quinta-feira, 4 de novembro de 2010

As princesas de Erato V.








Erato disse para a princesa Branca que voltaria para o castelo antes dela pois havia já algum tempo que tinha se ausentado e não sabia como as coisas poderiam estar por lá,  a princesa disse que muito bem, pois precisaria organizar as coisas antes de ir e que ela não se preocupasse pois chegaria lá antes do inicio do concurso que ocorreria no dia seguinte.
Assim despediram-se e Erato ainda procurou um pouco o elo perdido pela floresta mas queria chegar logo ao castelo.
Quando chegou ao castelo estava uma grande confusão,  com os preparativos para o concurso, a musa chegou e foi  logo procurar o espelho para falar com ele, quando estava se dirigindo para a sala dos espelhos encontrou-se com o chefe da guarda no caminho.
- Por onde você andou?- perguntou agressivo- estão todos por aqui procurando por você e seu assistente. Disse lhe segurando pelo braço.
-Estava procurando a princesa Branca! e não me segure por favor- disse a musa se soltando energicamente.
- Perdão, fiquei preocupado, combinamos de  tocar lira juntos, esperei muito você e você não pareceu, Vocês está muito diferente da ultima vez que lhe vi. Que dia poderemos tocar novamente?
- Não acredito que isso será possível, partirei daqui em breve.
- Descobriu algo sobre o elo? Encontrou a princesa Branca?
- Tudo que posso lhe dizer por hora é que as coisas vão se resolver em pouco tempo, mas preciso de sua ajuda, soube que o corpo do rei está dentro de uma caixa de vidro, será que posso vê-lo?
- Pode, nosso pobre rei, deixarei que você o veja sim, mas antes devo levá-la até o duque de Apple ele solicitou que você fosse conduzida a sua presença assim que aparecesse.

Erato foi conduzida até o duque de Apple e teve a oportunidade de ser apresentada  a duquesa  que era realmente muito bela, e para Erato parecia ainda mais bela que a rainha ou a princesa e provavelmente merecia ganhar aquele concurso, isso deixou a musa muito confusa.
- Por onde andou bela musa? perguntou o Duque
- Estava na floresta procurando a princesa Branca e o elo perdido dos deuses.
- Encontrou alguma dessas coisas? Perguntou muito bonita a Duquesa.
- Vocês sabem que as portas do castelo devem ser todas abertas para que eu possa procurar o elo perdido, não é mesmo? no entanto contatei que muitas portas estavam fechadas, devo solicitar que elas sejam abertas para que eu continue procurando o elo perdido, ou terei de pedir uma intervenção divina, talvez Zeus, Apolo ou ... Marte, soube que ele anda com tempo disponível.
- Não será necessário- disse rapidamente o duque- todas as portas serão abertas imediatamente para que você continue a busca.
- Excelente, disse a musa, vou cuidar da busca, se me dão licença, soube que em breve terei de partir.
-Claro, Claro, fique a vontade!  disse o Duque puxando a duquesa pelo braço – tomarei as providencias para que todas as portas sejam abertas até o fim do dia.

Quando Erato saiu da reunião com o Duque encontrou com o chefe da guarda e foram ver o rei, a musa foi conduzida até uma sala muito iluminada, cheia de muitas flores, onde ao centro estava o rei, dentro de uma caixa de vidro suspensa por pés de ouro, estava completamente verde e realmente parecia morto, a musa , deu uma volta em torno da caixa de vidro e viu que ela era toda trabalhada em pequenos furos, perguntou para o chefe da guarda se ele por acaso poderia tirar a caixa de vidro para que ela pudesse ver melhor o rei, uma simples manobra de uma alavanca fez com que a caixa subisse e Erato pode constatar que o rei não esta morto, achou melhor não dizer nada para não alarmar o reino, afinal o rei estava visivelmente encantado e seria preciso descobrir quem tinha feito aquilo. Uma última olhada fez também com que Erato percebesse que as mão do rei pareciam mais velhas do que o resto do seu corpo.
Assim a musa passou para um breve interrogatório:
- Onde o rei foi encontrado?
- em seu quarto.
-Quem o encontrou?
- A rainha.
- Que horas isso aconteceu?
- Pouco antes do café da manhã, a rainha desceu para tomar café e depois de um tempo esperando o rei, supostamente decidiu subir para ir ver onde ele estava e o encontrou já neste estado.
- como as suspeitas recaíram sobre a rainha?
- Após o desaparecimento da princesa, a rainha foi investigada por ordem do conselho real e dentro de seu quarto foi encontrada a poção que deixou o rei neste estado, pois foi dada para um cão que apresentou os mesmo sintomas de envenenamento, e ficou da mesma cor que agora está o rei, este verde terrível.
- Onde está essa poção? Gostaria de ter um pouco dela para investigar melhor e encontrar um antídoto.

Assim foi feito e o chefe da guarda decidiu colaborar, disse que já estava mesmo na hora de as coisas voltarem ao normal por ali, que estava muito preocupado com o rumo das coisas, por que o duque era muito inexperiente e provavelmente tudo aquilo ia gerar problemas no reino, e que ele tinha medo de tudo ficar muito feio por ali.
Quando Erato conseguiu a poção ela á enviou por Hermes junto com uma carta para Eros. E foi para as outras salas procurar o elo perdido, era um enorme corredor com uma infinidade de portas.
Erato pegou sua lira e tocou durante um longo tempo na frente do corredor, antes de abrir as portas.
Na primeira porta Erato encontrou um pequeno duende azul que tinha muitas agulhas e costurava um enorme vestido.
- Olá, me chamo Erato e procuro o elo perdido, você o viu por ai?
- Elo perdido? O duende coçou a cabeça, não,  também já perdi muitas agulhas e consegui encontrá-las, se eu encontrar um elo prometo devolve-lo.
Em muitas portas Erato encontrou duendes costureiros, todos muito preocupados com suas agulhas, em outras encontrou anões que costuravam perucas , mas foram as velhas que faziam poções que mais lhe interessaram, em uma das salas perguntou para uma velhinha
-Ainda não tinha encontrado nenhuma anciã neste reino.
- somos poucas, as pessoas aqui preferem não envelhecer.
- Como é?
- Quase todos aqui tomam poções de juventude, mas elas só podem ser feitas com sangue de quem nunca tomou as tais poções por isso alguns de nós precisam envelhecer para que outros rejuvenesçam- disse a velha num tom de mágoa.
- Entendo disse Erato, como é então possível saber a idade de alguém?
- pelas mãos, não há um só remédio que faça com que as mãos rejuvenesçam, soube de umas tentativas, mas foram terrivelmente mal sucedidas, uns magos que estiveram aqui faz muito pouco tempo, trouxeram uma poção caríssima que diziam que rejuvenescia as mãos, mas foram imediatamente escorraçados, por que todos sabem que isso ainda não existe.
- Então ao concurso concorrem mesmo as pessoas que toma essas poções? Quem julga o concurso?
- o concurso é vencido por aclamação, o nome gritado mais forte pelo povo é o da vitoriosa.
- Mas soube que apenas mulheres podem concorrer.
-É verdade, mesmo que estejam tendo grandes confusões dentro do conselho para que o mais belo também seja premiado, o duque de Apple e seus aliados tem impedido que isso seja aprovado, o rei fez várias tentativas, mas foi impedido pelo conselho.
- Aquela informação deixou Erato muito inquieta. Ela ainda procurou nas outras portas, foi muito hostilizada, por que muitas mulheres estavam tomando suas poções tendo em vista que no  outro dia  já seria o dia do concurso. Quando já escurecia ela foi para o lado de fora do castelo esperar a chegada da Branca de Neve e seu bando. Queria logo acabar com aquela história toda pra poder ir encontrar Sapholyne
Na hora do concurso Eros apareceu, junto com Zeus e Ades.
 Erato ficou muito feliz de ver Zeus deixou-se rodopiar por um bom tempo, pediu ao pai pra resolver tudo ali, a princesa Branca apareceu com seu príncipe mudo e seus anões, causando um imenso tumulto entre o povo por que ela estava ainda vestida do mesmo jeito que ela estava antes, por que ela não tinha se  arrumado  estava muito feia para os padrões do reino.
Foi um choque geral, além disso estava com um príncipe que tinha orelhas enormes e que não falava.
Zeus mandou que trouxessem o rei adormecido e a rainha aprisionada, ouviu tudo que Erato tinha pra dizer, ouviu também o parecer de Ades de que rei não estava morto e  o de Eros de que a poção que tinha envenenado o rei era uma poção de beleza comum que tinha sido misturada com o sangue de alguém que já tinha tomado alguma poção de beleza, como Eros tivesse preparado o antídoto deu para o rei que recuperou seu antigo vigor e esclareceu que ele mesmo era o culpado, pois aceitou a poção de beleza para as mãos que alguns magos lhe haviam oferecido, apurados os fatos depois descobriu-se que eles foram enviados por um outro rei cuja a filha havia sido impedida de se inscrever no concurso.
Eros contou um segredo no ouvido da Princesa Branca e ela muito animada soprou milhões de palavras na boca de seu príncipe mudo,  ele começou a falar e ela ficou menos falastrona , mas planejou passar o resto da eternidade trocando palavras com seu príncipe. Os anões foram incorporados ao conselho e prometeram lutar por novos padrões e outros concursos além do concurso da mais bela, que por fim foi vencido por Erato que achou tudo  muito divertido.
Eros ainda tentou que Erato lhe aceitasse como companhia para procurar o Elo, mas Erato lhe disse que precisava de um tempo de princesas e castelos e que ela precisava aprender um pouco mais tocar lira para poder extrair mais verdades, pois achava que sua lira ainda não estava funcionando muito bem, disse pra Eros que seriam sempre amigos, mas que ele devia ir cumprir suas próprias tarefas que ela queria ir encontrar Sapholyne.
Zeus lhe permitiu ir e Ades disse que ela poderia ir ter suas aulas lá em seus domínios pois Perséfone tinha um presente pra ela e estariam á sua espera, ela disse que procuraria aquela que lhe ensinara sua melhor musica e seguiria para os domínios de Ades.
Zeus deu infinitas tarefas para Eros com o intuito de que ele não criasse novos problemas.
E assim Erato foi atrás de Saphollyne para lhe apresentar á Perséfone! 

