto que ficou conhecido como o mais forte de todos os guerreiros. Contou tudo pra sua mãe e ela o ajudou com o plano que Ulisses tinha criado de ele se vestir de mulher, escondeu ele dentro de um arem com mil donzelas. Só que pegaram Ulisses tentando fugir da guerra e ele ia ter que ir, como ele não queria entrar sozinho naquela confusão resolveu dedurar Aquiles e os dois foram muito a contra-gosto no exercito de Agamenon.







Homero cada hora ficava mais interessado na história, e convenceu a Calíope que esse pessoal deveria estar envolvido no sumiço do Elo, e que seria bom se ela lhe contasse mais detalhes por que em algum deles poderia haver indícios de por onde andava o Elo Perdido.





Fale-me mais desse Ulisses e vamos tomar mais umas taças de vinho, a musa que era bastante tagarela na sua juventude, ficava ainda mais falante com o vinho.





Então como eu ia lhe contando teve um grande desentendimento entre Agamenon por causa de uma escrava que era justamente a que tratava dos calos de Aquiles e que era inclusive prima de Páris. Isso já pelo fim da guerra.





E Páris? Perguntou Homero.



Um covarde respondeu Calíope já meio embriagada, chegou lá com esse problema e jogou nas costas do irmão dele o pobre do Heitor que não tinha nada haver com aquela confusão e o seu pai Príamo que já estava velhinho e não tava entendendo mais nada direito.





Ai, preciso dormir disse Calíope esse vinho me deu muito sono, depois continuo lhe contando...



A ilíada de calíope final.











Quando Calíope acordou estava no templo de Atenas, Homero estava adormecido aos seus pés e a deusa segurava as tábuas.

Crês que isso tem relação com o elo Perdido?

Creio! respondeu Calíope,. Tudo começou na mesma noite que o elo desapareceu. Algo nessa história pode nos dizer onde está o elo perdido.

Tem algumas coisas que você precisa saber para contar toda a História, parte dela que não sei se mnemosine pode lhe falar por ter tomado pouca parte dos ocorridos. Como a confusão foi grande ela praticamente ficou cuidando sozinha dos problemas do sumiço do elo enquanto a fúria de Hera tomava corpo.



Devo lhe confessar jovem Calíope que realmente foi uma situação desagradável, nos exaltamos por conta de um vinho que uns deuses estrangeiros trouxeram e deixava todos muito animados.



E o ocorrido do pomo foi acompanhado inclusive por vários mortais, houveram apostas, gritos e a divulgação do resultado nos obrigou a deixar aquela festa que foi das melhores que já aconteceram, nem chegamos a presenciar a entrega de uma mágica flor oriental. Eu creio que me recuperei mais facilmente do que Hera cuja a fúria alimentou os muitos anos de perseguição a Páris.



Realmente Aquiles tinha freqüentes ataques de fúria causados por seus calos, quando Agamenon perdeu sua criada, achou que poderia ficar com a de Aquiles o que realmente deixou ele muito furioso e foi novamente falar tudo pra mãe dele como ele sempre fazia, como por esta época Tétis andava muito próxima de Zeus e incitou bastante este contra Hera por conta do problema que ela criou no seu casamento.





Falou pra ele que intercedesse em favor de tróia para o Agamenon ver a falta que o filho dela ia fazer naquele exército. Zeus mandou um recado pra Agamenon em sonhos , por que não queria que nem eu, nem Hera soubéssemos que ele estava ajudando o Ingrato do Páris.



Quando Agamenon sugeriu para os soldados lutarem sem Aquiles, Pátroclo que dividia o mesmo cobertor com Aquiles, chamou Tersites que também era muito próximo e disse que não podiam deixar aquilo acontecer por que se eles ganhassem Aquiles não ia voltar pro seu cobertor, e estava começando a esfriar.



Eles começaram a espalhar que não iam ganhar, sem Aquiles, que Agamenon estava cansado de guerra e que por isso queria investir sem forças, em pouco tempo os soldados estavam convencidos que era melhor deixar essa coisa de batalha pra depois.



Estava armada essa confusão quando apareceu Menelau, que fazia muitos anos não aparecia, dizem que andava tentando evitar que se lembrassem por que aquela guerra tinha começado.



Menelau chamou Ulisses que era muito esperto e disse pra ele que seria bom se ele ocupasse o lugar de Aquiles e ficasse com os louros da vitória. Ulisses que adorava aparecer achou aquilo ótimo, inclusive por que uma profecia quando do seu nascimentode que em paz ele teria vida longa e anonimato e em guerra vida curta e glória eterna.



Como Ulisses era um mestre da estratégia ele disse pra Tersites que Aquiles tinha levado consigo soldados para dividir o cobertor, além disso já estavam todos cansados e era hora de voltar pra casa, afinal já tinham notado que Helena não queria voltar.



Foi por essa ocasião que Heitor disse pra Páris que ele tinha que tomar parte do problema que tinha arranjado, na hora da batalha, quando Páris deu de cara com o traído Menelau ele recuou mas o outro foi pra cima e disse que era bom eles resolverem logo aquilo pra acabar com aquela guerra que já estava ficando muito cara e estavam faltando homens em suas cidades. Por Paris ficaria tudo como estava, mas Heitor disse que a idéia de Menelau era muito boa.



Helena viu tudo junto com Príamo e, não é bom que isso seja dito, foi ela que avisou Afrodite de tudo que estava acontecendo, Afrodite quando soube do que estava acontecendo salvou Páris da fúria de Menelau e o devolveu são e salvo pra Helena.



Agamenon disse que se Páris desistiu, então Menelau vencera, que entregassem Helena e pagassem as despesas da guerra. Quando eu e hera soubemos disso ficamos muito iradas, por que realmente queríamos que Tróia pagasse a afronta de Páris.



Falamos com Zeus que continuava sem querer se meter no problema, também influenciado por Helena que não queria voltar de Tróia. Como notei que Zeus estava relutante em ajudar prometi para Hera que resolveria, falei com um aluno de Quíron chamado Pândaro que se ele atirasse em Menelau eu o concederia um lugar na constelação de seu mestre.



Essa flecha reativou a Guerra. Foi tão intenso o combate que Afrodite chamou Áries para ajudá-la a defender seu querido Páris, e também não é bom que se conte, eu mesma disparei umas flexas contra ambos.



Foi dos períodos mais críticos, os Deuses tomaram parte daquilo tudo, e todo dia alguém vinha oferecer alguma coisa pra ganhar ou acabar aquela guerra, ficamos muito divididos, naquele período eu andava aprendendo uns exercícios com Apolo e nós fizemos mais uma tentativa de destruir Tróia.

Mas Apolo, que estava me ensinando ótimos exercícios me pediu em nome da Mãe de Heitor que parasse, pois já bastava Hera que continuava firme no propósito de destruir tróia, tudo por causa do maldito pomo de ouro.



Com o que se parecia esse pomo querida Atenas perguntou Calíope, Atenas lhe sorriu, ele não era o elo perdido jovem musa. Ao que Calíope mostrou-se meio decepcionada.

Posso contar tudo pra Homero, ele está me ajudando com essas coisas de fazer poemas, ainda não sei como meu dom funciona.

Confias nele perguntou Atenas? Ele é um pobre cego, e além do mais me ensinou a usar as tabuletas, elas podem ocultar de quem enxerga as informações que eu lhe der. Atenas ofereceu um pouco mais de inteligência para Calíope, ao que esta respondeu, dê-me metade do que me darias, e dê a outra metade para que Homero me auxilie com meu poema sobre o Pomo de Páris.



E Assim Atenas terminou de contar toda a história para Calíope, dividiu seu dom de inteligência entre ela e Homero e desapareceu quando Homero acordou.

Quem estava aqui? Homero perguntou. ninguém que você conheça disse Calíope.

Vamos caminhar preciso lhe contar mais sobre a História do Pomo de Páris

Calíope não entrou em tantos detalhes quanto Atenas havia lhe contado, depois ela mesma colocaria os detalhes no poema, e quando este estivesse pronto ela procuraria nele o elo perdido, seguiu acompanhando Homero, que em cada cidade que chegava contava a história do Pomo de Páris, como era bom poeta para cada pedaço de história que contava fazia um poema, e assim Calíope ia aprendendo como fazer os poemas. Em pouco tempo ela e Homero tinham tantas tabuletas que Calíope resolveu guardá-las no Mouseion.



Como Homero era cego, Calíope achou que não haveria problemas de levá-lo até lá, qual não foi sua surpresa ao chegar e encontrar a própria Afrodite sentada á sua espera.



Então é este senhor que está por ai a contar como deu -se o incidente de Páris, que queres com isso Calíope, acaso não devias estar procurando o elo perdido? Calíope que estava muito mais inteligente com o dom que Atenas tinha lhe dado acabou por convencer também Afrodite de que realmente poderiam haver indícios sobre o elo naquela história. E assim Afrodite narrou algumas coisas mais vivas em sua memória para Homero e Calíope.



Que acabaram por anotar em novas tabuletas uma vez que já haviam esgotado as outras que tinham.



Atenas acha que eu não sei que foi ela que disparou contra mim, prefri deixar pra lá, elas estavam muito irritadas com a coisa do pomo, mas falei com Zeus que afinal tinha sido bem responsável, se ele tivesse decidido logo quem ficaria com o pomo tudo isso poderia ter sido evitado, e a meu pedido ele proibiu que os outros deuses se metessem e ainda disparou uns raios contra Agamenon pra dar uma vantagem para Tróia.



Por essa época Heitor já estava bem cansado daquela guerra e disse para Páris que ele tinha que parar de fugir e lutar um pouco, Páris recorreu a Zeus e disse que realmente ele fora vítima de um jogo dos Deuses, ao que Zeus respondeu que se o elo não estivesse perdido saber-se-ia o que fazer para por fim aquela guerra.



Zeus e Apolo se meteram, contra os Gregos, quando soube disso Hera ficou furiosa e foi falar com Poseidon que era bem magoado com a mãe de Aquiles por ter sido preterido por ela, o que inclusive também aconteceu com Zeus, mas esse era bem mais insistente.



Era com ajuda de Poseidon que lhe disse que se responsabilizaria por qualquer problema fizeram várias tentativas de adormecer Zeus até que Hipnos conseguiu, quando Zeus dormiu Hera e Poseidon lançaram com suas forças o exército de Agamenon contra Tróia.



Virou uma guerra de Deuses, quando Páris procurou Zeus para lhe dizer que Ajax tinha frido Heitor e que eles estavam se escondendo em navios e que todos os navios troianos tinham sido sabotados por ondas gigantes, Zeus rapidamente percebeu que Hera e Poseidon estavam envolvidos, como sabia que Hera era muito nervosa, foi falar com Poseidon o quanto Hera estava enlouquecida e que melhor seria ele não se meter naquele problema e que Helena era sua filha e estava bem com Páris e que já era tempo de iniciarem a dar fim naquele problema.



Quando Poseidon resolveu parar de ajudar e já estavam ficando todos convencidos que era tempo de por fim aquilo tudo, Os melhores soldados de Agamenon foram mortos, Pátroclo foi falar com comandante e disse que queria ir buscar Aquiles e Agamenon disse que se ele voltasse lhe devolvia a moça que lhe cuidava dos calos.



Pátroclo sai muito feliz com a chance de ter Aquiles em seu lençol de novo, mas quando chega pra falar com ele descobre que Aquiles estava muito irritado por que soube que Pátroclo estava dividindo o cobertor com um excelente soldado chamado Diomedes.



Pátroclo disse que não era nada além de frio e que se ele quisesse ele poderia lustrar todas as suas armas para ele voltar pra a guerra, Aquiles quase convencido pediu para antes ver Briseida que cuidava dos seus pés antes de voltar pois seus calos estavam lhe matando, pediu para Pátroclo levar suas armas para lustrar, mas o aconselhou a mantê-la longe dos troianos que eram loucos por sua linda armadura que sua mãe tinha mandado fazer sob medida para ele. Como era muito pesada pra ser carregada, Pátroclo vestiu a armadura de Aquiles. Ficou tão bem nele que quando ele chegou todos os soldados se puseram a gritar.



Nesse momento Afrodite e Calíope constataram que o velho Homero, vez por outra cochilava. Quando notava isso Calíope corria com suas anotações para não perder detalhes que Homero pudesse não estar registrando.



Homero, abra os olhos, é um parte importante da história.

Não estou dormindo respondeu Homero, ou melhor sempre estou dormindo, é sempre escuro, tem sempre vozes, tantas que as vezes nem sei se sonhei ou vivi, sei apenas que estou sempre escutando, vocês diziam que Pátroclo chegou vestido de Aquiles e foi saudado com alegria, continua Divina Afrodite, estou ouvindo-a disse Homero fechando os olhos novamente.



Patroclo se animou tanto que não achou suficiente apenas assustar os troianos com a roupa de Aquiles saiu atrás deles até a cidade gritando eu sou o poderoso Aquiles, nada poderá me ferir, seus covardes, fracos, entreguem Helena, Ajax que sabia que dentro da armadura não era Aquiles , saiu para impedir Patroclo de fazer uma bobagem, já era tarde, Heitor também notou que não era Aquiles e jogou, se és o grande Aquiles não haverás de temer me enfrentar e muito confiante da armadura do companheiro aceitou, morreu e Heitor rapidamente pegou as armas e armaduras de Aquiles que era a mais bonita de todas, tendo em vista o muito bom gosto de sua mãe.



Ajax ficou muito furioso por que ele também queria a armadura de Aquiles.

As coisas se sucederam rápido, Aquiles teve seu maior ataque de fúria por Pátroclo e por sua belíssima armadura, e contou de novo tudo pra mãe dele. Que disse que não ficasse daquele jeito que ela lhe daria outra mais bonita.

Quando voltou para resolver o funeral de Patroclo encontrou os troianos querendo tirar o cadáver da posse de Ajax, gritou tanto e fez tanto escândalo que eles acharam melhor deixar pra lá, esse ataque de fúria só não foi maior que o que ele teve quando viu que Heitor estava com sua linda armadura e que tinha estragado ela bem na parte do pescoço, a gritaria foi tão grande que todos os deuses foram ver o que estava acontecendo depois de muita confusão Heitor ainda tentou negociar que quem morresse tivesse um enterro digno, mas Aquiles estava atacadissimo e não queria saber de nada Pátroclo morto e sua armadura quebrada, matou Heitor arrastou o corpo pela cidade, ameaçou todo o povo de tróia e disse que agora era com ele que esperassem que tróia viria abaixo!



Quando voltaram para o acampamento e Aquiles tentava se acalmar com um bom escalda pé preparado por Briseida , Príamo o pai de Heitor e Páris aparece para ele e lhe diz:



- Devolva-me o corpo de meu filho, foi um herói como você ainda é, ele nada fez para que tudo isso começasse, é tudo culpa de meu covarde filho Páris, deixe-me enterrar meu filho guerreiro, devo-lhe honras, deixe-me concede-las, sou apenas um velho que enterrará seu filho, já não sei se terei quem me enterre após esta guerra, deixe-me levá-lo comigo.



Aquiles que sabia ser bem sensível quase derramou uma lágrima com o pedido de Príamo e acabou devolvendo o corpo de Heitor.



E o cavalo Afrodite, lembro que minha mãe falou do cavalo de Tróia.



Isso eram artimanhas de Ulisses que vivia fazendo planos, espionando, e criando mirabolantes estratagemas, ele foi quem conseguiu por fim a Guerra.



Calíope constatou que não possuía novas tabuletas para as anotações e que novamente Homero parecia estar dormindo, falou pra Afrodite que já tinha muito material para seu poema e que depois tomaria nota dos outros ocorridos.



Acordou Homero e disse vamos, agora preciso aprender como se faz o poema.



Homero não quis confessar que não ouvira o fim da história e acabou por concordar com Calíope era hora de ensinar-lhe como fazer um poema.



Calíope entregou havia deixado suas tabuletas guardadas, por isso ela e Homero ensaiavam seus versos em público, como as pessoas sempre queriam saber mais sobre os personagens daquela trama eles decidiram que iam falando pequenos feitos.



Homero respondia Ephitheton, deixe isso de lado, e sempre dava pequenas informações, cidade, feitos localização, sempre sem perder o fio da história.



Como eram também muito longas as histórias , como tinham XXIV tabuletas fizeram o mesmo número de poemas, o fizeram juntos, quando terminaram o poema Homero notou que ele não falava sobre o fim da guerra e além disso ele queria muito saber o que tinha acontecido com Aquiles, Ulisses, Páris e Helena.



Calíope voltou ao Museion onde foi colher novas informações pegar novas tabuinhas, deixou Homero com o primeiro poema procurando o elo perdido, ele contava e história e perguntava , alguém suspeita de quem pegou o elo, muitas suspeitas foram levantadas e cada vez que Homero julgava que ele sabia onde estava o elo pedia para Calíope recolher novas informações. Assim fizeram muitos versos, que obviamente foram muito censurados por Zeus e Mnemosine que temiam que os deuses envolvidos voltassem sua ira contra as musas.