ficou combinado que passaria algun tempo treinando antes de seguir para os outros dois reinos aonde ainda precisava procurar o elo. 

sábado, 30 de outubro de 2010

As princesas de Erato IV- IV



E assim Eros e Erato seguiram em direção a floresta, caminharam por um tempo, até que ao longe entre estranhas flores brancas viram o coelho branco, deram um único passo e o coelho desapareceu por uma clareira na floresta, Eros saiu voando na direção do coelho  e na subida uma de suas flechas caiu aos pés de Erato.
Ela ainda correu para onde tinha desaparecido o coelho mas parou, lembrou que tinha esquecido a cornucópia no castelo, tinha fome, seguiu caminhando com a flecha de Eros na mão, depois de muito caminhar pela clareia distraindo-se com a quantidade impressionante de lindas flores e imensas árvores sem frutos, viu um grande arbusto e no ponto mais alto deste uma única fruta muito vermelha, Erato tentou pega-la mas ela estava um pouco mais alto do que ela alcançava, assim auxiliada pela flecha de Eros, ela conseguiu espetar a fruta e come-la em apenas algumas mordidas.
Após comer a fruta Erato sentiu-se estranhamente forte, sentia seu corpo mudando teve medo, depois passou, tocou em si mesma e notou diferenças significativas, pensou que tinha desobedecido Zeus e que talvez aquela fruta tivesse lhe feito mal, ao pensar isso sentiu uma certa tontura e teria mesmo desmaiado se não tivesse visto o coelho branco escondido no meio dos arbustos de onde tinha vindo a fruta.
- Procuro a princesa Branca, o espelho me disse que devia segui-lo- disse ao coelho.
O coelho não respondeu nada apenas saiu correndo, seguido por Erato que correu muito e de repente viu-se despencando de um imenso despenhadeiro, a sensação de queda no entanto não a desesperava, era um tipo de alívio, sentia-se crescendo e ficando maior durante o despencar, antes de chegar ao chão foi socorrida por Eros, que ela notou também estava bem diferente, e muito parecido com o pai Marte, mesmo que rosto ainda lembrasse Afrodite.
Ele a deitou no chão e eles passaram  tempo olhando para seus próprios corpos, Eros encaixou se em Erato e ela deixou-se abraçar colocando o rosto do deus entre o pescoço e o ombro, passaram horas desvendando as transformações nos próprios corpos e no corpo do outro, flores estranhas caiam sobre eles e Eros as colocava sobre  Erato pagava-as de volta com a boca e jogava-as sobre os cabelos esparramados da musa, Erato sentou-se sobre o corpo de Eros para melhor se observarem, tocaram-se e buscaram diferentes formas de caberem-se um no outro. Como Eros falasse algo em tom muito baixo Erato encostou sua boca na dele para  ver se tinha o poder de fazer as palavras entrarem pela sua boca, já que estavam descobrindo poderes inimaginados, passaram muito tempo passando segredos entre bocas.
Eros dizia
- Me sinto quente, muito quente- disse Eros na boca de Erato, quando lhe procurei encontrei apenas uma fruta mordida, pensei que poderia estar envenenada eu mesmo provei dela para saber o que tinhas
-É a fruta que colhi com tua flecha.
- Posso sentir, estas quase me queimando, encosta teu rosto em meu pescoço, sente, meu sangue que ferve.
- Nunca experimentei essas quenturas disse Eros, nunca havia sido tocado por minhas próprias flechas.
- Isso é o amor Eros?
- Nesse momento sinto que não posso me afastar de você, tenho vontade de dormir e acordar buscando bons encaixes para nossos corpos, disse dentro da boca da musa.
- Não consigo ver em ti nada que não tuas belezas, queria seguir contigo todo rumo da tua eternidade que não me pertence
- Quero tornar-te eterna para estares sempre comigo
-Funde-me ao tu corpo, quero ficar em ti.
- deixe-me beber todas as tuas palavras.
-Não sinto perigos contigo, se te abraço não há despenhadeiros
-jamais te deixarei cair.
Assim de boca em boca eles diziam suas aflições e brincavam com flores,  jurando eternidades.
Estavam envolvidos nisso quando o coelho branco apareceu e disse no ouvido de Erato, deves vir comigo, deixe-o, lhe encontrarei quando estiveres só.
Erato estremeceu, apertou muito forte um Eros adormecido, e uma angustia tomou conta dela, olhou pra Eros e pensou no elo perdido, precisava encontra-lo, era o destino do mundo, era o seu destino, levantou-se tomou-a uma aflição, olhou pra Eros e o viu deformado, sentiu muito frio, tocou Eros e ele também estava gelado, acordou-o.
- Deixa-me dormir- disse o deus.
-Preciso partir- falou brusca Erato.
- Me aguarde depois iremos, deixa-me ter sonhos, só os posso ter adormecido
- Não virás comigo devo ir só.
- Sendo assim te espero enquanto sonho
- peço-lhe que parta, não quero mais vê-lo, você me causa muitos problemas, não desejo mais sua companhia.
- Erato deixa-me te ajudar, deixa que eu vá contigo, sou um deus posso lhe ajudar, estamos tanto tempo juntos, sabemos como somos, aceitamos nossos defeitos, deixa-me te acompanhar.
- Não insista, devo partir, tenho que cumprir meu destino, você não está nele, siga suas asas elas saberão pra onde lhe levar, vá experimentar suas flechas, temos que nos separar, precisamos saber quem somos agora, não nos caberemos mais.
Eros abraçou Erato e sentiu frio, a musa lhe escorregava, não cabia em seu abraço, ele sentiu e deixou-a ir, voou bem alto e sumiu no céu sem nem mais uma palavra.
Erato num imenso alívio saiu correndo para procurar o coelho, viu que ele a esperava em um caminho,  ele corria muito e Erato vez por outra o perdia de vista, numa dessas vezes parou e ouviu o soar perfeito de uma lira, os acordes mais harmoniosos que já tinha escutado, seguiu o som  ele lhe aquecia do frio deixado por Eros em sua partida.
Encontrou uma linda mulher sentada tocando.
-Olá! Disse a musa
- És muito bela disse a mulher
- Tua lira me trouxe até aqui.
-Gostas de Lira?
-Sei tocar?
-deixa-me ver tua lira
- posso tocar a tua?
E assim liras trocadas tiraram mil acordes, fizeram um som que inundou toda a floresta e já ia novamente Erato se esquecendo de procurar a princesa Branca quando perguntou pra linda mulher, como te chamas?
- Sapholyne e tu
- Erato, sou uma musa e procuro o elo perdido.
- Eu cá estou por que procuro belezas e me disseram que aqui vive a mais linda de todas as princesas, queria vê-la para fazer alguns bons versos para serem acompanhados por minha lira.
- Também a procuro.
- Já a encontrei, estou muito decepcionada.
- Por que?
- Não é tão  bela quanto eu esperava da mais bela das princesas, já vi outras mais bonitas.
- Deves ter encontrado outra princesa, ela é a mais bela de todo o reino cheio de belezas.
- já a viste?
- Não.
- Como eu disse, não é bela, sei onde está posso lhe indicar o caminho, mas antes deixa que eu faça um poema pra tua beleza, fica junto a minha lira, e assim Sapholyne sussurrou um poema pra Erato e esta lhe retribuiu