Quando Calíope voltou com a história do fim da guerra parte dos que ouviu já havia sido transformado em poemas, que deixaram Homero muito feliz, ele que já estava prestes a morrer, disse para Calíope que continuasse procurando o Elo em Ulisses e Enéias, pois um era muito afeito a estratagemas e o outro era uma figura obscura.



Enquanto viveu Homero repetiu a história que ouvira dos deuses com seus próprios versos e com os versos de Calíope, essa levou as tabuinhas consigo em busca do elo perdido por longo tempo, quando Homero morreu, ela lhe concedeu-lhe de presente o mesmo substituto de imortalidade que lhe fora dado, todos lembrariam de Homero e continuou buscando naqueles ocorridos o elo do destino que estava perdido.

As outras musas descendentes de Calíope também dedicaram-se a leitura dos versos de Homero em busca do elo, até que uma faxina no Museion fez as tabuletinhas irem parar na mão de um rei que encomendou do poeta Virgílio uma nova versão, nessa Calíope já era mais experiente e pode demonstrar que no fundo, no fundo, ela sempre torceu por sua irmã Helena e pela paz de Tróia.



Depois de muitas leituras Calíope e Mnemosine chegaram a conclusão que o elo não estava com nenhum daqueles fatos narrados no poema, mas os poemas serviam para lembrar dos problemas que tinham tornado o Elo, perdido.



E ainda vivem os poemas de Calíope.

O Zôdíaco de Urânia








O zodíaco de Urânia






Quando Urânia a musa caçula estava pronta para iniciar suas buscas pelo elo perdido a primeira coisa que fez foi descobrir como funcionava o zodíaco, já tinha se detido longo tempo na observação das estrelas, já reconhecia as constelações, mas ainda não sabia como faria para classificar os humanos através disso. Andava muito angustiada pelos cantos quando Apolo disse a Zeus que já era o momento de ela saber a origem das constelações.

Zeus tinha imenso carinho pela caçula e estava lhe poupando de tão cansativas histórias, mas como em breve as musas sairiam do Mouseion em busca do elo e como teria ainda muitos problemas com a matemática era preciso facilitar-lhe a distribuição das classificações nos humanos, para dar indícios de personalidades as outras irmãs e auxiliá-las na busca pelo elo perdido.

Sabendo o signo dos homens as musas poderiam mais facilmente convencê-los a entregar o elo perdido, através da exploração de suas características mais fortes e do reconhecimento de suas fragilidades.

Assim numa tarde quente Zeus chamou Apolo e Poseidon para auxiliá-lo na reconstituição dos fatos que derem origem ao zodíaco, Apolo ainda sugeriu que Mnemosine fosse convidada, mas Zeus achou que seria melhor poupar a pequena musa dos intermináveis detalhes que a Mãe insistia em contar.

E assim num florido caramanchão Zeus iniciou o relato para Urânia a musa menor.

Querida Urânia, sei que você já é capaz de reconhecer as constelações, mesmo que ainda não saiba o que fazer com isso, sua primeira tarefa será encontrar dentro dos mitos os atributos mais fortes para que cada ser humano possa estar relacionado a uma destas constelações e assim possamos de antemão saber que atributos nele podem ser trabalhados a fim de que revelem onde está o elo perdido ou dêem indícios de por onde ele pode estar.


Com a perda do elo estou tendo cansativas  reuniões com Chronos, para que possamos elaborar uma medida mais simples de tempo que ainda não encontramos, achamos que você pode nos inspirar a formulá-la tão logo seus atributos estejam plenamente desenvolvidos, uma vez que sem o elo perdido ficou mais difícil compreender a corrente do destino e os conflitos de para que lado puxa - lá estão crescentes, além dos muitos problemas relativos a isso, estamos muito preocupados por que outros deuses com os quais travamos recentes relações descobriram que perdemos o elo, o que gerou incredulidade sobre nosso poder sobre a corrente do destino e ainda estimulou esses outros deuses a iniciarem buscas próprias, o que está nos deixando muito preocupados.

Aries

Apolo interrompeu Zeus, vamos ao que interessa não ponha mais problemas na cabeça de Urânia, já é suficiente os que terá por ser a última musa e terem-lhe sobrado que todos os desafios não ofertados a suas irmãs, deixe que eu comece lhe contar sobre o velocínio de ouro.

Zeus pigarreou, a história toda era muito dramática e ele tinha se envolvido demais naquilo e por conta das várias iras e conflitos havia adiado tanto explicar pra sua caçula como ela forjaria o significado dos signos.


Poseidon disse a Apolo, ou conta Zeus, ou conto eu, por que até onde sei você estava as voltas com seus exercícios e pouco tomou parte do ocorrido. Zeus temendo outras interpretações sobre tão complicada história achou melhor ele mesmo contar.


Nefele era um linda protegida de Hera, que passava a tarde inteira a moldar as nuvens fazendo lindos desenhos, Hera gostava tanto do espetáculo que decidiu que melhor seria se Nefele fosse uma rainha, deu-lhe o dom da fertilidade da terra e procurou um rei solteiro, que lhe devesse homenagens, para casá-lo com sua protegida. Ela então lembrou-se de Atamante da Beócia, que vivia em constantes crises de pobreza por conta de problemas de colheita, convenceu-o então que melhor seria se ele casasse com sua querida Nefele que sabia fazer chover e elaborava lindos desenhos com as nuvenzinhas.

Como andava preocupado com a fome de seu povo Atamante imediatamente aceitou a proposta casou-se com Nefele, não foram no entanto muito felizes, por que ela estava sempre distraída moldando nuvens e ele sempre preocupado em manter a ordem de suas terras, indo freqüentemente aconselhar-se com a deusa Harmonia para saber como melhor proceder, já que Hera sempre teve fama de inconstante e irritadiça.

As freqüentes visitas de Atamante a Harmonia culminaram numa repentina e violenta paixão entre o rei e uma das filhas da Deusa que se chamava Ino  tão bela quanto ardilosa e que sempre sonhou em ser rainha. O romance dos dois caminhava quando nasceram Frixo e Hebe filhos de Atamante com Nefele.

Apolo cutucando Poseidon disse , Zeus sabe bem os encantos daquela família, bem lembramos de suas aventuras com Semêle.
Por que você não vai fazer uns exercícios com alguma dessas deusas meu caro Apolo e deixa-nos trabalhar.

Por favor não briguem, pediu a pequena Urânia, continuem me contanto estou prestando atenção, após pequena troca de indelicadeza Poseidon recomeçou a contar.

Pois é querida musa, assim foi, todos andavam bem animados com as filhas de Harmonia, Zeus, Atamante. As meninas eram bem diferentes Semele era boba e delicada, Ino era ardilosa e sedutora, Hera na verdade tinha problemas com a família por causa disso que Apolo estava falando, mais uma crise de ciúme do nosso Zeus aqui, que ninguém sabe bem por que também nunca castiga Hera como ela merece.

Assim estava a história Zeus envolvido com Semele, uma reles mortal e a crise do rei com sua esposa e Ino, como lhe disseram Nefele era muito distraída e um dia deixou as crianças no palácio e pôs-se a moldar nuvens durante muito tempo, foi tanto tempo e tanta nuvem , que um dia Atamante deu-lhe por desaparecida e casou-se com Ino.

 Hera que andava muito distraída tentando acabar com a estranha relação de Zeus com Semele nem se deu conta do ocorrido e só ficou sabendo disso quando as duas histórias se juntaram, Zeus engravidou Semele e provocou as famosas cólicas de Hera, que como sempre buscou ardis para por fim aquilo, ela sabia que Zeus sempre se encontrava com Semele transmutado, pois os mortais não podem ver a forma plena dos Deuses e por isso criamos seres como vocês as musas para mediarem nossas relações com os humanos.

 Hera sabe muito bem disso e como sabia também que Semele já estava avisada sobre sua cólera, resolveu usar outra estratégia e convenceu-a de que não podia ter um filho de algo que ela jamais tinha visto em plenitude, foram tantos chazinhos e tantas conversinhas que Semele acabou se convencendo e convencendo Zeus, que andava tão inebriado com a beleza da moça a quem prometera realizar todos os desejos e queria tanto o filho dela que acabou inconseqüentemente mostrando-se pra ela, e como era de se esperar a moça morreu fulminada.



Zeus Cabisbaixo continuou, foi um erro, realmente, de Semele a Jasão foram cometidos muitos erros, tempos difíceis aqueles, eu fiquei atordoado, peguei a criança e coloquei-a em minha coxa para que ela continuasse se desenvolvendo, dessa tragédia nasceu meu querido Dionísio, meu grande orgulho, sem o qual jamais teríamos nosso precioso vinho.



Apolo tomou a palavra, como você pode ver Urânia,  Zeus sempre precipitado.



Por que não te calas! bradou Zeus.
 Poseidon então mandou providenciar um bom vinho para que todos ficassem menos agressivos, e continuou a história.



Zeus então pediu pra Ino cuidar de seu querido filho o qual não poderia ficar no Olimpo por que Hera o estava perseguindo. Hermeso entregou a Ino e a advertiu sobre a ira da Deusa, esta que temia ainda mais por conta da antiga esposa de Atamante escondeu Dionísio entre as plantas e o chamava de Baco para que não houvesse associação entre os fatos, mas Hera sabia bem que a tia devia saber do paradeiro do menino e só então descobriu que Nefele estava desaparecida, saiu para procurá-la e a encontrou no meio de uma grande tempestade tentando fazer inúteis desenhos com as densas nuvens.



Devo confessar que tenho participação nesta parte, disse Poseídon, encontrei Nefele em cima de um de meus oceanos e achei-a tão bela que fiz subir muitas nuvens para que ela se distraísse e eu pudesse vê-la um pouco mais. A revelação arrancou gargalhadas de Apolo e um repreensivo olhar de Zeus a quem aquele detalhe havia escapado.



Zeus continuou, Hera resgatou Nefele e a levou de volta ao Castelo, onde Ino teve um ataque de ciúmes só comparável ao da própria Deusa, que fez secarem todas as plantas da região pois alguém lhe havia dito que Dionísio estava escondido entre as plantas, como eram todas muito espertas rapidamente Ino fez um plano para livra-se do problema que a volta da antiga esposa causara, além disso fazia ela tinha tido dois outros filhos Learco e Melicertes que não herdariam o trono por conta de Frixo e Hebe os filhos do primeiro casamento.



Ai é que entra você não é mesmo Apolo, disse Zeus zombeteiro

 Apolo engasgou-se levemente com o gole de vinho que bebia e disse, não tive realmente muita culpa, eu andava aprendendo algumas coisas com Harmonia e acabei não percebendo quando Ino convenceu uma de suas primas sacerdotisas a fazer uma previsão falsa sem me consultar, essa previsão dizia que se Frixo e Hebe fossem sacrificados a terra voltaria a ser verde o que era mentira pois a terra estava seca por que Hera andava na caça de Dionísio, o que aliás ela faz até hora, disse sorrindo.

Isso só prova que você deveria ser mais atento e menos falastrão disse Zeus.

Poseídon serviu mais vinho e continuou. Quando Nefele com a qual travei boa amizade veio me contar o que estava se passando mandei meu filho Crisómalo, que era um belo carneiro de pêlo de ouro que voava sobre os oceanos e pastava nas planícies, para ajudar no resgate das crianças, fui também muito ajudado por Zeus que se recusou a aceitar o sacrifício e só não castigou os dois por que estes estavam com a guarda de Dionísio.

A confusão foi tanta que Hera logo descobriu tudo que estava se passando e enquanto Crísomalo salvava Frixo e Hebe ela ensandeceu Atamante e Ito até que eles matassem um de seus filhos, quando Ino recobrou o juízo e viu em seus braços o pequeno Melicertes lançou-se ao mar, devo confessar que os acolhi por conta de Harmonia que muitas vezes havia me aconselhado, assim eles foram transformados em Leucotéia e Palêmon, semi-divindades responsáveis por ajudar marinheiros em meio as tempestades. mudei seus nomes para que se mantivessem escondidos de Hera.



E o que aconteceu com Frixo e Hebe? perguntou a já curiosíssima Urânia.



Crisólamo voou rápido e impediu que o sacrifício fosse levado adiante, resgatou os dois sob minha ordem, disse Poseidon e incumbiu-se de levá-los para um lugar á salvo por cima de meus oceanos, onde dificilmente seriam perseguidos, mas ele estava pouco habituado a fugas e por isso quando atravessava muito rápido entre dois despenhadeiros acabou deixando Hebe cair e machucou-se muito tentando inutilmente salva-la em sua homenagem ficou conhecido como Helesponto o local onde ocorreu sua queda.



Crisólamo seguiu decidido mesmo que muito machucado, debatendo-se entre montanhas até que foi ajudado por Helio que mandou bons ventos o conduzirem até Cólquida onde reinava seu filho Eetes, casado com uma de minhas filhas disse Poseidon.



Quando chegou lá no entanto Crisómalo estava muito machucado mesmo das suas tentativas de salvar Hebe e assim Frixo pediu a Zeus que aceitasse o sacrifício de meu filho e o concedesse alguma graça por sua bravura, estas ultimas palavras saíram muito baixas e Zeus achou melhor continuar contando.



E eu achei muito justo que pela bravura Crisómalo fosse para o céu e assim em homenagem aos três ele vive entre três estrelas na constelação de Áries. Sua carne foi queimada e seu pêlo de ouro foi transformado em Velocinio e abençoado com o dom da abundância, Frixo o deu de presente ao rei que o acolheu como sinal de gratidão gerou muitos problemas, que você saberá quando ouvir falar de Jasão e Medeia, por hora acho que bastam-lhe essas informações, pequena Urânia para que você conceda os atributos dos filhos de Crisómalo.



Urânia pôs-se a pensar e assim decidiu:



Como sua carne foi queimada eu lhe associo ao fogo, como fugiu com coragem e bravura, e foi rápido e prestimoso lhes concedo todos esses atributos, coragem pra sempre enfrentarem, bravura pra nunca temerem, obstinação para sempre procurarem seus objetivos e determinação para não desistirem por fracas razões. Dou-lhe também o pioneirismo por que foi a primeira história a qual tomei conhecimento e a sensibilidade para identificar e solucionar conflitos.



Apolo a advertiu que era necessário por fragilidades, pois os humanos são parte virtudes e parte defeitos.



Urânia pensou e definiu, os filhos do carneiro sofrerão com a mesma cólera e teimosia que gerou todos os problemas de Crisómalo, também com a intolerância e passarão a vida tentando resolver os males que advierem do mal uso de sua própria força.



Todos acharam muitos sábios os atributos e Zeus fez com que assim fosse.

Urânia queria saber o que tinha acontecido a Dionísio mas Zeus lhe disse que esta história viria a seu tempo pois ainda haviam 11 constelações era preciso correr Cronos aguardava a conclusão daquele trabalho.


Touro.



Ai deixa eu contar a do Touro, adoro essa, deixa que eu conto Zeus, adoro as histórias que provam que você nunca pensa direito antes de tomar suas decisões.
Você tem razão Apolo , por exemplo eu não devia ter lhe convidado para vir aqui, me afrontar, você não vê que eu sou o Deus dos deuses. Ambos já estavam meio embriagados do vinho servido por Poseidon e Urânia não agüentava mais tanta confusão.


Parem com isso, contem logo, não temos todos os séculos, em breve será tempo de eu procurar o elo, me contem logo a história do touro.

O senhor Deus dos deuses me permite contar a história do touro?

Conte Apolo, conte, não gosto muito mesmo dessa história.

Assim Apolo começou, Europa era filha de Agenor um rei de Sídon, era bem nova ainda quando Zeus cismou que queria por que queria a menina, sabendo dos seus hábitos de andar pelas praias, transformou-se num touro branco muito bonito e colocou-se entre a moça e suas amigas, fizerem-lhe festa, puseram-lhe flores nos chifres, até que Europa que era muito doce e corajosa, sentou-lhe no dorso, que na verdade era o que nosso Deus dos deuses estava esperando, então ele disparou por dentro do mar assustando a pobre virgem que pelo que eu sei, e nosso Poseídon aqui pode confirmar fez um verdadeiro escândalo por todos os mares pelo qual foi arrastada.


E não ficou por ai, sei muito bem que o Grande Deus ai, apontava um contrariado Zeus embriagando-se de vinho, Zeus fez um sinal de enfado com a mão e Poseídon disse que não tinha nada que ver com aquela história.

Pois querida Urânia, assim foi, a jovem Europa gritando raptada e Zeus tentando convencê-la de que ele era ele e que lhe daria tudo que ela quisesse, como aliás sempre faz, como você já pode notar.

Só quando pararam em uma bela praia, na ilha de Creta foi que Zeus assumindo uma forma humana conseguiu fazer a garota parar de espernear e pode convencê-la a aceitar seu presentes, ele aliás queria o presentinho dela, esqueça isso Urânia, depois lhe explico melhor essa parte, mas como eu dizia, Zeus enfim conseguiu o que queria, mas não sem antes satisfazer muitos desejos da princesa, entre eles desenhar no céu um touro, que pra sempre faria com que todos se lembrassem da paixão de Zeus por ela, ele nem vacilou pegou um punhado de estrelas e em pouco tempo estava pronta a constelação de Tauros o que enfureceu umas tantas Deusas, semi-deusas, ninfas e nereidas e pior, teve de garantir que ela seria imortalizada para todo o sempre na lembrança do povo, como foi que você resolveu isso mesmo Zeus.


Ainda estou resolvendo, gruniu Zeus.

Pois é querida Urânia, diga o que você aprendeu dessa história?

Que atributos concedes aos filhos da constelação de taurus?

Urânia pensou e disse: concedo a mansidão que seduziu Europa, o escrúpulo que faltou ao meu pai Zeus, o dom da oratória que convenceu Europa a aceita-lo, a paciência para esperar pelas coisas difíceis, a teimosia para a insistência, o gosto pelo belo e o harmonioso, mas também lhe concederei a força na fúria  como a que acometeu Europa, e a imprevisibilidade tanto para o bom, quanto para o ruim e lhe atribuo o elemento terra pois só em terra foi possível convencer a donzela a ceder.

Além de achar a filha muito esperta e assim fazer com que os seres de touro tivessem aqueles atributos, lhe ocorreu como garantir a eterna lembrança de Europa, só não falaria por que provavelmente Apolo faria mais piadas irritantes.






Gêmeos


A próxima história deixe que eu mesmo conte Apolo disse Zeus passando-lhe uma bem cheia caneca de vinho.

Você vai contar? Grande Zeus, conte direito, disse Apolo tomando o vinho todo em uma única talagada, conte que você adora se transformar em bichos indefesos e como o seu senso de humor pode ser cruel.




Zeus levantou-se foi até Apolo e perguntou, sabe o que eu estou pensando? No que eu posso lhe transformar? Você tem alguma preferência?

Apolo riu, tudo bem, fico quieto, mas ó um tigre ia ficar ótimo!



Urânia e Poseidon conversavam já entre eles alheios a esta confusão que vez por outra se instalava, sempre por que Apolo tinha um enorme prazer em provocar a fúria de Zeus, fosse contando ironicamente suas peripécias, fosse pegando suas mulheres.



Prestem atenção vocês dois que vou contar a história dos gemini.disse Zeus, Na verdade só um era meu, mas foi tanta confusão nessa história, tanta gente envolvida, que já ninguém se lembra, quem era quem e qual era o que?



Quer mais vinho perguntou Apolo? Afinal se você não achar a verdade no vinho, onde poderá elas estar não é mesmo?



Quero sim, de-me outra caneca, que eu quero me lembrar se era pato ou cisne.



Cisne, disse Poséidon, não é a história daquela Leda?

Essa mesma, Leda, tão bonita! Era casada com aquele idiota do Tíndaro, tentei convencê-la prometi realizar todos os seus desejos, ofereci-lhe estrelas, terras, dons, nada, não quis nada, só queria saber daquele tal de Tíndaro, isso é coisa que deixa um Deus insatisfeito sabe pequena Urânia, ai eu me transformei num cisne



Apolo pôs a mão no rosto com vergonha e falou zombeteiro, quanta imaginação!



Então eu me transformei num lindo cisne branco um dia na beira da lagoa, e fui deitar no colo de Leda, e dei uma bela gozada na coxa dela! Hahahahahahahaha! Hahahahahahaha! Não tenho imaginação Apolo? E aquela do ovo hein? Botei os filhos do Tíndaro dentro do meu ovo! Admita foi muita imaginação?



Apolo concordou, foi mesmo, a do ovo foi boa, a cara de Leda chocando aquelas crianças foi demais.



O que é Gozada? Perguntou Urânia e fez-se silencio. Rompido pelo sóbrio Poseidon, Zeus derrubou seu precioso esperma divino sobre as cochas de Leda e disso surgiram dois pequenos ovos, pequena Urânia, depois Tíndaro derrubou seu esperma mortal e também fecundou os ovos de Zeus.



Você não sabe de nada de fora d´agua mesmo não Poseídon, eu fiz de propósito! Pra aquele miserável aprender que não se recusa a mulher para um Deus só por que ela é recém casada. Deixa eu continuar. Então desses ovos , hahahaahah, muito boa essa dos ovos, ria batendo em Apolo. Nasceram dois casais: no primeiro ovo Castor e Helena e no segundo ovo, Pólux e Clitemnestra. Meus mesmo eram a Helena e o Pólux.



Ai veio minha segunda vingança de Tíndaro, disse que Castor também era meu e o deixei sem herdeiro homem, hahahahahahaa, ai, pobre Leda, ela podia ter sido menos virtuosa, pouparia muita confusão. Mas acredito que fiz bem pois esses meninos ficaram muito amigos o Polux e o castor, mandei Hermes ir buscá-los pra passar umas férias comigo, aluguei um barco, cruzamos uns mares, encontramos Jasão, nos divertimos procurando o Velocíno de ouro, ensinei eles como seduzir donzelas, princesas, ninfas, escravas, nos divertimos muito mesmo, disse Zeus risonho e nostálgico. Ainda tivemos que resolver uns problemas que Afrodite tava criando por que alguém chamou ela de Hera num templo qualquer por ai e ela estava destruindo tudo que ela achava que tinha pelo caminho, tava virada no Javali naquele tempo.



Quando já era tempo dos meninos irem encontrar com a Leda e o Tíndaro, que eu preferia evitar foi que deu-se o problema Pólux conheceu uma moça chamada Hilária que sabia muitas histórias e arrancava muitos sorrisos além de ter um charme muito desastrado, meu filho ficou louco por essa menina e pior o irmão dele se apaixonou pela irmã dela e essas meninas tinham noivos gêmeos e virou uma confusão e Pólux veio falar comigo, me pediu pra resolver qu tinha uns tais de Idas e Linceu e que eles queriam as noivas deles, se não dava pra eu dar um jeito, que eles não queriam matar ninguém, eu sou sensível a esse tipo de problema transformei os dois o Idas e o Linceu em constelação, hahahahahahahah. Ainda me lembro da carinha deles quando eu mandei Hermes perguntar se eles preferiam virar rãs ou estrelas. Meu senso de humor tava ótimo, ainda coloquei duas estrelas com o nome dos meus meninos, hahahahaha, me dá mais vinho Apolo.



Tome, conte mais que ta boa essa, quer dizer que a Gemini são Idas e Linceu? Mas sempre achei... e vem cá e o Polux e o Castor? Urânia fez com a cabeça que também queria saber, cutucando Poseidon que cochilava pois já ouvira aquela história mil vezes.



O Castor era mortal e morreu, e como era um rapaz de índole duvidosa ele foi para o inferno, ai Polux veio me pedir de novo, mas ai Hades que dirigia o Inferno naquele tempo disse que tava com falta de gente, que eu tava distribuindo muita imortalidade por ai, e coisa e tal ai eles fizeram um acordo lá um dia um dá um turno no inferno , no outro dia no Olimpo e até hoje eles estão se revezando e assim foi. Creio que não esqueci de nada, piscou pra Urânia e disse, mas não precisa consultar Mnemosine não viu filha. Diga aqui para esses velhos Deuses, que atributos você dá para os filhos da Gemini?



Urânia disse: Confusão mental, indecisão, tagarelice, incompletude, dificuldade de assimilação, e principalmente superficialidade por que eu até agora não entendi quem eram esses tais de Idas e Linceu.



Assim seja disse Zeus.



Nãããããããããão! Gritou Urânia, eu estava dizendo como eu me sinto em relação a essa história. Mas já era tarde, disse Zeus, se você quiser pode dar mais algum atributo, mas já não pode retirar os anteriores, disse ele ainda sorridente, a do cisne foi muito boa, me dá mais vinho Apolo, Apolo! Apolo? Dormiu. Não agüenta ver eu me divertir. Diga mais duas coisas ai filha que eu também vou dormir um pouco.



Ai, disse Urânia: Inteligência e Versatilidade, por que eles vão precisar.



Assim seja! e dizendo isso Zeus adormeceu.
Quando notou que todos tinham adormecido, Urânia pensou, ai ! tá chato, ja vi que vou precisar de mais informações, foi devagarinho até Zeus e disse, posso ir falar com os signos? e Zeus bêbado e sonolento disse, vá que assim seja. E Urânia calçou as sandálias de Zeus, cujas as quais Hermes tinha uma cópia e partiu voando para o céu, para visitar pessoalmente cada constelação, depois voltaria as que ja tinham sido semi-desvendadas, seguiu pra  Câncer, com uma tristezinha de ter fugido e uma vontade enorme de saber mais e mais!

Câncer.


Quando voou bem rápido A pequena Urânia viu-se entre várias estrelas , percebeu que elas lembravam um enorme caranguejo, mas ela era muito desajeitada ainda com isso de viajar e não sabia bem como faria pra se comunicar, começou a falar, estrelinhas, estrelinhas falem comigo, preciso saber a história de vocês ela ouviu um som de coisa quebrando e em segundos um enorme caranguejo apareceu na sua frente.




- Quem é você mocinha? E o que faz com as sandálias de Hermes?



- Não são de Hermes, são de Zeus, meu pai, me chamo Urânia, sou uma musa, procuro o elo perdido da corrente do destino e estou distribuindo significados aos signos e preciso saber como cada um deve ser. Entendeu?- falou Urânia agoniada, por estar omitindo parte da história.



- Acho que sim- disse o caranguejo muito impressionado pelo fato de a jovem estar usando a sandália de Zeus. – Sou o primeiro que você visita?



- Que eu visito é sim, mas já andei distribuindo alguns atributos por ai, mas os deuses se distraem facilmente, brigam muito e sempre deixam de mencionar alguns detalhes que eu acho que eu deveria saber, eu poderia ter ido falar com Mnemosine, mas também ela não conta tudo.



- Então Zeus disse que você viesse falar comigo.

- Pois é... disse Urânia. Como você se chama?

-Eu me chamo Carcino de Lerna, o que você quer saber?

- Como você veio parar aqui? Disse Urânia voando em volta do caranguejo, treinando o equilíbrio com suas sandálias novas.

-Pare de rodar, você está me deixando tonto, suba em meu casco, vou levá-la para um lugar onde possamos conversar.



Urânia achou boa a idéia e sentou nas costas de Carcino que a levou pra uma bela praia onde havia uma enorme arvore e debaixo dela o caranguejo contou a seguinte história.



- Vivamos num lindo pântano em Lerna uma cidade eu, minha mamãezinha e nossa enorme família, tínhamos muitos vizinhos e éramos muito felizes, nosso pântano era governado por Hidra uma serpente de muitas cabeças que tinhas um irmão cachorros que trabalhavam pra outros deuses, eles eram filhos de Equidna e Tífon, ela era uma mulher metade cobra que teve muitos filhos, todos chamados de mostro por que ela tinha um gosto estranho para homens e por que sua metade cobra gerava estranhas criações, Tífon era um deus da primeira geração, antes de Zeus, que era seu irmão.



Urânia pensou que sua família devia ser mais extensa que a do caranguejo.



- Tífon possuía cem cabeças pois sua mãe Gaia, achou que a única cabeça de Zeus não daria conta de tudo que seria preciso fazer. Durante algum tempo tudo esteve bem juntos organizaram o Olimpo, depois no entanto Zeus e Tífon brigaram por conta de umas rebeliões que ocorreram no período de abertura do Olimpo, anterior ao funcionamento da corrente do Destino que pôs ordem as coisas.



Urânia pensou que certamente Zeus não lhe contaria muitos daqueles detalhes ou faria terríveis comentários sobre Tífon e assim começou a se sentir mais tranqüila de ter enganado o Deus e pego suas sandálias.



Quando Tífon e Equidna se apaixonaram ninguém acreditava que seria boa coisa misturar , como diziam deles, aqueles monstros. Deu no que deu, nasceram vários seres estranhos, terrivelmente brabos, por conta de terem sido sempre tratados de forma estranha por seus parentes, como eu lhe disse um desses foi a Hidra, que governava Lerna por conta de umas divisões feitas entre Tífon e Hera que como você deve saber sempre tem acessos de fúria. E assim foi quando nasceu Hercules mais um dos filhos de Zeus com suas muitas paixões, já estavam todos acostumados, e Hera andava mais conformada por que num acordo com Hades, que cuidava inclusive de um dos irmãos de Hydra, eles tinham tirado a imortalidade dos bastardos de Zeus.



Só que Hercules era tão bonito que Zeus quis dar-lhes imortalidade, assim adormeceu Hera e pôs o menino para mamar em seu peito, Hércules mamou tanto que já estava quase tornando-se imortal. quando Hera acordou... imagine...



- Imagino sim, sei que ela é famosa por suas fúrias.



- Ela empurrou Hercules com tanta força que espalhou muito leite, que foi convertido na via láctea. Teve muita confusão, e você vai ver nas outras constelações que a briga de Hercules e Hera deu origem a muitas coisas por aqui.



Pois bem um dos planos de Hera foi destruir Hercules assim, no meio de uns acordos de paz que aconteceram por ocasião da organização da corrente do Destino ela aproveitou e deu12 tarefas pra Hercules, certa de que em algum momento ele ia fracassar. Mas como quase sempre os planos dela não dão certo assim foi.



Vivíamos felizes lá em nosso pântano a Hidra era dura, mas governava bem e nos mantinha protegidos das eternas confusões entre os deuses. Um dia Tifon chamou a filha e disse que precisavam ajudar Hera, para a qual ele devia muitos favores, era preciso destruir esse Hercules e tudo ficaria bem, se assim não fosse Hera destruiria tudo como sempre fazia.



Eu e Hydra fomos muito amigos , todas as cabeças dela eram muito inteligentes e ela sempre visitava nossa família pra tomar banho de lama que ela dizia fazer bem pra quase todos os seus tipos de pele.



Antes de ela partir eu já era um caranguejo adulto e fiquei tomando conta das coisas pra ela no pântano, eu estava tranqüilo , triste por que ela tinha ido e por que vinham muitas noticias de que esse Hercules tava tirando de letra as tarefas de Hera.



Quando soube que eu tinha assumido as coisas no pântano Hera veio falar comigo, me explicou que poderia secar aquela lama toda quando ela quisesse e que eu estivesse ciente disso, eu disse que estava ciente e que faria tudo que fosse melhor pra Hydra.



Assim foi que um belo dia ela veio me dizer que eu precisava ir para onde estava Hydra por que Hercules estava chegando lá e que provavelmente o pior aconteceria.

E foi mesmo, quando eu cheguei lá eles estavam numa maldade sem tamanho de cortar e queimar a cabeça da minha amiga, ai eu parti pra cima de Hercules, dei uma boa mordida no pé dele, que numa única pisada, me venceu, meu casco ficou irreconstituível e a única cabeça imortal de Hidra que sobrou, disse o caranguejo já chorando, foi enterrada e ainda colocaram uma pedra em cima.



Não chora Carcino, você virou uma linda constelação. disse a pequena musa passando a mão no casco do bicho.



É a Hydra também, foi o Tífon que arranjou isso lá com Hera, que ainda não tinha dado finalidade pra via láctea e também pra amenizar o fato de ter sido a responsável pela confusão toda, sinto tanta falta do Pântano... snif, snif.



- Entendi Carcino, entendi mesmo, obrigada por me contar tudo, fique bem, preciso ir, tenho ainda muitos signos pra visitar.



- E os atributos, conte-me.



- Na verdade só Zeus pode concede-los, eu apenas sugiro, acho melhor eu não lhe contar, pois os outros ainda não sabem dos seus, em tempo você saberá.



Carcino se mostrou muito impaciente, queria por que queria saber, disse que ficaria magoadissimo com ela, que já bastavam todas as maldades, ela ainda vinha com aquele misteriozinho e enquanto voavam de volta pra via láctea ele tentava convencer Urânia a lhe dizer que atributos ela ia lhe dar.



Urânia explicou mil vezes que não podia despediu-se em meio a uma crise de choro e raiva de Carcino e seguiu para leão.



Quando chegasse em casa diria a Zeus que era preciso dar imaginação, pra os filhos daquela constelação por que eles eram impacientes, emotivos demais, indolentes e impacientes, mesmo que fossem muito sensíveis e gostassem muito de suas famílias, o que talvez amenizasse ao descontrole emocional e a histeria. Tinha que lembrar também que os caranguejos eram amigos bons e leais como Carcino que virou estrelas por que foi ajudar sua amiga Hydra.


Leão

E assim pensando seguiu voando a pequena Urânia.

Quando chegou na constelação do jeito que Carcino havia lhe ensinado, Urânia levou um tempo pra conseguir distinguir , ate que viu uns olhos enormes lhe olhando fundo.

- Quem e você, o que faz com as sandálias de Zeus?
-Me chamo Urânia, sou uma musa, procuro o elo perdido dos deuses em nome deles. Pois é essas sandálias não são de Hermes!