Se em mim não há a deidade
Mesmo assim de mim desfruta
Que aqui do teu lado sentada
Vacilante entre a montanha e a gruta
eu sinto a brisa molhada que por nós se precipita

Se sabes meu gosto o ocultes
E te perca em meus mistérios
Canta-me então os teus versos
Feitos pra minha pena

Parto agora em destino
E aqui te deixarei,
Mas te prometo que em breve,
Pelo mundo te encontrarei.

Trocaram poesias, informações, mapas e prometeram se encontrar assim que possível, ainda segurando a mão da musa  Sapholyne disse - Promete-me voltar?- minha lira precisa de ti!- disse-lhe ao ouvido- e a musa disse-lhe dentro da boca- e eu preciso de tua lira, engolidas as palavras, separaram-se e Erato já sabia exatamente onde estava a princesa Branca, só havia esquecido de perguntar por que ela não era bela ao ponto de inspirar um poema de tão boa tocadora de lira.

Caminhou ainda um bom pedaço quando viu o coelho parado em cima de um monte de folhas, correu na direção dele e quando o alcançou o monte de folhas cedeu sob os seus pés e ela caiu em um buraco.

Quando olhou ao redor estava sentada em cima de uma mesa rodeada por 6 pequenos homens e um casal, a mulher era muito branca tinha algumas manchas no rosto, usava roupas muito largas e um cabelo bem desarrumado, estava com a cara abaixada em um enorme prato de comida e mal olhou pra musa, mesmo que todos os outros estivessem olhando pra ela.
O rapaz que tinha o tamanho normal, tomava um vinho com a cabeça encostada no ombro da mulher, que levantando o rosto perguntou pra Erato:
- Então você é a musa que está me procurando?
- Princesa Branca? - Disse Erato quase num berro.
-Esperava que eu fosse mais bela suponho.
-Bem, você não se encaixa na descrição que me deram.
- Pois eu vou dizer uma coisa pra você musa, eu não sei de elo perdido nenhum, nunca fui em templo nenhum cultuar deus nenhum, não to afim de conversinha de concurso, faço o que eu quiser- parou, tomou o copo da mão do rapaz, bebeu, encheu o copo de novo, bebeu e assim fez até secar o jarro em cima da mesa.
-Continuando, não me encaixo naquele reino, não vou voltar pra lá, não agüento mais aquela conversinha de ‘olha tem uma espinha,oh, o que faremos, chamem os magos’, ‘Branca não coma isso’, ‘branca não tome sol’, ‘branca não chegue perto dos doces’, ‘branca você engordou’, ‘branca isso não são modos’, ‘branca você não está muito bonita hoje’, ‘viu a filha do duque não-sei-quem será mais bonita que branca’, ‘quem é mais bonita a rainha ou a princesa?’ ‘Olhe o vestidos de não-sei-quem são melhores que os seus!’ Cansei entendeu! Cansei! Vou comer só o que eu quero, vou me vestir como eu quiser, vou pra onde eu quiser. Pra que  eu quero ser uma princesa se eu não posso nada? Entendeu musa, sei que você não tem nada com isso, mas aqui a gente se entende.
Meu amigo aqui é mudo, eu falo, ele escuta, ele não me julga, nos damos bem, ele é meu príncipe, não tem castelo nem cavalo, mas eu gosto dele. Meus amigos aqui também sofreram muito, cada um tem sua história, histórias muito tristes, foram expulsos, perseguidos, cada um com seu problema a gente se entende, quero ficar aqui! E se você quiser pode ficar tomar um vinho e comer algo, se não quiser pode ir embora! Só não tente me tirar daqui.

Erato respirou fundo, encheu um copo de vinho, tomou, tocou em sua lira a musica que aprendeu com a linda mulher da floresta, conversou um pouco com os anões, ouviu suas histórias, tinha decidido esperar a Branca se acostumar com a presença dela.
Assim todos foram pra o lado de fora da casa, fizeram uma roda pra dançar ao som da lira de Erato, riram e quando Branca já parecia bem calma deitada no colo de seu príncipe mudo Erato chegou perto dela.

-Sabia que sua madrasta está presa?
- Presa? Por que? Ela não faz mal a uma mosca
- Pelo seu desaparecimento.
- Quem está governando?
- O duque de Apple.
A princesa branca se levantou furiosa.
- Não acredito! Eles são os piores, a duquesa todos os dias ia me ver apenas para me dizer os erros que eu cometia, todos os dias, falando de meus vestidos, de minha pele, ela sempre soube que não tem chances no concurso, agora prenda a Madra, isso é o fim, sabe por que vim parar aqui, por que um dia num chá com as damas, ela me perguntou se eu estava lavando meu cabelo com laranja, por que ele estava um bagaço! Chorei muito, estava fragilizada com os últimos acontecimentos, meu pai lá verde e estático em cima daquela pedra fria. Minha madra inconsolável e aquela duquesa ali falando de meu cabelo e todos rindo, fugi! E agora eles se aproveitaram das ciscunstâncias! Ai! Odeio esse reino!
- Calma Branca,você disse que seu pai está verde em cima de uma pedra, achei que seu pai tivesse morrido.
- Ele está morto, está verde, foi colocado em uma caixa de vidro e está num mausoléu do castelo. Até que se apure o que lhe aconteceu, muita gente fala que fi envenenado, meu pai era muito bonito, ele era o homem mais bonito do reino, usava muitas coisas, tomava a poção de muitos magos, para conservar-se belo, não sabemos bem o que aconteceu, mas agora que você falou percebo tudo, foram os duques de Apple. Precisamos resolver isso logo, você não acha Dum?
E o príncipe mudo balançava afirmativamente a cabeça de enormes orelhas e sorria consdescendente! A princesa o abraçou apertado e disse – o que vamos fazer musa? preciso resolver isso, não posso deixar que o duque ocupe o lugar de meu pai e mais do que isso, não posso deixar a duquesa ganhar o concurso da mais bela!