-Por que eu acharia que são de Hermes, conheço bem a diferença dessas sandálias.
-Carcino não sabe.
-Carcino não sabe de algumas coisas. E o que quer voce?
- O que eu quero mesmo e´  achar o elo perdido, mas parece que ele tá bem perdido mesmo, como sei que terei muitas tarefas, comecei logo por facilitar o trabalho de minhas irmãs e classificar os humanos, para que elas saibam o que fazer.
-E eu que tenho com isso?
- É que o senhor , seu leão é uma constelação, e são as constelações que dão o sentido
- Não tenho como lhe ajudar. Zeus sabe que você esta com essas sandálias?

-Claro que voce pode me ajudar,  é só me contar como veio parar aqui nesta tão bonita constelação


-Gostou? realmente, muito bela. quer saber? creio que devo lhe contar, será realmente uma perda se outros não souberem.
-Conte-me. preciso saber.
se perguntares minha nascença nao saberei dizer, sou próximo de Hidra e dos Kinos, estive pouco com a Esfinge e sempre soube minha mãe ser Equidna, que também teve muitos amores, sei pouco sobre isso, como Carcino deve ter lhe dito, teve muitos problemas de Hera e os filhos de Zeus, motivadas por seus temperamentos , mas deixemos isso, são la´ problemas divinos, sei que vivíamos com nossas funcoes de proteger lugares sagrados quando a confusão começou.
Hercules apareceu, dizem que fiquei encurralado, fiquei foi assustado, o que era aquilo, ele dizia que tinha frio, que precisava fazer uns trabalhos, tudo muito estranho veio com aquele primo dele, que ajudou ele lá com o problema com a Hidra  e assim se sucedeu a tragédia que prefiro nao lhe repetir.

- Nao repetir? e como saberei? por favor, ja ouvi muita coisa, o senhor sabe o que é uma gozada?

-Hercules me matou com minhas próprias garras, pegou meu pelo e fez um casaco, saiu por ai gabando-se de belo e poderoso, teve que usar minhas próprias garras pra me destruir aquele fraco, sufocou-me, incapaz de cortar-me com sua faquinha. disse o leão muito indignado.
Agora são só reflexos, mas ja foi belíssimo pelo, disse o leão dando uma volta em torno de si mesmo.
-Eu acredito, acho ate que irei visitar Hercules... disse Urânia pensativa.

- Boa sorte, egocêntrico que so ele, também coberto de meu lindo pelo. vou lhe contar por que virei uma constelação, por que Zeus ficou enfurecido de Hercules ter me destruído, fazia belíssimos casacos para suas queridas de minha juba crescida, que mandava Hermes ir aparar, com suas próprias sandálias, bem antes de conceder as do próprio. Por isso sei a diferença entre elas. A de Hermes mais vista por isso mais conhecida...olhou-a

-Então me conte a diferença também, assim saberei dizer aos outros.

-As de Hermes são bem menores, só cabem em seus próprios pés e tem muitas marcas de empreitadas. As de Zeus sao grossas se adéquam a qualquer pe que calçá-las com seu consentimento. Contei-lhe, mas guarde o segredo, assim tera o mistério.

o mistério e algo que lhe da um quê que sempre fará com que as pessoas possuam interesses sobre isso.
 Entendeu?
-Digamos que compreendo, mas prefiro nao expressar isso agora.
- Entendeu bem. riram, ele balançou a juba estrelada e riu.
-Urânia pediria um dos casacos de Zeus, pensou que fazia frio na Via Láctea, que gostava do inverno e que precisaria de um tão lindo casaco.
Leo ofereceu uma pequeninissina estrela piolha de sua juba de luzes para a coroa de Urânia, disse que se falasse com Saturno ele poderia lhe fazer um belo anel.

Agora vá, deixe-me. preciso pensar.
Urânia saiu muito satisfeita, falaria bem do leão, de sua altivez, de sua magnificência, de como ele contava isso bem, Certa de que Zeus lhe contaria alguns detalhes bem misteriosos, sobre aquelas vaidades e essa coisa de todos terem ficado assustados com Hercules. Decidiu inclusive que visitaria o próprio Hercules, Depois de falar com a Virgem

E assim ela foi curiosa, ja tinha ouvido muito falar de Perséfone. Era inverno precisaria ir ao inferno para encontrá-la... saiu desceu ja familiarizada das sandálias e ja distraída da fúria de Zeus, afinal quando ele soubesse que ela foi no inferno, ele ficaria orgulhosíssimo...








O caminho do inferno

primeira pessoa que Urânia encontrou e perguntou onde ficava o inferno, lhe respondeu que ela nao sabia e que por favor nao lhe ensinasse o caminho, Urânia riu, os Deuses todos falavam muito bem de Hades e Perséfone de como eram boas as temporadas quentes no paraíso infernal.

Claro que Mnemosine ja havia lhe advertido, que ate uma certa idade era melhor evitar aquelas terras quentes.
Estou procurando o elo perdido, o inferno é um bom lugar... pensou.


Disseram-lhe subterrâneo, entrou numa caverna escura e encontrou um homem sentado com uma lanterna.


-Como vai, sabe o senhor se ainda é dia ou noite? estou caminhando faz tanto tempo.

- Aqui isso pouco importa, durma, se tiver sono e siga se assim for necessário.
- Procuro o inferno.
- Caminho fácil de achar. difícil de trilhar. que quer voce por lá?
 - Preciso falar com Perséfone.
-Posso lhe ajudar, tem algo para me oferecer?
- Posso lhe dar esse pó que peguei na via láctea e que pode fazer sua lanterna ficar sempre brilhante.
-Imensamente deslumbrado com a grandiosidade do presente lhe mostrou um barco alternativo para cruzar o caudaloso rio sem intempéries. e assim foram.

-Sou uma musa, me chamo Urânia.
- cadê meu pó galáctico?
-Urânia tirou a tiara de estrelas e sacudiu dentro da lanterna do homem. ha sempre de lhe ajudar a achar o que procura. o que faz sozinho na caverna?
-Aqui vendo sombras, soltei uns homens que ca estavam e ca fiquei.
- viu algum elo perdido por ai?
-Ja so vejo sombras.
- Agora com essa lanterna podes ir ver coisas coloridas, Aurora andou fazendo umas exposições ótimas.
- Pensarei nisso, vamos ao paraíso de Perséfone.
-Eu sempre digo de Hades
-Quando conhecer Perséfone, ou a demonia adolescente, voce entenderá.
- Ja ouvi muito falar dela, dizem que ninguém nunca viu Hades daquele jeito. nao sei bem o que isso quer dizer mas sempre quer dizer que a coisa foi importante.
-Foi, o mais importante de saber é que Hades anda ocupadíssimo com essa coisa da unificação dos   reinos, seu reino tem crescido, e ele teme que isso lhe seja prejudicial, anda por ai com Baco junto a si, fazendo reuniões e mais reuniões, durante o verao enquanto Perséfone vai viver sua adolescência junto aos pais, quando esfria e eles se reencontram ela dourada de fazer florir plantações e ele ávido de amenidades. faz-lhe todas as vontades e ela reina absoluta sobre ele e seu paraíso, o paraíso de Perséfone.

A pequena musa suspirou, Se eu não fosse uma musa eu queria ser Perséfone!
O homem sorriu, Urânia era uma boa musa.

Assim que atracaram a embarcação cinco cavalos vermelhos arrastaram uma imensa carruagem dourada, os cavalos abaixaram-se em saudação a musa e ela entendeu que deveria subir.
-´E sempre assim por aqui?
-Ela sempre sabe quando alguem vai chegar, e Urânia reparou na poeira galatica no pelo dos cavalos, ficou aliviada, essa coisa de meu nome e Urânia to procurando o elo perdido era chato, ela preferia quando sabiam quem era ela e qual era o elo.
-Obrigada Homem, espero que busques o que queres encontrar.
-É ao contrario pequena musa.
-Eu lhe digo que depende do que se busca. Vou seguir.
-Vais em bons ares.

A musa usava uma grossa túnica de cruzar os ceus, assim que começou sentir calor viu ao seu lado na carruagem muito bonita uma leve túnica, trocou, sabia ser pra ela, espanou as bonitas sandálias do pai com umas escovinhas , quente, viu rios caudalosos, em alguns momentos carruagens passavam, sempre temia alguém lhe perguntar, foi deixada na porta de um muito florido castelo, passou um tempo olhando as flores, eram todas de cores quentes e queimavam e renasciam imediatamente pensou em pega-las, queimou-se levemente. .
Queres uma?

Perguntou uma voz muito doce atrás de si.
Ola! bela Perséfone, sao muito frágeis, durariam pouco.
-Posso prolongar sua vida para ti.
-Seria muito bonito
-Farei brotar flores de tua linda tiara.
-Uma apenas. ja é beleza suficiente.
-Perséfone riu.
-Preciso levar-te para Hades.
-vim tratar consigo. disse decepcionada
-A constelação é presente dele. fale com ele, eu gosto de ouvi-lo contar essa historia. Depois posso lhe dizer alguma coisa que você nao tenha entendido.
 -Você é muito bonita.
 - Você também. e floriu uma flor de fogo na estrela maior de Urânia.
-Como cuido dela?
 -Se a inflamares bastante ela pode queimar, faças como quiseres. vamos para Hades, esta louco! ja conheceste Baco?
-Ainda não, tambem quero muito conhece-lo.
- Não creio que Mnemosine deixe isso acontecer por esses tempos.
-Por que, somos irmãos e meu pai gosta muito dele.
- Todos adoram Baco. Aqui ele é bem-vindo em qualquer tempo.
-Esta aqui?
-Não sei, aparece quando quer, some demandado por todos por seu vinho, bom Baco, Hera realmente....
-E seus temperamentos, diz Zeus...
-Perséfone riu, devia  ter te  dado uma flor mais bela, lamentou, queres que eu troque?
-Vamos ver Hades, quero saber essa história!


Virgem
Era uma Sala das mais belas, muitos cachos de uva, muitas peles dos mais estranhos animais e os mais estranhos animais, muitos felinos, Hades era tao grande quanto Zeus, ela ficou muito impressionada.
-Como vai? Hades.
 - Diga-me voce como vai,disse lhe rodopiando no ar, estou de ferias, aqui fazendo vontades de Perséfone, Ja tem noticias do Elo? perguntou risonho. O Elo perdido, achei que as musas foram das melhores estratégias, que pensas Perse?

 - Penso igual, viste que eu lhe dei uma flor.
-Ela ja conheceu Baco?
-Ainda não, falávamos disso.
-Ele ...
-Quer algo para beber, pequena musa? perguntou Perséfone.
-O vinho de Baco.
Riram, boa pedida. vou te servir gelado, aprendi com uma brisa...

Beberam...
Hades começou assim.
Ela queria. eu dizia vamos devagar, ela nada, queria ficar aqui, se esconder aqui, vinham buscar, eu devolvia, Zeus vinha, todo mundo queria de volta, nos viam brigando, ela fazia secar tudo, eu ardia chamas para impressioná-la, e assim decoramos o nosso paraíso, nao espero que compreendam, evito muitas confusoes.
-Hei as sandálias, deixe-me ver, Zeus lhe deu as sandálias dele? perguntou Hades.
-Elas so cabem nos pes da gente se ele autorizar.
-E verdade.  disse o casal. olhando-se.
-Ela queria vir. era jovem, eu lhe dava caroços torrados de romã ela brotava flores, foi demais, eram tempo difíceis diziam que eu estava me distraindo demais. Queriam acabar, casamos, a mae criou caso queria sua menininha pra fazer belezas pelas plantações, que sem elas nao fazia nada ...e manda Hermes vir trazer recado e buscar Perse. andavam todos por aqui neste período.  Mostra pra elas as roupas que você usá-la com a sua mae.
- Depois posso mostrar se voce quiser, querida Urânia, mas agora deixe ele contar. Hades nao implique com minha mãe.
-Certo querida, to contando a historia, tenho que contar que sua mae fez aquela confusão, É a historia  a confusão de sua mae.

-Eu gosto sabe Urânia, gosto de la e gosto de ca, tive dificuldades pra aceitarem que eu queria os dois mundos, o mundo de meu amor e o mundo dos meus atributos, tenho que organizar bem as coisas, as coisas la de cima, pensar nas estações, viu as ultimas de Aurora? dizem que ficou longo tempo com Harmonia.
Vi sim estiveram la no museion para falar com Apolo para ajudá-las com um exercício e acabaram por comentar que Aurora estava aprendendo outros tantos exercicios com Harmonia.
-Sao ótimas, sorriu Perséfone. Pois, eu gosto de la e gosto de ca tambem.
Hades também tem coisas pra resolver, eu tento manter tudo em ordem pra gente poder se divertir quando e tempo. tempo de plantar e tempo de nos recolhermos.
Trago algumas flores, nada demais, fico sem tempo.Quero saber de tudo, gosto de me manter informada, mesmo que eu me meta pouco, gosto de saber, essa coisa mais do Olimpo, ja criei problemas demais. Riu linda, e foi-se deitar no colo de Hades, ele que me deu a constelação, conta essa historia pra pequena musa.
Aquela confusão, e virgem, nao e virgem, estavam comendo caroço de romã.
-Hades adora caroço de romã
-Pois é. Ela começou ficar triste, triste, eu ja tinha falado com todo mundo, acordo feito a confusão continuava, eu me distraia, ela reclamava, Hera passou uns tempos aqui, que ela diz que as cólicas dela doem menos aqui embaixo.

-E Baco?
-Herme so avisa sempre com presteza, para que evite, ja criaram uns dez vulcões de encontrarem-se.


-Ai quando os dois estao por aqui nao fazemos outra coisa se nao evitar que se encontrem, e Hera consegue nao ser das visitas mais agradaveis, reclama muito, tem raiva de todo mundo. quer sempre saber como vao Hades e Mamae, essas coisas.

Por que Zeus nao pune Hera mais severamente? perguntou Perséfone.
- Acho que ele gosta de temperamento. disse Urânia.

Como eu ia dizendo Belas , disse Hades jogando-se numa grande pele. Perse andava triste e Hera estava aqui. e falou-me  do problema de Hercules, que depois daquilo estava cansada, acabei desabafando com ela, por que ela sabe dar bons conselhos, ela disse de-lhe uma de minhas constelações, Zeus me deu milhoes de estrelas depois do ocorrido de Hercules, escolham as estrelas que quiserem.
Adoro escolher estrelas. disse Perséfone suspirante.
Sabe Urânia, Perséfone consegue buscar as mais bonitas estrelas, em meio á milhoes de estrelas.
Assim dei-lhe esse presente,  Disse eu a terei toda noite como se nunca a tivesse possuído, chame essa constelação de virgem,  e ela ficou mais feliz, e naquele período teve a mais linda primavera que o mundo ja viu!
Ai, repete essa parte! disse Perséfone pulando em Hades, e ele repetiu, a mais linda!
Ja vou disse Urânia muito esperta, na sua terceira caneca, pena nao tivesse conhecido Baco, ainda havia de encontrá-lo.

Daria muita organização, muita harmonia, o dom das boas escolhas, o comedimento frente a forca das opiniões, mas nao esqueceria de mencionar que querem por a mao em tudo e ela saia do inferno com uma florzinha queimando em cima de sua testa. Como eram lindos Perséfone e Hades .

E voltou conduzida pela carruagem dourada de Perséfone subindo por dentro de um dos vulcões feitos por Baco e Hera num de seus encontros.


Libra.
 Quando seguia muito feliz por que estava confortável com as sandálias e por que agora ia procurar Hercules, Urânia sentiu um leve toque no braço. Ao virar-se deu de cara com Hermes.

Reconheceu pelas sandálias, que se puseram frente a frente e deixaram Urânia perceber como as suas eram muitos mais bonitas que a outra.
 - Ja pedi sandálias novas, disse Hermes, mas essas penas sao muito raras e precisam ser recolhidas no tempo certo, estou juntando as mais bonitas para fazer um modelo novo para mim.
- Gosto desse estilo surrado da sua, vamos trocar!
- Sabe muito bem que vim busca-la?
- Quem mandou?
- Zeus. Vamos!
- Ele esta Zangado?
- Zangado não, curioso.
- Se ele me tomar as sandálias voce me empresta as suas?
-Fico feliz de terem lhe dado a matemática. já a utilizou?
- Tenho preguiça de estudar, depois que descobri as notas musicais fiquei muito distraída, e decidi que iria logo começar a procurar alguma coisa, depois eu volto e faço um plano.
- Certo, Vamos!
- Passou-se quanto tempo desde que sai?
- Duas Primaveras Olimpicas.

Quando chegou ao Museion Urânia foi-se encontrar com Zeus dentro de uma grande biblioteca.

Tinha junto a si um grande tonel de agua e uma caneca. Urânia percebeu que tinha muita sede, achou melhor não falar nada e esperar para ver o que Zeus diria.

-Devolva minhas sandálias. 
Ela calada.
- Você acha que me enganou?
-Eu penso que fiz o que era necessario.

-Conte-me tudo!
-Quando poderei conhecer Baco!
Zeus gargalhou! -Estiveste com Hades e Perséfone?

Quando chegaram no Mouseion Urânia foi orientada a dormir antes de encontrar-se com Zeus.  Quando acordou foi encontra-lo dentro  da Biblioteca, tinha junto á si um enorme barril de água e uma caneca, quando a pequena musa chegou foi direto para o barril e bebeu sofregamente. Por que tenho tanta sede? Perguntou.

- É o vinho de Baco, quanto mais dele se bebe, mais sede se tem.

- Existe sede de vinho?
- sede? Não é bem a palavra, posto que não é uma necessidade do corpo.
- é como uma vontade forte né?
- Tens vontade de mais vinho pequena?
- Por hora não, mas eu gostaria muito de conhecer o próprio Baco.
- Zeus soltou gostosa gargalhada, todos adoram Baco! Mnemosine me pediu muito pra mante-lo longe de vocês enquanto forem jovens musas, mas creio que assim que ele queira irá encontrá-las. Mas esqueça isso agora e me conte como foi sua viagem? E devolva logo minhas sandálias.

- Ai preciso de umas sandálias dessas e preciso também de um casaco com pêlo do leão de Neméia e de algumas estrelas de Hera e quero uma roupa igual a que Perséfone usa na primavera.

- Bons gostos os seus, depois vemos isso, conte-me dos atributos.

Urânia contou tudo com muitos detalhes, Zeus lhe contou muitos outros Detalhes enfatizando que na história de Hercules não haviam inocentes, e sim as primeiras disputas que culminaram nas recentes assembléias de unificação dos reinos divinos e que as tarefas de Hercules relacionavam-se predominantemente a tomada de templos que ainda estava em curso mas que teve seus primórdios naquele período.

E que a família de Hidra, de onde vinham o Leão de Neméia, a Esfinge, Os Kinos, Quimera e Medusa, foram muito poderosa organização que tomaram pra si muitos lugares sagrados, afirmando protege-los, mas sempre encontravam um jeito de não permitir que mais ninguém passasse por suas terras, claro que foram também muito perseguidos, mas foram jogos de interesses como Zeus explicou para Urânia.

Zeus concordou com quase todos os atributos que a pequena musa sugeriu fazendo algumas adequações as manifestações mais ingênuas, como por exemplo a distribuição de uma quantidade muito grande de atributos para uns e outros, é preciso medir e calcular muito bem dizia ele, as doses afastam o remédio do veneno.

Ainda não aprendi muito sobre medidas e sempre fico na dúvida se aquilo que distribuo são qualidades ou defeitos, também sempre fico em dúvida se aquilo que me contam é a verdade das coisas ou uma verdade sobre algumas coisas, ou se são formas de esconder a verdade de outras tantas coisas.

Por isso lhe trouxe até a biblioteca, para que você estude um pouco mais antes de continuar a distribuição dos signos, estude principalmente pesos e medidas, assim você poderá fazer melhor a distribuição das coisas, quanto ao bom e ao mal, eu lhe digo sempre serão pontos de vista entre quem age e quem sofre a ação
Você é enviada dos Deuses para buscar o elo perdido, faça o que for preciso, não há nada de bom ou ruim apenas a sua missão de achar o elo.

E assim Urânia se pôs a estudar pesos e medidas e estava muito animada com uns sons que vinha produzindo com garrafas de vinho mais cheias ou mais vazias , quando um dia Hermesentrou trazendo uma caixa.

- Um presente de Perséfone para você pequena Urânia.

Urânia deu saltinhos de alegria antes mesmo de abrir a caixa, por que sabia que devia ser algo bonito, interessante e útil, pois conhecia bem o talento para a gentileza que tinha Perséfone. Junto com a caixa Hermesdeu o seguinte recado, que Perséfone soube de seus estudos sobre medidas e lhe mandava de presente a libra que usava para calcular o valor dos presentes de Hades e também lhe mandava um dos modelos de sua nova coleção de primavera , pois Zeus havia lhe contado do desejo da pequena musa em ter um deles.

Urânia ficou animadíssima, não sabia se vestia a roupa ou se pesava as coisas, vestiu-se e ficou horas, tentando colocar coisas nos pratos para equilibra-los. Era tão difícil que ela percebeu que precisaria se concentrar mais.

Pediu que Crato lhe desse sementes iguais e assim foi feito, durante muitos dias Urânia colocava e tirava sementes dos pratos com a intenção de equilibra-los até que conseguiu, ficou muito feliz quando os pratos nivelaram-se , e resolveu contar com quantos grãos cada prato atingia o equilíbrio, qual não foi sua surpresa ao perceber que não havia equivalência entre o numero de grãos, de  um lado e de outro da libra. Aquilo deixou a pequena musa com muita dor de cabeça, mas uma conversa com Crato a fez compreender muito sobre aquilo.

- Mas os Grãos são tão parecidos, deveria haver algum equivalência, mas a diferença entre o numero de grãos é muito grande.

Crato lhe disse- São os detalhes jovem Musa, os detalhes  são coisas imperceptíveis aos olhares menos treinados, é preciso olhar muitas vezes para o que sempre olhamos e estranhar aquilo que achamos que conhecemos para notar-lhes  diferenças.

E assim colocaram todos os grãos em duas filas e puseram-se a olhá-los atentamente até perceberem que não havia semelhança real entre nenhum deles, não obstante comungassem da mesma forma e textura.

- São como os Homens disse Crato, de olhá-los achamos todos iguais, de conhecê-los vemos não haver nem um igual ao outro.

Urânia aprendeu muitas coisas com a balança de Perséfone, e assim até que um dia Zeus entrou na biblioteca trazendo Hera pelo braço.  A deusa gostava das musas , mesmo que não gostasse de muitas coisas e estava contentíssima por que Zeus ia dar uma constelação para Urânia e as estrelas eram das suas.

Urânia ficou muito, muito excitada com o presente, afinal já tinha conseguido seu modelito de Perséfone e agora teria uma constelação pra ela.

- Como faço? Como escolho minhas estrelas?  
- Vá até a via Láctea e escolha, é simples , depois defina a forma e nós mandamos ajeitar tudo ao seu gosto- disse Hera.

Zeus disse, aproveite e use essas sandálias aqui e entregou-lhe umas sandálias iguais as de Hermes
- São como as de Hermes, comemorou! Surradas!
- São as próprias ! ele conseguiu as penas para fazer novas e pediu que eu lhe entregasse essa, disse que não ficaria bem ele mesmo entregar.

E assim não cabendo-se de felicidade por já ter quase todos os seus presentes Urânia pediu, deixem que eu peça a ajuda de Perséfone, soube que ela escolhe as mais belas estrelas entre infinitas estrelas.

Zeus riu e disse, diante de infinitas estrelas, comece por escolher um bocado delas, assim será possível escolher entre as mais bonitas do seu monte, ninguém escolhe estrelas entre infinitas estrelas.

 Hera também riu- Qualquer oceânida sabe que é preciso delimitar para definir querida, anote isso em seus estudos, e chame a danada da Perséfone, por que ela sabe mesmo escolher belas estrelas. Urânia anotou tudinho que tinha aprendido naquele dia com seus estudos e com seus presentes, pediu que Hermes levasse um recado seu para Perséfone e juntas foram para a via lactea escolher belas estrelas.

Perséfone explicou pra Urânia que era preciso equilibrar o brilho, se colocasse todas as estrelas do mesmo tamanho e intensidade não ficaria tão bela a sua constelação, era preciso por diferentes gradações, afasta-las e aproxima-las conforme a forma que queria que elas tivessem – Já definiu a forma querida Urânia?- Já sim disse a musa, quero que seja como  a libra que me deste, Perséfone ficou ainda mais lisonjeada e disse, então ponhas a tua constelação junto a minha que assim sempre lembrarão da boa amizade que temos.

E assim foi feito. Zeus disse que já era tempo de continuar a classificação zodiacal , assim uma das antigas constelações, que não se tem registro de qual tenha sido, foi retirada do zodíaco para dar lugar a constelação caçula de libra.

Que atributos lhe darás perguntou Zeus a Urânia enquanto tomavam sol nas plantações de Perséfone.

Terão os males da Balança, buscarão com dificuldade o equilíbrio e terão sempre duvidas sobre as dosagens, mas terão graça e encantamento, como os presentes que ela ganhou e despertarão sempre a curiosidade de quem os conhecer, não terão facilidade para as decisões, mas suas decisões serão sábias e graciosas, dou-lhes também a visão para o belo e a capacidade de fazer tão boas amizades como a que nasceu entre mim e Perséfone.

Zeus achou aquilo muito justo e assim foi feito.


Urânia e Baco
Depois de muito ter estudado sobre muitas outras coisas, Urânia resolve sair para respirar um pouco antes de ir saber sobre a constelação de escorpião, eram muitos conflitos envolvendo aquele signo e alguns deuses lhe diziam que  melhor seria se ela fosse ter com órion para saber melhor, como já tinham havido muitas confusões e Urânia preferisse mesmo era resolver problemas ao invés de estar envolvida neles ela tomou a decisão de protelar um pouco sua ida.Além disso tinha passado por muitas transformações dentro da biblioteca e sentia-se confusa com seus dons e presentes.

Não se sabe bem o motivo do costume, mas as musas ficavam longos tempos sozinhas nas florestas quando estavam tristes ou pensativas e com ela não era diferente, sentou-se numa pedra e pos-se a pensar como

aquela tarefa de ir procurar os signos tinha lhe parecido tão infrutífera, uma vez que o elo tinha caído e nao subido como supunham  alguns e essa foi uma das primeiras deduções de Urânia. deitou-se numa grama verdinha e estava quase adormecendo entre pensamentos quando começou a sentir uma gostosa sensação que lhe remetia ao castelo de Perséfone, quando abriu os olhos, em cima de si haviam incontáveis cachos de uvas e uma linda pantera preta lhe olhava de um jeito muito curioso e pouco amedrontador.

a musa se levantou num susto e deu de cara com um belissimo rapaz.

- Se não é a Jovem Urânia!
- voce...voce... é Baco?
- o proprio em cachos e canecas.

Urânia tomada de um estranho encanto atirou-se aos braços do Deus e lhe disse o quanto tinha vontade de conhece-lo e que sabia que em breve ele apareceria, e perguntou se ele sabia do elo perdido, e de todas as

coisas que vinham sendo feitas para encontra-lo falou, falou e falou enquanto, Baco lhe ria de um jeito que lhe deixava muito a vontade para falar e falar mais, até que se cansou. e disse , agora conte-me você.

- Tenho lhe procurado, ouvi falar de seu bom senso de humor, de sua inteligencia e me disseram que andavas curiosa por me conhecer, cá estou, não tenho muitos mistérios, não sei do elo perdido e inclusive sai daquela festa no justo momento que toda a confusão teve inicio que fazes tão perdida nesta floresta vazia?

- Não estou perdida, estou pensando, preciso ir procurar uma constelação meio confusa.- contou-lhe sobre o zodiaco, ele ja sabia, mas deixou que a musa lhe contasse o que tinha experimentado.

- queres vir comigo até um de meus templos?
-Claro! respondeu sem pensar Urânia.

Quando chegaram no templo de Baco, ele pediu que todos os sacerdotes que por lá estavam a produzir vinhos, prova-los e cultuar-lhe a divindade se fossem e lhe deixassem ali com a  musa.

- Logo na chegada Urânia ficou muito impressionada com a movimentação do lugar e com a nudez de tantas pessoas e com as estranhas formas como elas se abraçavam e se deitavam umas sobre as outras, em tapetes,
paredes, sobre plumas e pelos. praticando estranhos exercicios viu que haviam tantos  barris de vinhos que ela secaria um rio de bebe-los.

Baco lhe ofereceu um recosto muito macio e seu melhor vinho.

-Aprendi a fazer vinho enquanto me escondia da fúria de Hera por entre

as plantações,os vinhos variam de acordo com a vida de cada uva, logo,

um vinho é uma história, ele pode dizer se a uva estava madura ou

verde, se veio do frio ou do calor, como foi plantada, pisada e

armazenada, mas para saber isso é preciso provar cada vinho, e ir lhe

decifrando a história lentamente, se abre um barril de vinho jovem,

podes ainda guarda-lo para que o aprecies em outro tempo, no entanto

se fazes como faço agora e abro este pequeno e velho barril que

preenchi ainda em minhas primeiras e mais inspiradas experiencias

deves bebe-lo todo, pois nao servirá para ser guardado.

Assim como os dias, se te encontrares em bons dias

retira-lhes tudo que puderes com o risco de jamais novamente

conseguires ter deles aquilo que podiam te dar.

Baco lhe ensinou  a abrir um barriu fazendo embaixo deste um pequeno

furo, mostrou-lhe como fazer uma rolha e como coloca-la e tira-la sem

deixar que o vinho se desperdiçasse.tomaram todo o barril enquanto Baco lhe contava sobre as perseguições de Hera e de quantas e quantas vezes ele ia tentado seduzi-la com seus vinhos e de quantos tipos de vinho haviam sido feitos com a intenção de dissipar a raiva sem sentido que a deusa tinha dele, contou-lhe sobre uma loucura passageira que tinha lhe ocorrido e que passou mesmo a dormir em barris e andar com cães e comer cebolas pelas terras e reinos até que um dia sem encontrar nem sequer um cacho de
uva para fazer vinho, por ocasião da briga da mae de Perséfone com meio Pantheon ele foi ver a Deusa Cibele. que o achou muito inteligente e sujo, deu-lhe banho, ofereceu-lhe abrigo e lhe instruiu na construção e manutenção de templos e também foi ela quem lhe ensinou a armazenar corretamente o vinho que Baco fazia e nao sabia bem o que fazer com ele.

- Cibele foi a mãe que perdi, mesmo que tenha tido um tão bom pai, ela me curou de minha loucura e me fez ser dono de muitos templos e senhor de todas as festas, que nao se fazem sem me convidar. nao vou em todas , preciso fazer outras coisas. gosto muito do Reino de Hades mas sempre volto de lá muito mais cansado do que fui ele e Perséfone me colocam dentro dos mais estranhos jogos e me consomem quase todo o vinho que tenho, volto sempre, claro, eles me divertem, mas preciso sempre de ainda outras férias assim que encontro com eles. acabo de vir de lá, mas a menção de sua passagem encurtou minha visita e assim

vim procura-la Urânia de tudo ria e tudo achava muito bonito e bom, desde que Baco começou a falar e de que eles passaram da metade do pequeno barril, ela estava muito concentrada nos detalhes do Deus, ja havia notado um pequeno defeito em sua perna que em nada lhe comprometia o interesse, e seu olhar subia com uma muito estranha curiosidade que ela nunca antes havia sentido. e assim confusa das suas sensações ela disse:
- Nunca estive assim.

Baco riu. sobre o que falas? esse vinho realmente é muito forte, melhor pararmos.

-pode ser o vinho, mas eu sempre quis saber o que era quando se dizia

"ninguem nunca o viu desse jeito" e eu lhe digo, por que cá não há

quem possa dizer de mim, que ninguém nunca me viu desse jeito e eu

mesma nunca vi as coisas como agora vejo, disse ela se aproximando de

Baco e comendo uma uva que estava em sua coroa de folhas de parreira.

Urânia sentiu brotar uma das flores de Perséfone em sua tiara e chegou mesmo a que queimar um pouco a testa. Baco delicadamente derramou-lhe vinho na flor  pegou um bem maduro cacho e pos-se a colocar uvas na boca de Urânia, logo depois começaram a brincar de beber vinho dentro do umbigo um do outro e nao deixar que a parte escorregada do vinho se perdesse. e assim ficaram por muito tempo, empanzinando-se de uvas e provando diferentes  vinhos em seus umbigos e nao deixando que o vinho transbordado se perdesse, até que Baco lhe disse que precisava deixar que os bacantes entrassem. Urânia disse que gostaria muito de ver a cerimônia se lhe fosse permitido.

Baco levou-a pela mão,  até sua cadeira de honra e a sentou em seu colo.

A festa de feitura e prova do vinho começou e Baco contava pra Urânia detalhes sussurrados no ouvido e lhe explicou direitinho cada uma das etapas de tudo que ela via na cerimônia, repetindo-lhe gestos que cada vez mais a faziam ter sensações inéditas e experimentar um existência nova.

Dias e dias permaneceu Urânia no Templo de Baco, conheceu costumes, descobriu segredos, aprendeu sobre vinhos,  inventou até umas coisas novas por lá... até que Mnemosine e Zeus apareceram para busca-la.
Pode-se dizer que Zeus vinha junto apenas para aplacar a fúria de Mnemosine que ouviu de uma bacante em um templo muito distante que novos e deliciosos vinhos estavam sendo feitos em homenagem a uma linda musa que estava de visita no templo de Baco.

Foi grande a confusão e muitos barris de vinho foram perdido pelo ataque de Mnemosine.

Urânia lhe dizia: você faz minha cabeça doer.

- Não sou eu, é esse maldito.
-Desde que estou aqui só tenho bem estar e agora minha cabeça dói, de-me água, saia de minha frente.

e assim aos berros de um lado e de outro Urânia foi arrastada até o Museion, Zeus convenceu Baco a deixá-la, nao poderia ficar com ela, ela era uma musa e tinha que procurar o elo, e ele ja muito bem havia achado que queria, que ficasse por lá que o zodíaco ainda estava em pleno processo de investigação e ele nao poderia mais ficar brincando de fazer vinhos com Urânia, Baco concordou foi tão grande o estrago de Mnemosine que ele teria grande trabalho para fazer novos vinhos e novos barris, a visita de Urânia e um jeito que ela tinha para os detalhes também lhe foram muito úteis e ele começou a fazer diferentes e deliciosos vinhos de uvas não maduras  em homenagem ao gosto de coisa ainda verde que havia lhe ficado na boca dos dias com Urânia.