- O que você sugere? perguntou a musa.
- Preparem-se todos, partimos essa noite para o castelo! Quando for de manhã já estaremos lá serão pegos de surpresa bem na hora do concurso!
Erato sorriu! Enfim as coisas ia se esclarecer. e tocou a musica de Sapholyne em sua lira. 

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

As princesas de Erato IV- parte III


Hortência disse que ela poderia ir até o corredor que ela lhe indicaria e que chegado lá ela perguntasse pelo chefe da guarda pois desse corredor em diante não poderiam mais passar, Indicou-lhe o caminho e seguiram não foi difícil de achar, muitos guardas cuidavam da entrada do corredor
Erato e Eros iam reparando em todas as roupas bonitas e nos cabelos muito arrumados e nas belezas todas em volta, Eros estava visivelmente fascinado com aquele reino e andava louco para usar suas flechas mas estava evitando confusões tendo em vista que estava autorizado a acompanhar a musa na busca do elo. Quando chegaram no corredor indicado como Hortência havia dito foram imediatamente barrados:
Um guarda alto e muito elegante disse:
-Infelizmente apenas o chefe da guarda pode deixar vocês entrarem
- Estou procurando por ele disse Erato, sou uma musa e procuro o elo perdido e auxiliaremos na busca pela princesa.
- Terão de esperar por que o capitão foi conversar com o Duque de Aplle.
Não demorou muito o Capitão apareceu, ambos ficaram muito impressionados com ele, era o mais alto e o mais luxuosamente vestido, mais até que o próprio duque. Eros foi o primeiro a falar :
- Olá Capitão! Estamos procurando o Elo Perdido!
- E você quem é?
Eros olhou muito contrariado para Erato, se ela não tivesse dito que ele era um assistente agora teria todas suas glórias de rei, mas não, calou-se.
- É meu ajudante, e eu sou a musa Erato, enviada dos deuses
O capitão fez uma demorada reverência e disse - Esperávamos por sua vinda, sabemos que as musas são muito boas em procurar.
Erato preferiu não dizer que não era boa de encontrar.
- Gostaria de falar com a rainha e também de ter a chave para as portas que estão trancadas, pois preciso procurar o elo em todo o palácio.
- Ambas as coisas só podem ser autorizadas pelo Duque, estive responsável por isso até o presente momento mas acabo de ser informado que apenas o Duque pode dar a autorização para visitas á rainha e suponho que também para que vocês visitem as salas de embelezamento que estão trancadas.
- Salas de embelezamento?- perguntou Erato, enquanto Eros dava voltas em volta do capitão.
- Isso, são as salas onde as damas se preparam para o concurso anual.
- E por que estão trancadas?- disse Eros.
O capitão olhou-o e dirigiu-se para Erato
- a competição é muito acirrada e por aqui sempre são muito bem guardados os segredos de beleza de cada uma, que manda vir poções, magos, costuriras, é muito movimentado por aqui neste período por isso redobramos a segurança.
- E onde está o Duque perguntou Erato, preciso vê-lo não é?
- Ele acaba de sair para algumas ações diplomáticas, deve voltar em alguns dias.
- e até lá, não poderemos ver a rainha? Perguntou Erato já um pouco irritada com tantos impecilhos para busca do elo
- Lamento que sim . disse o capitão, e completou dizendo- Bonita lira, já toquei muito bem, faz um tempo que não toco.
- Se quiser podemos tocar juntos, disse Erato tirando um belo acorde do instrumento.
- Terei um tempo depois do por-do-sol, que tal tocaemos algo e tomarmos um vinho?
- Será ótimo, onde nos encontramos?
- Eu encontro você!
- Então vamos andando... disse Eros puxando Erato pela mão.
- Só mais uma coisa- disse o capitão segurando o braço da musa- livre-se desse seu ajudante...
Erato sorriu e balançou a cabeça positivamente.

Quando estavam sozinhos Eros bradou!
- Erato! Você me paga! Você me paga!  Você viu como fui tratado? Você sabe quantos templos eu tenho? Quantas homenagens me são rendidas? E agora ninguém me reconhece, ninguém sabe quem sou! Por que você inventou essa bobagem de eu ser seu ajudante!
- Eros, não me atrapalhe, me ajude, como faremos pra ver a Rainha? Acho que querem esconder alguma coisa da gente!
Certo venha, vamos por aqui, , saíram correndo, voaram pelas janelas e em alguns minutos, estava dentro do quarto da rainha.
Eros ficou estasiado diante da Rainha, era linda, tinha olhos imensamente azuis e lábios muito vermelhos, nem Afrodite era tão bonita, nem uma deusa, nem musa nenhuma, nem Helena.
- Não deixe ela enganar você, sou Eros.

- O que vocês fazem aqui? Vieram me salvar? Disse a rainha linda e simpática.
- Salvar você? – disse Erato- Não, nós viemos para que você nos diga onde está a princesa desaparecida.
- Oh, vocês também pensam que fui eu?
 E dizendo isso a rainha caiu num choro que deixou Eros muito comovido- Então não foi você?- perguntou Eros já segurando a mão da rainha, foi imediatamente puxado por Erato.
- não deixa ela te enganar ela já matou os dois reis e deu sumiço numa princesa, ela é perigosa.
- Ela é linda, Erato, me desculpe, ela é linda!
- Depois falamos sobre isso Eros, agora precisamos saber onde está a princesa.
- Erato não tenho condições de pressioná-la, ela é bonita demais.
-Deixa comigo!
-Então Rainha perdoe nosso coxixo, mas preciso saber onde está a princesa?
- Não sei, não sei nada disso, Branca é como uma filha pra mim, eu cuidei dela desde pequena, lhe ensinei a se vestir e se arrumar, cuidei dela, e de repente toda essa confusão, meu marido morreu, minha princesinha sumiu e eles me prenderam aqui! Não fiz nada! Nem ia participar do concurso esse ano, é a primeira vez que Branca poderia concorrer, não sei o que está acontecendo lá fora. Ninguém me conta nada.
- Você não sabe ? você não sabe de nada?- perguntou Erato meio atordoada.
- Não sei, me trancaram aqui, não sei.- disse e começou a chorar de novo
- Não chore rainha linda, disse Eros, conte-nos mais.
- Estava tudo bem, cheguei aqui neste reino depois da morte da rainha, vim para o concurso e ganhei, o rei acabou casando comigo, desde então fui muito hostilizada neste reino, as mulheres daqui nunca gostaram de mim e os homens também, sempre chateados comigo por conta das constantes tentativas de sedução, sempre amei muito meu rei, nunca fui de ceder á tentações, e isso sempre despertou a ira de muitas pessoas. Quem está no poder?
- O conde de Apple- disse Eros.
- Oh, estou perdida, jamais sairei daqui, disse a rainha.
- Por que? -Perguntou Eros
- O conde é totalmente manipulado pela condessa, e ela é a principal candidata depois de mim e da Princesa...
- Oh! assustou-se Erato, mas isso muda tudo!
- Vocês podem saber mais coisas se falarem com o mago do espelho que fica no porão.
-Mago do espelho?
-É um amigo meu que foi aprisionado em um espelho e sabe de muitas coisas, falem com ele lá no porão ele deve ter mais informações que farão vocês compreenderem o que se passa aqui, temo pela vida de Branca, a duquesa de Apple sempre quis o titulo de mais bela!
-Vamos, Vamos- disse Erato, Eros já ia voando quando a rainha perguntou- Você é realmente o deus Eros? 
- Sou sim mas não conte pra ninguém linda rainha!
Quando sairam Erato perguntou- E se ela contar?
Eros disse - A mentirosa é você!

Depois de muito andarem pelo castelo encontraram uma entrada para o porão, nesta entrada uma enorme escada conduzia para um corredor cheio de muitas portas , muitas delas trancadas, até que encontraram uma  sala cheia de espelhos.

cada espelho fazia com que Eros e Erato ficassem diferentes, em altura, largura e profundidade. 
Eros nao estava gostando nada do lugar e Erato estava se divertindo muito.
- Prefiro minha forma original!- disse Eros
-Estou me divertindo- disse Erato olhando para a um espelho de onde apareceu um estranho e belo rosto de rapaz, parecia um pouco com o próprio Eros, Erato viu que Eros estava bem longe e perguntou, você é o mago? amigo da rainha?
- Vocês estiveram com ela? pobrezinha está sem um espelho, deve estar terrivel!
- Está linda disse Eros.
- Ela nos contou uma versão diferente da que todos contam no castelo, o que você tem a dizer sobre isso?
-É verdade, a rainha e a princesa estão sendo vitimas de uma conspiração, provavelmente articulada pela duquesa, vi aqui em meus espelhos que Branca ainda está viva  e escondida na floresta, vão procura-la só ela pode salvar a rainha, sigam o coelho branco!
- O coelho, eu sabia!
- Vão logo, e digam pra Branca não ter medo de nada que eu poderei ajuda-la, ela não vai querer vir, mas voces devem convence-la ou traze-la forçada. vão.

e assim Eros e Erato seguiram para a floresta para encontrar a princesa Branca. 


quinta-feira, 21 de outubro de 2010

As princesas de Erato IV- parte II


Quando ia chegando perto do reino Erato se deu conta de que estava indo sozinha para um lugar muito perigoso, assim que pensou nisso um coelho apareceu e ficou olhando pra ela,  sorrindo  ela disse:  você não me engana mais, sei que é você !
O coelhinho continuou olhando pra ela e saiu correndo, ela saiu correndo também  gritando – Eros volte aqui, volte aqui, tropeçou em alguma coisa e caiu perdendo de vista o coelho, quando virou-se pra ver o que era que tinha lhe feito tropeçar viu uma tartaruga.
- Ai, por que será que Eros fugiu de mim - disse ela olhando pra tartaruga que mastigava uma folha bem verde – Agora vou ter que ir sozinha pra aquele reino super perigoso, a tartaruga continuava mastigando. A musa sentou numa pedra, pegou sua lira e cantou assim:

- Eu tenho medo de me envenenar
E preciso o escondido procurar
O que haverá acontecido por ai
As coisas somem e é difícil engolir
Se eu fosse eterna não precisava temer
Qualquer coisa que fosse me acontecer
Mas sou a musa da lira sem ninguém
Que poderá comigo ir pra mais além?
A tartaruga largou a folha e disse:
- Espero que você melhore, toca bem e canta muito mal!
- Erooooooooooooooooooooos!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Ai, estava me sentindo tão sozinha aqui, ainda bem que você apareceu!
- Você disse que estava com medo? Não sabia que as musas tinham medo!
- Medo eu? Não tava com medo nada, sou uma musa o perigo é meu destino!
- Medo de me envenar... você disse!
- Ah! Foi... pois é... talvez eu realmente tema aquilo que não posso ver, mas tnho a cornucópia divina , nada vai me envenenar.
- E o medo?
-Eros você não sabe nada, você disse que o amor era uma febre e Zeus disse que não é só isso.
-E Zeus sabe o que é o amor?
- Ele é Zeus!
- E eu sou Eros, filho de Afrodite e Marte!
- Ai, e eu sou apenas uma musa que não sabe usar seu dom, e quer aprender o que é o amor, pra poder fazer o seu trabalho.
- Pensei que seu trabalho era procurar o elo perdido.
-  Eros, não sei se você deve ir comigo, pode ser perigoso e além do mais já fizemos muita confusão!
- É? Pois vou lhe dizer duas coisas, primeiro sou um deus e faço o que quero, segundo Apolo me pediu pra vir encontra-la.
Erato fez uma cara desconfiada e desabou numa gargalhada!
- O que foi ? perguntou Eros
- É que as coisas aqui já estão uma confusão, logo você não tem como atrapalhar mais, além do mais estão acontecendo uns envenenamentos, assassinatos, seqüestro, acho que Apolo pensou que seria bom mandá-lo pra cá.
Eros deu de ombros, era destemido – Sendo assim não preciso ficar como tartaruga, irei em forma humana.

- Quero que você me explique de novo o que é o amor- disse Erato.
- Por que você não deixa eu te dar uma flechada ai você descobre!
- Eros, acho que essas suas flechadas não são o amor verdadeiro
-Claro que é verdadeiro! Todo amor é uma intervenção de divindades, se tivéssemos ainda o elo que foi perdido, seria possível saber quem amaria quem, ou o quê por toda a eternidade, e assim todo amor sentido seria absolutamente previsível, ou seja verdadeiro, por que advindo das vontades divinais, sua boba!
- Quer dizer que todo amor é previsível?
- Era! Mas o elo perdeu-se, agora, bem, não sabemos direito o que pode acontecer, mas eu tenho minhas flechas, tem certeza que não quer experimentar?
- Sei não, estou fugindo de venenos, não sei se quero experimentar esse.
-Se mudar de idéia, pode falar.
-Você sabe o que está acontecendo nesse reino? Todas as confusões?
- sei sim , cheguei aqui antes de você, e dei uns passeios pelo castelo.
- como tartaruga? Riu a musa.
- Não, como um lindo ratinho branco.
- você era o coelho?
-Coelho?
- Deixa pra lá, olha ali os muros do castelo, conte-me logo o que é que você sabe.
- O rei morreu envenenado e as suspeitas recaíram definitivamente  sobre a rainha, tendo em vista que a antiga rainha também morreu quando logo depois da atual ser admitida no castelo como ama da princesa desaparecida. Sempre houveram suspeitas sobre ela mas foi somente apenas após o desaparecimento da princesa que realmente ela foi aprisionada em seu próprio quarto após uma decisão dos conselheiros reais, que aliás estão reunidos agora para decidir quem deve assumir o trono, por que a princesa sumiu e a rainha está sob interdição.
- Então foi ela mesmo?
- Tudo indica – disse Eros.
E assim os dois chegaram a entrada do palácio e foram recebidos por uma pequena senhora muito gentil, mas com um semblante muito triste, que pediu desculpas por que todos os nobres estavam reunidos para decidir o governo provisório, mas que poderia conduzi-los até seus aposentos e que eles estavam liberados para procurar o elo perdido em nosso reino onde vocês são muito esperados.
- Como se chama a senhora? perguntou a musa
- Me chamo Hortência, sou a babá de Branca, a princesa desaparecida, aqui alimentamos a esperança de que em sua busca pelo elo, você possa encontrar ainda com vida nossa princesa, disse deixando cair algumas lágrimas.
- Pode deixar, que vamos procurá-la , disse a musa sensibilizada.
- Vou levá-los até os quartos de vocês e pedirei que sirvam algo para que vocês comam.
- Não se preocupem com isso, não comemos- disse Erato- coisas divinas, sabe como é?
A senhora pareceu não entender bem, mas os deixou se alojarem, e como eles tivessem dito que esperavam ser recebidos pelos nobres, ela os levou até a ante-sala onde a decisão estava sendo tomada, Eros sugeriu pra Erato transformar-se num ratinho para ir lá ouvir o que eles estavam falando, mas ela não achou que aquilo fosse muito correto.
- Então você acha correto envenenarem reis e darem sumiço em princesas?
- Eros não sabemos ainda o que aconteceu?
Estavam no meio desse diálogo, quando a porta se abriu e de lá saíram alguns nobres, todos muito bonitos e arrumados, com a cara de poucos amigos, podia-se ouvir a frase
- Péssima escolha!
- Isso não vai dar certo.
- Isso não vai ficar assim.