Enquanto Baco suspirava pelas videiras, Zeus impediu Urânia de ouvir um enorme sermão, simplesmente dizendo a Mnemosine que Apolo a esperava  e que  a levaria para conhecer Órion, e contar-lhe a história do escorpião.

-Não há tempo a perder vamos logo Urânia, depois terás com ela Mnemosine, agora é tempo de continuar o que foi iniciado.

E enviou Urânia ainda com uma caneca de água na mão para encontrar-se com Apolo.

Quando Urânia chegou no templo de Apolo após alguns cumprimentos ele perguntou se ela havia conhecido Baco.
Urânia respondeu que sim e que sentia muita falta dele.
-Se eu não fosse uma musa eu seria uma bacante.
Apolo achou aquilo muito engraçado e quis mais detalhes sobre as ultimas aventuras de Urânia, comentou que ela estava já uma grande musa e que certamente encontraria outras diversões como as de Baco pelo caminho.

-Duvido muito que sejam como Baco com quem nunca me senti daquele jeito antes.

Antes jamais será como depois, nunca ter se sentido assim antes, de forma alguma quer dizer que voce jamais se sentirá assim depois.

- É verdade. então digo que quero me sentir assim de novo.
-Terás tempo jovem musa. terás tempo.agora vamos até Órion, aquele danado guarda muitos segredos e poderá nos ajudar.
-Por que não posso ir sozinha?
-Creio que seja melhor que eu vá contigo, tendo em vista que em Órion provavelmente serás hostilizada por ele, com quem acabamos de ter mais um problema, e se fores direto até o escorpião dificilmente saberás a história toda, aquele sabe guardar um segredo.

Eu vou começar por lhe contar logo uma parte da história, eu e Órion tivemos problemas, ele queria por que queria casar com minha irmã Artêmis, vi os dois conversando algumas vezes, perguntei, ela negava, dizia que eles eram só amigos, que não havia de fato nada entre eles dois.

eu avisei ela que ele era perigoso, já havia sido acusado de estuprar donzelas , além de um gosto por sangue de animais, mas Artemis disse que sabia a verdade da história e que quem inventou aquilo foi o pai da donzela ao descobrir que a filha havia lhe traído e se entregado ao caçador, o único jeito que ele via de fazer com que sua vergonha passasse era espalhar aos quatro ventos que ela nao queria aquilo e que Órion era um bruto. A verdade é que Órion e Artemis passavam dias e dias caçando juntos, e fazendo assados de animais pela floresta e ainda nao sabíamos que males adviriam se minha irmã quebrasse o acordo de manter-se pura.

-Vais me contar tudo é? prefiro ouvir de Órion, sei que você e Zeus sempre omitem partes da história que eu sei que é melhor se eu souber de outras pessoas.
- devo lhe dizer que seu temperamento as vezes me faz achar que você é filha da própria Hera, rouba sandálias, foge para bacanais, afronta Deuses, acaso compreendes o lugar das musas na hierarquia? acaso sabes que sou um Deus e tu fruto de um plano para recuperar um reles elo perdido.

- Reles elo perdido? reles elo perdido? acaso sou filha de deuses e sei muito bem meu lugar na hierarquia, não tenho imortalidade, ora, grande coisa, meu dons sobreviverão por todas as minhas gerações, quanto ao elo perdido, dizes isso por que nao sabes o que é nascer pra procurar aquilo que você não perdeu, nunca viu, nem sabe como é, e é o tempo todo, elo perdido, elo perdido, elo perdido e agora vem você me dizer que pouco importa o elo perdido, diga isso á Zeus, vá ao Pantheon e liberte eu e minhas irmãs desse fardo, faça algo, ao invés de vir trazer á mim seus desaforos, e nao me conte mais nada que não quero saber, leve-me até Órion.


- Apolo ainda pensou em dizer umas boas para aquela musasinha, deixou pra lá, na verdade ficou meio preocupado o motivo que lhe fazia acompanhar Urânia naquela empreitada era justamente o fato de que ele mesmo estava envolvidissimo naquela história ...


Órion.
Órion era grande e bonito em seus reflexos, Urânia andava por tudo impressionada e impressionou-se bastante.

Apolo e Orion se encararam durante um tempo.

-Por que não a levas para escorpião?
-Foi aconselhada a falar contigo.
-Fui e muito, me chamo Urânia e procuro o...
- Não sei do elo perdido, não serei um signo logo, não sei o que fazem aqui, saiam da frente do meu brilho e vão procurar quem lhes interessa.
- Você quer ser um signo? perguntou Urânia, prontamente Apolo afirmou...
-Essa distribuição já está feita Urânia, seu trabalho é a classificação tão somente.
- É jovem musa, não tente entender os motivos dos deuses, não é mesmo Apolo?
-Órion, olhe pra você, é uma belíssima constelação, fizemos tudo como foi pedido, até as tres estrelas de teu cinturão aí estão, que desejastes e não fizemos?
-Apolo por que nao contas tudo pra musa e resolvemos a questão.
-Oi, a musa aqui quer ouvir sua história, quer que Apolo saia?

Apolo olhou bem pra petulante musa e quando pensou em castigá-la uma flor de fogo saltou sobre ele. muito assustado com aquilo achou melhor repensar.
pois bem, como eu disse está tudo ai muito bonito, muito bem, vou lh esperar ali com o escorpião, sejam breves, afinal, Órion não será um signo e saiu  numa de suas acrobacias.

-O que Apolo lhe contou?
-não quero influenciar sua versão?
-Está com você a matemática?
-É, mas não sei muito sobre isso...
-Acho que ajudará a encontrar o elo...
-O que você sabe sobre o elo?
-Sei que está perdido, que todos o procura e que o céu foi todo reorganizado por causa das primeiras e desastrosas buscas e que existem muitos métodos para procurá-lo e que vocês são apenas uma parte disso tudo.

Urânia teve a impressão de que ele sabia mais...-sempre me pergunto como as constelações sabem de tantas coisas.
-Posso lhe dizer que temos ângulos privilegiados quase-riu o guerreiro.

-Conte-me como veio parar aqui.

- Fui caçador de muitos reinos, abasteci exércitos, palácios, festas e me enamorei muitas vezes, nunca tive sorte para mulheres, sempre trouxeram consigo problemas muitos, excessos de mimos ou de parentes, toda sorte de exigências, fiz vontades e pedi favores como é de se esperar de um guerreiro.

foram muitas estórias, muitas donzelas e outras nem tanto. Uns diziam engodo outros persuasão, a má fama de meus afetos me perseguiu até o dia que achei meu último e verdadeiro amor, irmã de Apolo.


Urânia já sabia mas fez questão de demonstrar um pouco de surpresa, para parecer que sabia bem menos do que realmente sabia.

Pois quando conheci Artêmis tudo fez sentido

-Ai, sei, você nunca tinha se sentido assim antes! disse Urânia saudosa dos bacanais.

-Exatamente! tudo fazia sentido, tudo era bonito, ela não tinha excessos, caçávamos e comiamos , eu gostava de ve-la arrancar as carnes das costelas parecia mais um tigre que uma Deusa. era linda, corria quase sem encostar seus pés nos chão. tudo ia bem, nos separávamos e fazíamos sinais de fumaça ate estarmos no mesmo lugar. eu contei tudo pra ela nunca escondi. Mas Apolo nunca aceitou, um dia por causa disso brigamos, foi uma briga que me deixou tão tenso que pulei no rio e acordei no céu.

-Desculpe, não entendi.
-Pulei no rio para apaziguar meu humor pela briga que tive com Artêmis e acordei aqui nesta constelação.
-Como é que é? você não sabe bem o que aconteceu? você não sabe o que aconteceu! é isso? o que  o escorpião tem haver com isso?
- Ele também cá já estava quando aqui me percebi. dizendo-me que lhe desculpasse que havia me ferido e me envenado e que por isso eu morri e lá estávamos nós dois.

Ai, que história mais pouco esclarecedora, Urânia pensou que melhor seria ter ido logo falar com o próprio escorpião e pior, que ela deveria ter deixado Apolo falar até o fim sua versão, ao menos ela teria três, agora como Órion já estava tempo demais em escorpião, provavelmente ela só teria duas, e saiu voando muito rápido com suas sandálias de Hermes para ver se interrompia a conversa em algum ponto mais elucidativo....




Escorpião
Quando Urânia foi chegando bem devagar em escorpião, ela ouviu a seguinte conversa:

- Ai eu disse pra Carcino pare de chorar. dizia risonho o escorpião
- Não entendo a amizade dele com o Leão, tão diferentes.
- ali é coisa de família, sei por quer ja estive proximo, passei longo tempo enamorado
da esfinge, eu dizia o que queres de mim? e ela me devorava, passávamos a noite formulando enigmas, eu brilhava estrelas , ela fazia tempestades no deserto,
 um dia a desvendei, nos separamos...

- E Òrion, não sabemos mais o que fazer para agradá-lo até três estrelas para que pusesse no seu cinto já lhe demos, e ele continua reclamando e reclamando.
- Tem seus motivos Apolo, pra mim esta muito bem, eu ia ser um escorpião qualquer cá estou, imortalizado. ele era um guerreiro de mil feitos.
- Melhor seria que algum tigre o tivesse devorado.


Urânia resolveu interromper.

- Olá! Escorpião!
- Olá jovem Musa, vejo que tens sandálias de Hermes e flores de Perséfone, deves ser uma excelente musa.

Urânia já foi gostando do escorpião.

- E você tem belos olhos
- Já viram muitos mistérios
-Sabe do elo perdido?

O escorpião riu. balançando o rabo envenenado.

- Sou apenas um escorpião não saberia do elo
- Ele pode estar em qualquer lugar
- Como ele é?

Urânia teve um leve mal estar antes de afirmar que não sabia.

-Como saberás se encontra-lo? como poderás reconhece-lo?

-Ora, escorpião, eu sou uma musa, obviamente quando eu encontrar o elo perdido tudo em mim saberá que é ele.
- Basta-lhe então que você mesma saiba? e se alguem estiver de posse do elo, como poderá você faze-lo saber?

Urânia pensou, pensou, já estava quase indo para a floresta quando lembrou o que estava fazendo ali.

- Como você veio parar aqui?
- Essa história é bem curta Urânia, feri a Órion e fui imortalizado.
-Não entendi muito bem, você matou Órion e veio para aqui.
- Você sabe bem que Apolo e Órin não se davam bem, um dia eu ia passando e Apolo me ofereceu imortalidade em troca de um pouco do meu veneno.
- Você matou Órion? Perguntou Urânia para Apolo.
- Eu não o matei, eu o imortalizei e garanti que ele ficasse longe de minha irmã, não teve prejuízo, ele lá está e scorpio aqui também, tem belas estrelas, vivem aqui nesta linda constelação.

-Ele pediu que você matasse Órion? perguntou Urânia.
-Não, queria apenas um pouco de veneno para suas artimanhas, depois que concedi isso e passei um tempo extasiado com a promessa da imortalidade eu fiquei muito curioso e decidi ir atrás dele, lembro que o segui até uma beira de rio, como fui me esgueirando ele acabou me pisando em um gesto bruto, morri e cá estou.
- E dizem que você matou Òrion!
- Foi meu veneno.

Urânia pensou um pouco e disse para Apolo.
e você o que diz? o que aconteceu?
- Digo-lhe que estão todos bem e imortalizados cada um com seus motivos. nada há que se fazer, está tudo feito, faça sua parte agora.
-Mas eu preciso de mais elementos! cadê o resto da história.
Apolo e o Escorpião entre olharam-se cúmplices e o escorpião disse:

-Urânia, jovem musa, todas as histórias que ouvistes estavam incompletas, apenas não conseguistes perceber isso, cada história só parece completa pelo jeito como ela é contada, aqui não te faltam elementos,  apenas não te contamos a história como gostarias de ouvi-la, sabes o que todos sabem e desconheces o que desconhece a maior parte, continua teu trabalho que pelo que entendi é o de descobrir o oculto ou estou enganado?

Urânia lamentou não ter ainda utilizado a matemática, provavelmente ela lhe ajudaria a resolver os difíceis mistérios do escorpião, lembrou do Leão lhe dizendo que não se devia revelar tudo, sentiu frio, queria um casaco, fazia pouco tempo que tinha saído de casa e sentiu vontade de voltar.

- Tenho a sensação de que tem algo que não aprendi algo importante.
- Há coisas que só tempo poderá lhe fazer perceber jovem musa, sua tarefa é grande e talvez devas voltar muitas vezes ao mesmo ponto para compreenderes de onde partistes.

A cabeça de Urânia que doía bastante desde que ela conheceu Baco começou a doer muito forte e quando ela viu um estranhíssimo e enorme pássaro se aproximando.

- A Fênix de Hermes, disse o escorpião.
Urânia a via pela primeira vez e perguntou - que faz ela?

- Ao contrário de Hermes ela vem buscar coisas.
A Fênix voou sobre Urânia e em sua decida bicou levemente as sandálias de Urânia

- Siga com ela disse Apolo, veio busca-la, deixe-me aqui e siga, alguem precisa ve-la.

muito contrariada por que queria mais informações e por que sentia incompleta sua tarefa Urânia voou com a Fenix.

Esta lhe conduziu até o Mouseion, quando chegaram á porta  e Urânia ia se despedir da Fenix, com a qual não conseguiu conversar,  esta deu um grande pio ardeu em chamas fez uma chuva de cinzas e estas se transformaram em um colorido e estranho ovo, que Urânia ia catar não tivesse sido mais rápido que ela Hermes que chegou neste mesmo momento e disse:

-Em tempo! pensei que ela não conseguiria concluir a tarefa já estava muito velha e cansada.
-O que aconteceu? perguntou Urânia
-Assim são as Fênix, quando seus ciclos se fecham ardem brasas, tornam-se cinzas e voltam ao seu estado original de ovo, leva alguns dias pra chocar, coloco dentro de minhas sandálias e passo muitos dias sendo bem delicado em meus passos até que ela renasça.
- Minha cabeça dói!
-Zeus e suas irmãs lhe esperam na biblioteca, beba água e descanse  a constelação de escorpião tem estranhos efeitos, sempre volto de lá morto e por isso temi que a Fênix não conseguisse concluir sua tarefa.

Zonza e confusa, Urânia foi até a biblioteca após algumas canecas de água, lá estavam Zeus e todas as outras musas, esqueceu um pouco o mal estar e foi abraçar suas irmãs.

-Como foi sua visita ao escorpião perguntou Zeus lhe rodopiando no ar
-Não me balance, estou enjoada.
-Fale com Hera que ela sabe resolver esses problemas.
- Foi difícil, muitos mistérios e histórias incompletas.
- Conte-nos o que aconteceu, disse Calíope.
- Urânia contou a história e ao fim percebeu que o Escorpião tinha razão, ela contou ao seu modo como se as coisas tivessem começado e findado num curto espaço de tempo e assim não tinha sido, era uma longa história , ela contou apenas uma parte e percebeu que sempre faltaria algo como faltava o elo da corrente do destino.
- Não parece incompleta ! falou cantarolante Euterpe
- Talvez não esteja disse Urânia.
- Que me dizes ? perguntou Zeus.
Urânia pensou um pouco e resolveu que mesmo que tivesse aprendido muito com o escorpião não ia deixar barato e lhe deu os seguintes atributos.

- Estarão sempre incompletos como a história de Órion, ou como a vida das Fênix e sua estranha imortalidade que passa pela morte, padecerão dos ciúmes e das raivas que motivam venenos, serão bons para a investigação e para as grandes paixões, dou-lhes a sensualidade de Órion e os mistérios do escorpião, terão o poder de renascer estrelas, mas terão de aprender sempre a cuidar de seu próprio veneno afim de não serem vitimas dele ou de ciúmes como o de Apolo, Serão falantes, mas terão sempre algo que mesmo que tenham dito parecerá escondido, devem ser bem investigados a fim de que revelem mais sobre o elo perdido, preciso vomitar um pouco antes de continuar.

Zeus concedeu os atributos mencionados por Urânia e acrescentou mais alguns sem dizer nada, e mandou Hermes r buscar uma das poções de Hera para curar os enjoos de Urânia, havia ainda muito o que fazer e nemosine já havia tido problemas demais com os efeitos da passagem de Urânia pelos dominios de Baco.