Eros e Erato entreolhavam-se quando foram interrompidos por um homem muito bonito que vinha entre cumprimentos de outros nobres para falar com eles.
- Olá sou o duque de Apple e acabo de ser nomeado para o trono, creio que vocês são os enviados divinos para buscar o elo perdido em nosso reino.
- Sou a musa Erato e esse é meu ajudante- Eros olhou-a muito irritado , mas não disse nada, limitando-se a sorrir e cumprimentar o nobre.
- Sejam bem-vindos ao nosso reino como vocês sabem estão havendo muitos problemas por aqui e a vinda de vocês nos traz uma grande esperança de que alguma coisa possa ser feita para solucionar os mistérios, e podermos encontrar nossa princesa perdida.
- Duque podemos sim ajuda-los, peço-lhe que me conte em que cisrcusntâncias a princesa desapareceu.
- Foi tudo muito rápido, uma semana após a morte do rei a princesa desapareceu misteriosamente, em uma manhã não foi encontrada pela babá, já revistamos toda a floresta e todo o castelo e nada da Branca, o que é uma pena pois o concurso anula de belezas se aproxima e perdemos duas das candidatas mais fortes, a princesa e a Rainha, que estando sob interdição também não participará do concurso.
- Esse concurso é apenas para mulheres, perguntou Eros.
- Sim, respondeu o Duque, num gesto brusco, bem foi isso que aconteceu, estejam a vontade preciso encontrar com minha esposa para organizarmos as coisas do concurso, infelizmente ele é nossa mais antiga tradição e não poderemos deixar de faze-lo mesmo diante das terríveis circunstâncias. – e dizendo isso saiu.
- Por que você não disse quem eu era? Seu ajudante? Eu sou Eros , eu sou um deus!!!! E você sua musinha distraída que não consegue nem achar um ela perdido, que nem sabe o que é o amor sai dizendo que sou seu ajudante? Estou quase te dando uma flechada!
- Eros, pense comigo... esse reino  cheio de vaidades, se descobrirem que o deus Eros está aqui, não nos deixarão em paz.
- É. Nisso você tem razão.
-Então. Além do mais... você é meu ajudante nessa missão, por que a missão é minha, aliás Eros nunca perguntei, por que você tem tanto interesse em me ajudar?
- Ora, bem... estou sem fazer nada... adoro princesas e nobres e aventuras, decidi vir com você... só isso...
- Sei. Então tá, não vamos revelar sua verdadeira identidade.
- Minha ótima identidade escondida... não gostei da idéia, mas tudo bem, menos confusões...
- Isso, agora eu queria ir ver a madrasta suspeita, pra ver se ela conta onde está a Princesa Branca.
Vamos procurar Hortência, disse Eros, saíram pelo castelo e enquanto procuravam Hortência Erato tocava lira e procurava o elo perdido, encontrou muitas salas trancadas e precisaria pedir ao duque que por favor lhe abrisse todas aquelas portas por que seria muito difícil achar o elo perdido com tantas portas trancadas. Quando encontraram com Hortência essa lhes disse que era o chefe da guarda que tinha a posse da chave do quarto da rainha e era o único que autorizava visitas e que todas as visitas só eram necessariamente realizadas na sua presença.
Erato agradeceu e disse que iria procurar o Chefe da guarda e pediu que Hortência lhe indicasse o caminho para o quarto da Madrasta de Branca. 

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

As princesas de Erato IV





Enquanto Erato e Hermes iam seguindo para encontrar Zeus, Erato disse para Hermes:
- Estranho, mas ainda não consegui entender meu dom, não encontrei o amor em nenhum dos lugares que visitei- disse a musa meio decepcionada
-Que pensas então que seja o amor?
- Não posso lhe responder esta pergunta, visto que penso ainda não te-lo encontrado.
-E você já o sentiu?
- Por Zeus, por Mnemosine, por minhas irmãs, mas é um amor de dependência e preocupação, diferente daquilo que Eros diz que se pode sentir, ele diz que o amor é como uma febre, ou uma insanidade temporária, que nos toma por completo e somos absorvidos por um afeto completo!- Erato dizia isso entre suspiros profundos- queria sentir ou presenciar isso. Você já  amou Hermes?
- Tive uma dessas febres de Eros, por Afrodite, tivemos um filho, mas foi tudo muito passageiro, tive muitas febres, muitas pathos. Não lhe asseguraria que as febres de Eros sejam de fato o amor.
-Você tem um filho com Afrodite?
- Sim, Hermafrodito, muito belo, como a mãe, sofreu uma maldição ao entrar num lago e seu corpo fundiu-se ao de uma ninfa, atualmente trabalha com Baco organizando cerimônias é sempre muito solicitado por sua ambivalência.
A musa deu uma grande gargalhada e assim chegaram ao Mouseion.
-Boa Sorte na sua busca- disse Hermes.
-Depois conte-me mais sobre seu filho.
-Certamente. disse Hermes voando alto.

A musa saiu andando pelo Mouseion e encontrou com Zeus deitado no jardim olhando para o céu.
- Então você andou fazendo muita confusão por ai não foi mesmo?
- Isso são implicâncias de Apolo, estou apenas fazendo o meu trabalho.
-Algum indicio do elo?
- Veja bem, acho que ainda não aprendi a usar o meu dom corretamente, ainda  não descobri o que é verdadeiramente o amor, devo confessar-lhe que realmente talvez Eros esteja me atrapalhando um pouco, mas que sua ajuda também me é de grande valia, ele diz ter aprendido com sua mãe sobre o amor e me explicou sobre uma febre e uma insanidade temporária.

- Zeus levantou-se. Olhou bem para a musa e disse- Duvido que qualuqer um dos dois possa ter uma definição completa, e digo-lhe que não há esta definição, o amor tem coisas de Eros e de Afrodite, tem as muitas formas de Eros e as irresponsabilidades de Afrodite, mas não é apenas isso, devo dizer-lhe que Afrodite teve muitos filhos Harmonia e Eros, Fobos e Deimos, Hermafrodito e Anteros. São todos frutos disso que Afrodite chama de amor, todos diferentes, todos com suas graças e suas iras, Ela sempre preferiu Eros por sua aparente perfeição, seria preciso junta-los, para compreender, mas esse não é seu trabalho, concentre-se em encontrar aquilo que afeta.  Se não encontrares amor, busca as paixões, são tudo pathos, em diferentes graus.
- Então o amor não existe?
- O que não existe é essa definição perfeita que você quer encontrar.
-É só uma palavra?
- Não é só alguma coisa, são muitas coisas, não se ama só o que se tem, ou o que se conhece, nem se ama apenas o que se confia, nem o que esta perto, nem apenas o tangível, existindo assim infinitas formas.
- Então como farei para extrair das pessoas suas ações mais verdadeiras?
- O mais verdadeiro é o menos camuflável, logo será sempre o mais perceptível- disse Zeus.
- Por que mandou o senhor irem me buscar?
- Você sabe que Apolo fez um acordo com muitos reinos para recebe-la e que em todos eles sabem de sua ida, pois bem, temos uma princesa desaparecida.
Os olhos da musa brilharam, isso sim era um forte indicio, uma princesa perdida, umelo perdido, deviam haver fortes indícios do elo naquilo ali.
- O que eu preciso saber?
- Esse Reino é muito marcado pelo culto ao belo, e dizem que por lá não havia nada mais belo que a princesa perdida, logo há muitos suspeitos, mas a acusada é a madrasta, que era a  mais bela antes da jovem atingir a puberdade. O rei morreu faz pouco tempo de um misterioso envenenamento e assim esse é um reino muito perigoso, vou dar-lhe a cornucópia para que você alimente-se apenas do que dela advier, não aceite nada que lhe ofereçam por lá. Era isso, agora vá, que faz muitos dias que a princesa está desaparecida e pode ser tarde demais.

E assim Urânia seguiu para o reino da beleza.

As princesas de Erato IV





Enquanto Erato e Hermes iam seguindo para encontrar Zeus, Erato disse para Hermes:
- Estranho, mas ainda não consegui entender meu dom, não encontrei o amor em nenhum dos lugares que visitei- disse a musa meio decepcionada
-Que pensas então que seja o amor?
- Não posso lhe responder esta pergunta, visto que penso ainda não te-lo encontrado.
-E você já o sentiu?
- Por Zeus, por Mnemosine, por minhas irmãs, mas é um amor de dependência e preocupação, diferente daquilo que Eros diz que se pode sentir, ele diz que o amor é como uma febre, ou uma insanidade temporária, que nos toma por completo e somos absorvidos por uma afeto- Erato dizia isso entre suspiros profundos- queria sentir ou presenciar isso. Você já se amou Hermes?
- Tive uma dessas febres de Eros, por Afrodite, tivemos um filho, mas foi tudo muito passageiro, tive muitas febres, muitas pathos. Não lhe asseguraria que as febres de Eros sejam de fato o amor.
-Você tem um filho com Afrodite?
- Sim, Hermafrodito, muito belo, como a mãe, sofreu uma maldição ao entrar num lago e seu corpo fundiu-se ao de uma ninfa, atualmente trabalha com Baco organizando cerimônias é sempre muito solicitado por sua ambivalência.
A musa deu uma grande gargalhada e assim chegaram ao Mouseion.
-Boa Sorte na sua busca- disse Hermes.
-Depois conte-me mais sobre seu filho.
-Certamente. disse Hermes voando alto.

A musa saiu andando pelo Mouseion e encontrou com Zeus deitado no jardim olhando para o céu.
- Então você andou fazendo muita confusão por ai não foi mesmo?
- Isso são implicâncias de Apolo, estou apenas fazendo o meu trabalho.
-Algum indicio do elo?
- Veja bem, acho que ainda não aprendi a usar o meu dom corretamente, ainda  não descobri o que é verdadeiramente o amor, devo confessar-lhe que realmente talvez Eros esteja me atrapalhando um pouco, mas que sua ajuda também me é de grande valia, ele diz ter aprendido com sua mãe sobre o amor e me explicou sobre uma febre e uma insanidade temporária.

- Zeus levantou-se. Olhou bem para a musa e disse- Duvido que qualuqer um dos dois possa ter uma definição completa, e digo-lhe que não há esta definição, o amor tem coisas de Eros e de Afrodite, tem as muitas formas de Eros e as irresponsabilidades de Afrodite, mas não é apenas isso, devo dizer-lhe que Afrodite teve muitos filhos Harmonia e Eros, Fobos e Deimos, Hermafrodito e Anteros. São todos frutos disso que Afrodite chama de amor, todos diferentes, todos com suas graças e suas iras, Ela sempre preferiu Eros por sua aparente perfeição, seria preciso junta-los, para compreender, mas esse não é seu trabalho, concentre-se em encontrar aquilo que afeta.  Se não encontrares amor, busca as paixões, são tudo pathos, em diferentes graus.
- Então o amor não existe?
- O que não existe é essa definição perfeita que você quer encontrar.
-É só uma palavra?
- Não é só alguma coisa, são muitas coisas, não se ama só o que se tem, ou o que se conhece, nem se ama apenas o que se confia, nem o que esta perto, nem apenas o tangível, existindo assim infinitas formas.
- Então como farei para extrair das pessoas suas ações mais verdadeiras?
- O mais verdadeiro é o menos camuflado, logo será sempre o mais perceptível- disse Zeus.
- Por que mandou o senhor irem me buscar?
- Você sabe que Apolo fez um acordo com muitos reinos para recebe-la e que em todos eles sabem de sua ida, pois bem, temos uma princesa desaparecida.
Os olhos da musa brilharam, isso sim era um forte indicio, uma princesa perdida, umelo perdido, deviam haver fortes indícios do elo naquilo ali.
- O que eu preciso saber?
- Esse Reino é muito marcado pelo culto ao belo, e dizem que por lá não havia nada mais belo que a princesa perdida, logo há muitos suspeitos, mas a acusada é a madrasta, que era a  mais bela antes da jovem atingir a puberdade. O rei morreu faz pouco tempo de um misterioso envenenamento e assim esse é um reino muito perigoso, vou dar-lhe a cornucópia para que você alimente-se apenas do que dela advier, não aceite nada que lhe ofereçam por lá. Era isso, agora vá, que faz muitos dias que a princesa está desaparecida e pode ser tarde demais.

E assim Urânia seguiu para o reino da beleza.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

As princesas de Erato III



O Reino pra onde Erato e Apolo foram era um reino muito estranho, onde todos falavam muito baixo e tudo era feito de maneira muito silenciosa, Apolo advertiu Erato mais uma vez das intervenções prejudiciais de Eros, proibiu-a de receber a visita dele e disse que ia partir logo, pois todo aquele silêncio não o agradava, voltaria ao mouseion uma vez que havia prometido assistir os ensaios de Talia e Mepomene.



Quando Erato chegou ao castelo foi recebida por um rapaz que tinha nos pés sapatos de pêlos, que não faziam barulho ao caminhar, sussurante ele lhe perguntou: És a musa Erato, esperada?

Erato ficou aliviada, as musas não gostavam muito de ficar dizendo quem eram e o que procuravam , preferiam que já se soubesse delas. - Sou eu sim.

- Me acompanhe, mas antes por favor calce estes sapatos- e lhe entregou sapatos iguais aos deles, que depois a musa pode perceber era utilizado por todos do reino. e ela perguntou: por que aqui é tão silencioso e por que tenho de usar esses sapatos? O rapaz fez sinal para que ela falasse mais baixo e disse que eram medidas para não acordar a Princesa.



- Mas ela ainda está dormindo? esta hora?

- Nunca sabemos quando esta dormindo ou acordada, ela passa o dia todo dentro do quarto deitada e odeia quando é acordada, tem crises terríveis e assim o rei e a rainha tomaram providencias para evitar suas crises fazendo sempre muito silêncio, o que de pouco serve, pois há dias que o cair de um garfo provoca crises na princesa.



- Como ela se chama?

- Belina, mas a chamamos de Belia.

- E por acaso está a Belia adormecida?

- Como eu lhe disse, não sabemos, existe uma pequena porta por onde passam as coisas que ela precisa, e apenas sua mãe consegue entrar no quarto, sem ser hostilizada , ah, e vez por outra ela manda chamar o menestrel quando está de bons humores, é quando todo o reino pode fazer barulho, aproveita-se muito essas visitas para que possamos nos divertir no palácio.

- E desde quando isso acontece por aqui?



Quando o rapaz ia continuar o cochicho, foram interrompidos por uma senhora de vestes reais, que cochichou:

-Seria você é a musa enviada dos deuses?

-Olá sou sim, como vai?

-Fale um pouco mais baixo querida, soube de sua passagem pelos outros reinos, quero lhe dizer que por aqui não gostamos de confusão, não toleramos gritarias e somos completamente avessos a festas e discussões, permitimos que esse elo fosse procurado aqui, na verdade o rei permitiu, contra a minha vontade, por respeito a Zeus, peço-lhe que procure o elo silenciosamente e parta assim que encontrá-lo, ou assim que constatar que cá ele não está e de antemão lhe digo que se ele tivesse caido aqui nós ouviriamos.



Erato ficou um pouco assustada com os maus modos da rainha, e estava quase pedindo pra ir embora não fosse sua obrigação procurar o tal elo, partiria imediatamente, engoliu as ofensas da rainha e disse que certamente evitaria fazer barulho e que gostaria muito de conhecer a princesa.



- Infelizmente não será possivel, a princesa não recebe visitas e além disso, o elo não está com ela, ela não sai do quarto e lá nada entre sem meu expresso conhecimento, como lhe disse, não gostamos de confusão, procure o elo e por favor não nos crie problemas , agora tenho que ir.



Pediu ao rapaz que mostrasse o castelo para Erato e seus aposentos e que por favor a acompanhasse durante sua estada no castelo, e assim silenciosamente partiu.