Sagitário
Queridas Musas, disse Zeus, trouxe-lhes aqui por que todas vocês devem conhecer Quíron, que por ocasião da necessidade de Urânia visita-lo foi convidado por mim a vir aqui, ele é um grande mestre, e o maior dos semi-Deusas, passa a maior parte do tempo em sua constelação onde não lhe dói a ferida imortal que tem, aceitou meu convite de vir ministrar-lhes alguns conhecimentos e por isso estão todas aqui. Dito isso entrou pela porta muito majestoso e um pouco trôpego pela ferida que tinha na perna e vinha coberta com um pano Dourado uma enorme criatura, metade belo homem, metade belo cavalo. fez uma muito elegante saudação e disse:

- Há muito que queria ve-las, já ouvi falar muito de vocês, seus atributos e missão e por isso aceitei o convite de Zeus para vir passar um tempo com vocês aqui no Mouseion . - Cada passo de Quiron pela biblioteca causava um leve medo de que ele derrubasse alguma coisa com suas tantas patas e mais os braços, e não foram sem motivos os medos, muitas coisas foram derrubadas durante a estadia de Quiron, este esforçava-se ao Maximo para manter a elegância de sua postura, no entanto sobravam-lhe membros e vez por outra lhe acometiam dores astrais, por conta de sua ferida imortal. 

Após muitas aulas e muitos conhecimentos trocados, Urânia pediu para ter com ele uma conversa particular, precisava saber dele para poder distribuir os atributos, sentia-se tão capaz, tão consciente que tinha uma vontade enorme de continuar sua tarefa, tinha ficado assim após as aulas e também depois que algumas poções de Hera lhe provocaram estranhos efeitos, seguidos de profundo bem-estar. 

Quiron convidou-a para ir até uma caverna, onde poderiam conversar melhor sem ser interrompidos. 

- Aqui vivi grande parte de meus dias, fui muito desastrado e isso sempre me atrapalhou um pouco, aqui fiquei inicialmente para que eu nada quebrasse, conheci muitas pessoas que por aqui passaram, sempre gostei muito de conversar e de aprender coisas novas, assim de forma irregular, fui aprendendo muitas coisas e em algum tempo me chamavam sábio, comecei a receber convites para falar ensinar bons modos, inclusive aqueles os quais nunca pude aprender por conta de ter sempre a sensação de que algo em mim transcende aquilo que eu simplesmente deveria ser, eu poderia ser apenas homem e teria apenas duas pernas ou fosse eu um cavalo teria mais duas patas, resigno-me assim  é e nada posso fazer, aprendida esta lição, ficou-me muito fácil aprender outras. Urânia ouvia tudo muito atentamente, meu segundo aprendizado após compreender minhas limitações, foi apreender a conviver com as limitações alheias e creio que por isso me chama de bom mestre.

Assim eduquei muitos reis e me fizeram rei, ajudei meus irmãos em umas batalhas, lutamos contra os que queriam nos por rédeas, enquanto rei não podia aceita-las, enquanto Centauro eu as sabia úteis encerramos as guerras contras as rédeas, lhes aceitando enquanto filosofias, eu e meu povo aprendemos a controlar o desregramento de nossa condição e tudo ainda estaria bem não fosse o erro de Hércules que me deixou essa ferida e me fez lembrar pra sempre a importância da tenacidade e das decisões mais acertadas. 

Deram-me a imortalidade de um Deus, e para sempre eu teria a dor de minha ferida, assim troquei minha divindade por uma semi-divindade, pois ser semi, sempre pareceu parte minha própria condição, quando brilho entre as estrelas não me dói o ferimento, mas mesmo assim, algo em mim deseja o mundo palpável e venho sofre e gozar um pouco desse mundo que meio me pertence. 

Urânia pensou que teria pouco trabalho em classificar o Centauro, pois ele mesmo se apresentava muito claramente em seus atributos, sentia-se bem ao lado do centauro e pensou que ainda precisava aprender muito e que provavelmente também se sentiria incompleta até que encontrasse o elo perdido. 

passaram muito tempo na caverna e Quiron lhe ensinou muitas coisas sobre cavernas, mundos, estrelas, guerras e filosofias, Urânia sentia-se cada vez mais apta e pediu-lhe ensinamentos matemáticos, desejava saber mais, Quiron lhe ensinou o que pode até que sua ferida começou a doer muito e Urânia disse-lhe que melhor seria se ele voltasse a sua constelação, assim foi feito e Quiron despediu-se de Urânia com o seguinte ensinamento:

- Tire das coisas aquilo que elas podem lhe dar, nada nunca estará completo, o que não foi lhe revelado, estará no mundo das possibilidades, estude mais os cálculos e veja sempre o que mais se aproxima daquilo que você quer descobrir, assim mesmo que lhe falte ou lhe sobre algo, sempre haverá um caminho, aprenda a voltar atrás, deu um pequeno riso, e quando fizer isso cuide de não quebrar nada. 
Urânia riu, era bom professor mesmo aquele bicho. 
O Centauro voltou gemendo para as estrelas e Urânia ficou sentada na Floresta muito pensativa olhando para suas sandálias, teria de voltar ao Mouseion para ver Zeus, antes queria pensar um pouco mais...algo nela estava transbordando e ao mesmo tempo faltava algo onde por aquilo que lhe sobrava, e assim deixou-se ficar entre filosofias até que resolveu seguir. 

Falou com Zeus e concedeu aos filhos daquela constelação os dons que o próprio Centauro havia lhe narrado, e deu muita ênfase a capacidade de quebrar coisas, fossem barris ou idéias e assim Zeus concedeu os atributos que o Quiron mesmo havia sugerido. 

Com Sagitário Urânia superou o mal-estar de escorpião e sentia-se pronta para novas empreitadas, estava consciente, tinha estudado bastante e a incompletude não mais lhe atormentava. 




Capricórnio

Urânia andava um pouco triste pelo Mouseion, Zeus disse-lhe que aguardasse que ela iria viajar com ele, sentia falta de Baco, queria vinho e estava proibida de tomá-lo, aquilo lhe enchia mais de tristeza que de raiva, pois havia aprendi do muito bem a controlá-la depois de sua estada com Quíron, todos podiam perceber sua transformação, estava mais calma e mais triste também. se lhe perguntavam o que tinha ela dizia,   não tenho o que quero, e se deixava pensativa pelos cantos, ajudou Calíope com uns poemas, fez musicas com Euterpe, contou umas histórias para Clio , ate que Zeus lhe chamou, venha vamos viajar.

Aquilo deu uma alegria nova pra Urânia que rapidamente calçou suas sandálias para ser levada ao Olimpo, seria a primeira musa a visitá-lo, ficou muito feliz pois assim poderia ver os lugares de onde o elo tinha caído e talvez pudesse mesmo conhecer a própria corrente do destino. 

Quando chegaram no Olimpo Urânia realmente sentiu-se impressionada, jamais havia visto tantas coisas grandes e boas de se ver, por todo lado haviam Deuses cuidando dos destinos dos homens, Zeus a levou até a corrente do destino, estava parada os deuses cada dia mais tinham mais problemas tinha-se posto fim ao previsível, agora era correr contra os sobressaltos, redobrou-se a atenção, as negociações com outros Deuses em outros reinos estava cada dia mais intensa e por conta do elo perdido as negociações ficaram tensas, ninguém mais sabia o que poderia acontecer. 

Zeus explicou muito sobre a política dos deuses para Urânia, contou-lhe das negociações que estava ocorrendo, dos desafetos, da necessidade constante de apaziguar humores em nome da harmonia e do bom funcionamento do Olimpo e seus domínios, a jovem musa percebeu que sua capacidade de compreender as coisas havia aumentado e que ela percebia cada vez mais coisas e as percebia cada vez melhor.

Urânia prestou muita atenção em tudo, sabia que o papel das musas era de grande importância para o funcionamento do Olimpo, em breve elas estariam prontas para visitar outros Deuses e reinos e deveria saber muito sobre muitas coisas e pelo menos um pouco sobre outro tanto de coisas para que fosse compreendida e pudesse compreender aquilo que ao seu redor se passaria. 

Fez longos passeios, conheceu muitos elementos importantes, ouviu muitas versões sobre a perda do elo, visitou lugares por onde o elo poderia estar e ja estava muito imersa em todas aquelas informações quando seus lhe lembrou, agora vamos continuar com o zodíaco, falta muito pouco para que a tarefa se conclua, venha preciso mostrar-lhe algo. 

Foram para uma grande sala muito iluminada e tinha muitos lugares para se deitar , muitos recostos , peles, plumas, cortinas e no meio disso tudo uma enorme mesa com incontáveis lugares e no centro dela estranho objeto. 

-Vá até lá e pegue - disse ele apontando para o objeto. 
Assim fez Urânia e quando ela tocou no que ela viu ser um chifre  toda a mesa se encheu dos mais diferentes vinhos e Zeus caiu numa gargalhada divida. Urânia no entanto ficou muito impressionada e ao mesmo tempo envergonhada por que um seu desejo há muito reprimido foi revelado. 

-Saudades de Baco? perguntou Zeus ainda risonho. 
- Acho que sinto falta de seu vinho.
- Tome um pouco.
-Quererei mais, sentirei mais falta, melhor que eu não tome
Zeus pode perceber o quanto Urânia havia crescido, pensou que ela era uma boa musa e não teve medo de gosta-la como se gosta de uma caçula, um pouco mais de amor, um pouco menos de regras. 

-O que é esse chifre? 

- É a cornucópia de minha ama de leite a cabra Amaltéia, você não sabe, mas sou um caçula como você, antes de mim já haviam Hades e Poseidon, eu poderia ter sido devorado e não fui, Amaltéia me salvou com seu leite, lhe diziam feia, eu só lhe via beleza, brincávamos juntos, subimos muitas vezes esse monte as espreitas, enquanto fui pequeno, ela me ensinou a ter coragem de vir até aqui onde seria meu lugar, me mostrou o poder que eu teria garantiu meu alimento enquanto precisei e eu lhe fiz a crueldade de quebrar-lhe esse chifre, pensei que ela se zangaria comigo, mas a unica coisa que me disse foi que minha força cresceria muito e eu precisaria aprender a dosa-la. me ensinou a esperar, é responsável pelo tempo e pelos ciclos que depois criei por sua causa. quando subi pela ultima vez a montanha para tomar o poder que me pertencia pela divisão dos reinos a deixei tristonha, lhe concedi quantas dádivas pude,  a imbatividade no pêlo, a aura de beleza que depois pode ser apreciada e á este chifre que tens nas mãos foi concedido o atributo de realizar quantos desejos fossem feitos.

Esteve na posse de Amaltéia até que ela morreu, fiz muitos esforços para que aceitasse a imortalidade, ela se recusou queria seguir o destino das Cabras e achava que melhor seria ser bem lembrada que continuar na caverna onde vivia ou subindo montanhas, assim transformei-a na bela constelação que vais visitar e também concedi o mesmo dom aos meus pequenos irmãos seus filhotes que sozinhos ficariam sem Amaltéia, lá vivem juntos imortais e incontestavelmente  belos. 

A história deixou Urânia muito emocionada e ela quase toma uma caneca de vinho, achou melhor partir, queria conhecer a cabra que havia alimentado o grande Zeus. 

Ela viajou bem rápido e de repente percebeu um gosto de leite na via láctea, um gosto bom de leite, tinha vontade de beber brilhos e lambuzar-se de algo que ela não via mas sentia. e assim num lugar muito alto ela avistou um enorme brilho e sabia que tinha chegado na constelação da Cabra. 

- Olá musa, já lhe esperava, seja bem vindo, como tem sido sua empreitada? 
- Cansativa... mas pelo que sei já estou perto de concluir. 
- Força é sempre importante.
- Me disseram que melhor que a força são as estratégias - havia aprendido com Quiron, achou bonito repetir.
-Uma não substitui a outra, se queres subir uma montanha deves aprender a estratégia de desviar-se das pedras, mas deves ter a força necessária, por que quanto mais perto do cume mais esforços deves fazer. 
Urânia nunca tinha pensado daquela maneira, pois usava sandálias de voar e subia montanhas num único salto, mas incorporaria aquela conhecimento aos seus mais importantes. 

- Fale-me de como veio parar aqui? 

Eu vivia em minha caverna, não gostava dos comentário que de mim faziam  por conta de meu pêlo embaraçado e meu rabo de peixe, minha mãe foi uma linda Oceânida,  nunca gostei de me pentear depois que mergulhava nos oceanos, assim fiquei mais escondida que visível, se  revezado entre a caverna e os fundos de mar. 

- E a força que você falou. 
- Nunca quis fazer esforço nenhum para isso, tinha coisas melhores pra fazer, subir montanhas, alimentar filhotes, cuidar da boa grama do meu pasto, que digam o que pensem, me importam meus próprios pensamentos e as coisas por fazer, se me deram tarefas cumpri, ajudei Hermes muitas vezes entregando coisas em lugares tão perigoso que ele mesmo não quis ir, Hermes é meio medroso você sabe. 
- Urânia riu, os medos de Hermes eram famosos por serem repentinos. 

- Um dia me trouxeram Zeus, pequenino, pequenino, disse que não teria mãos para segura-lo, mandaram-me ninfas para carregá-lo, dormiu sobre meu pêlo, tomou meu leite,  quando aprendeu a andar dispensei as ninfas, subimos montanhas rolamos pelas relvas admiramos a planície, nadamos em muitos lugares, lhe ensinei os perigos da terra e da água , as vantagens dos cumes e das profundezas, e assim o vi se tornar o que ele nasceu pra ser, um rei entre reis, um dia ele quebrou meu chifre, soube que em breve ele partiria, sua força estava se desenvolvendo, ele tinha medo de subir o monte Olimpo,  temia não saber descer, eu lhe ensinei que o importante era subir e foi custoso fazê-lo compreender o que era a imortalidade, muitas vezes despencamos juntos das altas colinas ele se agarrava a mim e cria sobreviver por ter-me abraçado, quando era sua própria imortalidade que nos salvava.

Quando tornou-se quem é me ofereceu imortalidade na terra, não quis, disse que preferia lugares mais altos e ele me deu essa linda constelação para mim e meus filhotes, que ele tinha por irmãos e assim cheguei aqui. 

- Por muitos méritos disse Urânia. 
- E muitos esforços completou a Cabra
-Eu lhe acho muito bonita. 
- São os belos reflexos que Zeus me concedeu. 
- Acho que já sei de tudo.
- Nunca saberá, enquanto um elo estiver perdido, o tudo estará perdido e restarão apenas fragmentos, concentre-se e talvez um dia tudo esteja reconstituído. 
- Quer um pouco de Leite Galático?
- O mesmo de Hércules e Zeus?
- cada um tomou de um diferente, agora se misturaram.
- Quero!
Um filete de leite começou a cair e Urânia o bebeu sofregamente como um filhote , terminada a dose, ela se sentiu bem forte, agradeceu muito a cabra e voltou ao Olimpo sem usar as sandálias de Hermes. 
Zeus gostou muito dos dons que Urânia concedeu a sua Cabra, gostava muito dela e esperava bons atributos.

- Os filhos da Cabra serão fortes e saberão subir difíceis montanhas e atravessar os profundos e molhados abismos., terão o desapego para os outros  e boas opiniões, saberão conjugar força e estratégias em suas ações, serão amorosos e sensíveis, bons companheiros para escaladas, mas manterão sempre a ressalva sobre os caminhos, serão desconfiados por conta de terem chamado feia Amaltéia, mas suas opiniões serão tão fortes e boas que isso será apenas um detalhe, Zeus gostou muito e concedeu uma dose extra de sorte para os filhos da Cabra, tinha muitos motivos. 





Aquário:

Urânia estava em boas férias no Olimpo, aprendendo coisas e conhecendo pessoas quando começou a cismar com uma coisa,  ela percebia seu corpo crescendo, algo que ela até chamaria envelhecer não fosse tão jovem, e notava que os Deuses contavam histórias de muito tempo atrás e parecia que eram tão vigorosos naquele tempo quanto eram naquele momento.
Sentou-se na grande mesa e já ia pegar a cornucópia e tomar uns vinhos quando um belíssimo rapaz se aproximou dela, trazia um enorme cântaro que pôs suavemente sobre a mesa.
-És a musa que por ai se comenta que está buscando o elo perdido?
Ele riu, era tão belo, parecia um pássaro, parecia um gato, Urânia passou um tempo perdida vendo a beleza do rapaz até que perguntou
- Sou eu mesma, como te chamas? tens vinho?
- Me chamo Ganimedes, não tenho vinho, gostas de vinho?
-Muito mesmo, tenho evitado, há pouco tempo estive com Baco e passei muito tempo me recuperando da visita, desde então evito.
-Deves ter excedido a dosagem, tudo são doses.
-É, alguém já me disse isso, mas acho que eu não tinha aprendido ainda, lembrarei, que tens ai?
- O néctar dos Deuses.
- És o Ganimedes da constelação, como pude não lembrar, és o próximo que verei.
-Já estás me vendo.
- O que é o néctar dos deuses?
-Uma mistura de muitas coisas, flores, frutas, seivas, animais, muitas coisas , muitos gostos e sabores, ele garante a jovialidade dos deuses, quando eles o tomam renovam-se suas energias e eles experimentam outras juventudes,
A boca de Urânia encheu de água, ficou pensando em coisas de consistências diferentes, lembrou das uvas maduras de Baco, os olhos de Ganimedes riam.
- Queria provar um pouco, posso?
-És uma deusa?
-Sou uma musa.
-Então acho que não pode. o que faz uma musa?
- A gente procura o elo que não perdeu, e prende coisas sobre todas as coisas e depois tem que desvendar mistérios e descobri muitos segredos e evitar confusões e ai... me quais os efeitos desse néctar? você mesmo que faz?
-Faço, é com a receita de Hebe.
- Já ouvi falar dela, foi ela que lhe deu a receita.
-Não sei muito bem, parece que ela não queria mais ficar por aqui. teve alguns problemas, parece que derramou o néctar numa das túnicas favoritas de Hera e foi uma grande confusão...
-Hera e seus temperamentos...
- Como Zeus gosta muito de me fazer belos cachos no cabelo e de me ver preparar o néctar para ser o primeiro a tomá-lo pela manhã ou de noite, fiquei aqui.
-Queria tanto um pouco.
- Não devo.
-Só um pouquinho...-Disse fazendo cachos nos lindos cabelos de Ganimedes.
Ele amoleceu e já punha a mão no cântaro, Zeus entrou na sala.
- Já se encontraram!
-Quero o néctar dos Deuses- disse caçula Urânia
-Não podes bebê-lo, não sabemos os efeitos.Mas tenho um presente para ti- E deixou Urânia ver o que escondia, um lindo casaco feito com pelos da juba do Leão de Neméia, ficou felicíssima vestiu seu casaco e pôs-se a conferir seu reflexo no cântaro quando viu que Zeus dizia algo para Ganimedes, este recolheu o cântaro e saiu.
- Eu mesmo que contarei a história de Ganimedes, ele serve e faz um excelente néctar com a receita de Hebe, sendo assim deixei-lhe ficar , numa noite muito especial ele me serviu um néctar tão prazeroso que dei-lhe uma constelação, que atributo lhe dás?
 Urânia que ainda experimentava formas de usar seu lindo casaco, olhou bem para Zeus e disse:
- Ainda estou experimentando meu casaco, não consigo pensar nisso agora, dê-me um tempo, depois direi o que essa história pode dizer.
-Está feliz com seu casaco?
-Sim, tenho vontade ir mostrá-lo para Perséfone, mas lá é tão quente, não ficaria bem, talvez quando ela for florir os campos... vou procurar algum lugar frio para mostrar meu casaco em breve retorno e saiu da grande sala.

Quando viu-se sozinha Urânia tirou seu casaco e ficou cismando, queria o néctar de Ganimedes, parecia muito bom. sua boca novamente se encheu de água, saiu passeando pelo Olimpo em busca do Cântaro e seu dono.

Viu Ganimedes numa pequena sala onde alguns deuses regozijavam-se com sua iguaria, Urânia ficou seguindo os passos de Ganimedes até ve-lo entrar no local onde ele imaginava que o néctar devia ser feito pois viu quando seu cântaro secou.
-Deixe-me lamber o pouco que sobrou no fundo do cântaro.
- Não ouviste Zeus?
-Deixe-me saber que gosto tem...

Foram tantos, rogos, suplicas e cachos que fizeram o seguinte acordo, Ganimedes colocaria na boca de Urânia pequenas porções de todos os elementos que compunham o néctar , desde que ela se deixasse vendar e que não revelasse á ninguém o que tinham combinado.O que Urânia aceitou imediatamente. Ganimedes pegou algumas coisas e convidou Urânia para ir até a floresta. Com deitou Urânia no chão, cobriu seus olhos e colocou o primeiro elemento do néctar na boca de Urânia, ela engoliu suavemente deixando um pouco em sua garganta e assim foi, a da um dos elementos Urânia dava pequenos gemidos de satisfação, ja estava num estado que ela não havia ainda experimentado, quando Ganimedes lhe descobriu os olhos e disse que assim era. ela já tinha provado todos os elementos. Uma aflição enorme tomou conta de Urânia, faltou alguma coisa, ela já estava quase tendo o prazer divino que tinham lhe prometido, levantou-se tão abruptamente que acabou por se engasgar, ficou engasgando tanto que Ganimedes ficou preocupado, tão preocupado que teve de lhe dar a única coisa que tinha para ela beber, acabou tendo de lhe dar um gole grande do néctar pronto que sempre trazia consigo.

Urânia bebeu e foi invadida pela sensação que sabia que lhe havia sido privada, fez mil cachos em Ganimedes prometeu tudo que ele queria ouvir, disse que não queria mais procurar o elo, ficaria ali, tomando néctar, e experimentando sensações reservadas aos deuses e que o elo pouco importava que se extinguissem todos os seres humanos,  que chovesse até o mundo se inundar que ela faria um barco, só para Ganimedes, ela e os ingredientes do néctar.

Ganimedes que no principio achou todas as promessas muito engraçadas começou a lhe contar a seguinte história, essas coisas que dizes já aconteceram em outro tempo, por conta delas que cá estou.
Urânia não prestava atenção, queria mais néctar, queria mais daquela sensação, Ganimedes á sacudia - É minha história. Urânia despertou de seu estado e disse:
- Me explique melhor.
Ganimedes então lhe contou a seguinte história:
- Viviam todos os homens na terra, quando Zeus me conheceu, Hebe havia desistido de servir o néctar e Zeus achou que eu mesmo deveria servi-lo, falou que era apenas por uma noite, fui. Depois de muitas noites, disse-lhe que precisava voltar, que tinha uma vida pra cuidar, que tinha coisas pra resolver, ele me disse que não havia mais mundo, que tudo que eu conheci não existia mais era tudo águas passadas por cima do mundo. não cri, Zeus se transformou numa águia e me fez sobrevoar meu mundo para que eu constatasse que nada restara o tudo havia sido destruído, não havia mais nada.
Disse pra ele que eu então me afogaria e que não mais faria o néctar ele ficou furioso, eu lhe disse que pouco me importava pois nada mais havia que fosse meu.Estávamos neste embate

Zeus me prometeu devolver os homem ao mundo e assim foi feito, no entanto com mede de que eu desejasse voltar ao meu antigo mundo, ele transformou tudo em um lugar frio e sem luz, ajudei um único homem a roubar o fogo olímpico e levá-lo a terra, uma grande piada no Olimpo foi criada e até hoje se diz, foi Zeus que Prometeu e esse homem ficou conhecido como Prometeu.

Cumprida as partes do acordo fui presenteado com o com o cântaro e iniciei meus trabalhos no Olimpo, com o tempo comecei a perceber a beleza de tudo,  faço tudo com muito prazer, ganhei minha constelação, fico olhando de noite e pensando no que seria de todos os humanos por um simples capricho de um único deus.

Urânia ficou um tempo de olhos fechados e em suas vistas toda história se passava, conseguia ver as águas invadindo as cidades e tomando conta de tudo, viu o sobrevoou do Zeus águia pelo mundo de Ganimedes, sentiu sua angustia e viu-se no mundo escuro ainda sem o fogo de Prometeu. abriu os olhos muito assustada e contou tudo para Ganimedes.

O efeito do néctar em Urânia foi um choque, ela podia ver o passado, então talvez se ela tomasse uma boa dose pudesse ver o que aconteceu com o elo perdido e desvendar todo aquele mistério que envolvia sua vida e de suas irmãs.

-Mas não podemos contar a Zeus que eu lhe dei o néctar estávamos proibidos eu de dar-lhe  e voce de tomá-la.

-deixe-me tomar outra dose, para saber o que acontecerá, se eu descobri onde está o elo perdido ninguém se importará de eu ter tomado o néctar dos deuses.

Ganimedes relutou, tinha medo de novas represálias, oriundas das Zeus.
depois de muito discutirem Ganimedes resolveu que talvez aquilo fosse uma alternativa de solução para o problema do elo e decidiu que daria uma outra dose do néctar para Urânia, talvez se fosse o responsável pela descoberta do elo perdido ganhasse uma nova estrela para por em sua constelação. seguiram de volta para o Olimpo, pois tinham consumido todos os elementos necessários para a confecção do néctar , pelo caminho foram conversando sobre o que poderia ter acontecido se os homens tivessem se extinguido. imaginaram o futuro, Ganimedes ia lhe contando como teria reconstruído o mundo se fosse dele esse poder. 
Quando chegaram no quarto de misturas de Ganimedes, Urânia deitou-se sobre uma pele listrada  e Ganimedes deu-lhe uma boa dose do néctar Urânia sentiu novamente aquele prazer encher-lhe a boca, e depois de um sentimento de pequena morte e ressurreição ela se concentrou muito no elo, mas quando fechou os olhos era novamente o mundo de Ganimedes que ela via, as mesmíssimas visões.

muito decepcionada ele disse:
É teu mundo que se repete e se repete em minha frente, teu prazer e tua angustia, são eles que eu sinto. lamento, sei que um dia o mundo será outro e as vontades de deuses parecerá mais com as outras vontades, achas bom sentir-se assim.Ganimedes sorriu, o efeito do néctar em Urânia era igual ao que ele próprio sentia, por não ser um Deus e tomar seu poderoso néctar da juventude.

Primeiro experimento o prazer de um deus, depois me vem toda a miséria da minha condição de estar preso ao meu mundo terreno, e assim eu sigo mediando o mal-estar com o prazer de forjar-me deus em sensação divina. 
Urânia achou muito importante o néctar de Ganimedes, fez ela ver faces do mundo e da vontade dos deuses que ela ja tinha percebido em suas brigas internas, mas ainda não tinha conseguido perceber seu efeito na vida de outros seres. despediram-se, prometeram guardar segredo, ele disse que ela sempre poderia tomar néctar com ele e compartilharem prazeres e angustias do mundo, não acharam o elo perdido, mas forjaram um muito forte ele feito de parte gozo e parte esperança de outros tempos melhores, que dissipassem os maus sonhos de Ganimedes que ela experimentava.  
Zeus não entendeu muito bem por que Urânia concedeu o dom de ser um visionário para os filhos da constelação, foi enfática e ainda disse que em algum tempo depois de muitas guerras os daquela constelação teriam um tempo só seu. Zeus queria manter segredo, Urânia fez o mesmo. manteve seu segredo e concedeu aos aquarianos os atributos das boas conversas, da grande sensibilidade para as sensações, dar-lhes-ia o prazer pela liberdade e para os gostos estranhos e ficaria sempre marcados pela sensação de serem únicos, para que possam compreender a importância de estar entre muitos para experimentar sua própria singularidade. deu lhes fluidez de pensamentos e talento para a reorganização, esse foi particularmente dado para que um dia se reconstruísse o mundo de Ganimedes, quando estava quase encerrando os atributos concedeu-lhes o dom de serem bons sonhadores, tentando apaziguar assim a aflição do dono da receita do néctar dos deuses.
Zeus muito desconfiado, disse
que assim seja feito.

Peixes.
Após alguns estranhos sonhos e ainda com o gosto de néctar na boca Urânia foi convidada para uma cerimônia uma celebração que era sempre feita por conta do casamento de Poseidon com Anfitrite, todos estariam lá e seria uma belíssima festa dessa vez não no fundo do mar como sempre acontecia, mas na  praia, para que pudesse ser observada a homenagem que seria feita para um dos  Delfins de Poseidon. que seria tão homenageado que o colocariam em dose dupla no céu, além disso foi também o escolhido para fazer o encerramento do zodíaco e fechar o ciclo, naquela noite todas as constelações que foram escolhidas para comporem o zodíaco deviam brilhar todas as suas estrelas, os que podiam estar na praia estavam, depois da festa da perda do elo, dizem que essa foi das mais bonitas, todos elogiaram muito o trabalho de Urânia, Hermes lhe trouxe muitos recados de boa sorte e de que ela era uma musa muito boa. 

Contaram-se estrelas Baco mandou um vinho tão forte pra Hera que ela saiu distribuindo estrelas e oferecendo constelações a quem quisesse, foi realmente uma festa, estavam todos interessados nos signos, na divisão dos atributos e na classificação dos mesmos que já quase nem se lembravam do peixe que estava sendo duplamente homenageado, por que encerrava um ciclo e por que tinha sido o mediador do casamento de Poseidon com Anfitrite. foi a festa de Urânia, ela chorou muito e ficou muito emocionada com tudo, ficava lembrando as pessoas que era só o trabalho dela e que ainda nem tinha acabado e que aquela constelação ainda estava sem seus atributos e que era preciso assim fazer para que o trabalho se concluísse.

Urânia achou que iria encontrar Baco na festa, depois ouviu que ele ainda andava as voltas com novos experimentos influenciados por seus encontros e não apareceria, isso deixou Urânia um pouco triste e ela foi sentar-se um pouco mais longe de todos já perto do mar, quando chegou lá ela viu que tinha outro ser ali também bem quietinho, era um golfinho.



- Olá como vai?

- Não tão bem quanto voce que acabou ficando com todas as minhas homenagens mas estou bem, obrigada

- Você é o Delfim homenageado?

-Pois é nem fui apresentado, voce chegou e ficaram todos querendo saber de signos e zodíacos e contar seus próprios atributos e eu ainda nem pude lhe contar minha história.

-Pois este é o momento me conte!

- foi assim Poseidon apaixonou-se perdidamente por Anfitrite, ela era mais bonita das filhas de Nereu, mas não queria nada com ele, não queria ser uma rainha, ela queria catar as conchinhas da praia e brincar com meus irmãos e fazer coroa de algas, nada dessa coisa toda de ser a rainha dos mares, Poseidon vivia atrás dela queria casar, queria que ela fosse sua rainha e ela nada, ja estavam falando que ele perseguia ela e que mandava-nos segui-la, nada disso, ela a cortejava, mandava presentes, queria estar perto dela, queria poder conversar e lhe dizer as coisas boas de ser rainha, e assim eu fui tomado da vontade de ajudá-lo e acabei indo me juntar aos muitos meus irmãos que brincavam de correr oceanos com as Nereidas, falei pra ela como era bom ser rainha e que ela poderia correr todo o oceano e tudo seria seu e de como os olhos de Poseidon brilhavam quando a viam mergulhar em ondas azuis. assim ficamos muito amigos, ela permitiu a aproximação de Poseidon, navegaram todos os mares, viram mil correntezas, ele lhe mostrou todos os peixes mais engraçados que existia e assim se casaram, estive presente eu e meu irmão neste grande dia, chorei muito foi muito bonito, até hoje me são agradecidos pela felicidade de estarem juntos.

Na cerimônia estivemos eu e meu irmão, mas ele é muito tímido e prefere nao aparecer por isso, dizem que estou sendo duplamente homenageado, mas devo dizer-lhe, que o outro peixe é meu irmão.

-É um bom jeito de encerrar o Zodíaco, com um casamento!

Riram e a mágoa do peixe passou conversaram ainda mais o peixe lhe disse que era muito emotivo e por tudo se sensibilizava por isso tinha ajudado Poseidon a conseguir seu amor.



Zeus chamou Urânia e o golfinho, subiram numa pedra bem alta e antes que Hera mandasse acender a constelação dos Peixes, Zeus pediu que ela concedesse os atributos da constelação.

-Assim na frente de todo mundo?

-Só falta essa jovem musa, encerra-se o seu trabalho zodiacal nesta classificação.



Urânia viu milhares de olhos de todos os tipos de criaturas em torno de si, todos loucos pra saber mais sobre os signos suas classificações, queriam saber qual constelação era a sua e que dia o Mouseion ia liberar a classificação completa e era tão grande a bagunça que Urânia deu uma leve tremida.



Eu lhes concedo amorosidade, sensibilidade, capacidade de reverter situações, mas também lhes marco com a timidez e a dificuldade para a tomada de decisões, deverão aprender a superar sua vontade de fugir das dificuldades e a superar sua impaciência.



assim seja disse Zeus enquanto Hera acendia a ultima das constelações zodiacais.

Nesta mesma noite Cronos criou o primeiro projeto de ciclo de 12 para que se pusesse enfim classificar os seres humanos, quando Urânia desceu da pedra recebeu muitos beijos e abraços, viu o golfinho das lindos saltos e ser muito aplaudido. entre lagrimas emocionadas e cansadas ela recebeu de Hermes uma garrafa e um bilhete. Como estivessem molhadas as penas de suas sandálias, Pediu emprestado o carro de seu bagunceiro irmão marte que contava mil proezas entre muitas donzelas e foi feliz, sorridente e aliviada procurar Baco para dividir com ele aquela excelente garrafa de vinho. quando atrelava os cavalos Zeus a viu e disse, foi muito bom seu trabalho, ajudará muito suas irmãs e serás muito lembrada por muitos e muitos séculos.

Urânia riu desajeitada já com as rédeas do carro de Marte.



Zeus deu um tapinha num dos cavalos e disse: vá! direi a Mnemosine que te enviei em outra descoberta, volte em 1 ciclo desses novos, tens muito ainda o que fazer. Antes de sair Urânia disse posso pedir só mais um atributo para os filhos de peixes.

-Diga.

- Deixe-os serem sonhadores para o amor e viverem no por si e pelos outros.

Zeus riu e disse, como os romanos! e fez a vontade da musa que saiu em disparada em busca de novas sensações!