Erato ficou um tempo digerindo os maus tratos, depois pediu ao rapaz que lhe levasse até o rei.



Quando chegou encontrou o rei sentado em seu trono com um olhar muito perdido, achou o rei muito bonito com sua tristeza.



- Olá majestade! disse a musa bem baixinho.

- Olá, você deve ser a musa não é mesmo?- disse o rei saindo de seus pensamento.

- Seja bem vinda ao nosso reino, espero que tenha sorte na busca do elo, seria uma rara felicidade num reino tão triste, a vida aqui não é das melhores, aposto que em breve você vai se entediar, as pessoas quase não falam já cansadas de repreensões e além do mais as crises da princesa tem se tornado mais frequentes, desde que trocamos o menestrel.



-E por que trocaram?

- Na verdade ele desapareceu, achamos que deve ter fugido dos ataques constantes de Belia

-O senhor se importa de me contar como foi que tudo isso começou?

- Todos sabem essa história, mas contarei sim, isso que você tem ai é uma lira?

- É sim, quer que eu toque? e ja ia pegar a lira quando o rei disse, não, por favor, não faça isso ou pode acordar a princesa , venha comigo, tenho um lugar onde você pode tocar sua lira pra mim, gosto tanto de liras, pena não possamos ouvi-las com frequencia por aqui.



Assim o rei e Erato seguiram por um longo corredor desceram muitas escadas e foram parar numa sala com paredes muito grossas, cobertas de cascas de arvores, que segundo o rei não permitiam que o som saísse de dentro da sala.



Erato tocou a lira e o rei ficou um bom tempo apenas lhe ouvindo, como a apreciar uma iguaria, ela pediu que ele contasse a história e ele lhe pediu que apenas tocasse a lira por um tempo, por que ele queria muito ouvir aquele som, depois de muito Erato tocar o rei disse que iria lhe mostrar uma coisa, e abriu um compartimento cheio de estranhos instrumentos, disse que naquele reino haviam muitas festas quando ele era apenas um príncipe, que ele mesmo não queria se casar e passava muitos dias por ai com outros nobres tocando aqueles instrumentos, até que começou a se aproximar o dia de tornar-se rei e seu pai muito velhinho lhe chamou e disse que ele havia de se casar com uma prima sua que seria muito bom para o reino posto que aquele casamento beneficiaria os cofres reais.



-Assim então querida musa, eu me casei, para tornar-me rei, fazer a vontade de meus pais e cá estou, nessa infinita infelicidade, não vejo minha filha, toco muito pouco, perdi o jeito e a vontade, as vezes venho aqui com alguns amigos mais próximos e tocamos até satisfazer nossas almas com os sons das musicas.



Erato gostou muito mesmo daquele rei, como ele tivesse lhe dito que não sabia tocar muito bem a lira, ela disse que lhe ensinava, era um rei muito agradável e completamente diferente da rainha, mesmo que fosse um bocado triste.



-Será que você pode me contar como foi  que a princesa ficou daquele jeito, como foi que ela se trancou no quarto, sempre foi assim?



- Não. claro que não, tudo começou com uma briga entre as irmãs da rainha sobre quem daria o vestido do seu primeiro aniversário, ela tem quatro irmãs todas com humores semelhantes aos seu, assim foi, que ela escolheu uma das irmãs e as outras ficaram muito magoadas, uma delas ficou mais magoada que todas e disse que esperava que quando crescesse a princesa tivesse um péssimo gosto para roupas o que deixou a rainha muito preocupada com isso, assim sendo sempre que a princesa ia vestir-se a rainha passava muitas e muitas horas preocupada em fazer com que a princesa se vestisse da melhor forma possivel, de tal maneira isso foi levado á sério que a princesa a medida que crescia manifestava a mesma preocupação, sempre e sempre procupada com sua roupa , com sua boa apresentação, passava mais tempo dentro do quarto de brinquedos se arrumando, saindo apenas para ter certeza de ter escolhido a melhor roupa, tendo na mãe uma crítica muito forte, condenando suas vestimentas, encontrando detalhes e os evidenciando, ao ponto de a princesa trocar de roupa muitas vezes em um único dia até que tivesse agradado ao seu gosto e ao da mãe, muitas criadas foram castigadas por terem manchado vestidos, ou por terem vestido a menina de forma que a mãe achasse inadequada.



Quando o rei ia continuar a história alguem bateu na porta da sala de música como era chamada e disse que a princesa estava tendo um ataque por que um gato tinha entrado em seu quarto, o rei saiu correndo e Erato foi atrás, quando saiu de dentro da sala e por todo castelo era possível ouvir os brados da princesa.



- Quem deixou esse gato entrar aqui? tireeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeem esse bicho daquiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii, está cobrindo tudo de pelos e miando e atrapalhando meu sonooooooooooooooooooooooooo, será que não se pode dormiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiir neste reino, cadê minha mãe, mããããããããããããããããeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee! vem tirar este gato daqui!



Erato e o rei ficaram parados na porta do quarto, o rei tentava acalma-la, minha filha se acalme sua mãe já vem.

- Me acalmarrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr? eu estou muuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuito calma ,mas tire esse bicho daquiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii! - berrava!





Pela Janela Erato viu que o povo fechava suas janelas para não ouvir os gritos da princesa, no entanto a fonte que ficava na entrada do castelo estava cheia de meninos que brincavam e tomavam banho numa imensa alegria, a taberna foi aberta e alguns homens brindavam canecadas de vinho, mas era impossivel ouvir os sons que faziam pois tudo era abafado pela gritaria da princesa. Alguem informou o rei que a rainha não estava no castelo pois havia ido visitar uma de suas irmãs que receberia uma famosa costureira, o rei começou a se desesperar, a filha não o deixaria entrar e provavelmente nao pegaria no gato, nem sairia do quarto. vendo o desespero de todos Erato sentou-se no chão e começou a tocar sua lira, por que ela não sabia a história toda ainda, e por que tocar a lira faria com que ela própria esquecesse os gritos initerruptos da princesa. um tempo depois que ela estava tocando fez-se silêncio no quarto da princesa, ela e o rei trocaram um olhar e ela parou de tocar a lira para ver se era efeito da música, no entanto os gritos não recomeçaram. Em pouco tempo todo o reino estava em silêncio novamente e o único som que se ouvia era um ronronar que vinha de dentro do quarto da princesa. depois a própria princesa disse num irreconhecível tom amável.



- Desejo que entre no meu quarto quem estava tocando esta lira...



O rei sorriu, disse pra Erato que a única coisa que a princesa tinha consigo de semelhança era sua paixão pela música, que vez por outra emergia, disse pra Erato que entrasse, a musa entrou na pontinha dos pés e encontrou a princesa com o gato no colo, deitada numa cama imensa e com um imenso camisolão branco, muito feio.



- Quem é você? pergutou a princesa.

- Oi, sou Erato, sou uma musa e procuro o elo perdido da corrente do destino aqui neste reino, sou enviada dos deuses para esta tarefa.

- Sei... se quiser pode procurar aqui no meu quarto, mas antes por favor toque mais um pouco desta lira pra mim.

Erato achou que tudo aquilo era ótimo por que assim ela procuraria logo no lugar mais dificil e depois poderia procurar no resto do palácio e do reino, tocou em silêncio olhando para a princesa que tinha o gato no colo e lhe fazia muitos carinhos, Erato depois de muito olhar para a princesa percebeu que o gato  lhe mirava fixamente e deu uma risadinha.



- Você quer aprender a tocar? perguntou Erato.

- Não tenho jeito pra nada, não faço nada direito, e certamente não aprenderia.

- Todas as pessoas que ensinei aprenderam, tome pegue, tire alguns sons, não se preocupe em acertar.

- Não quero, Nãaaaaaaaaaaaaaaaaaaaooooooooooooooooooo QQQuuuuuuuuuuuuuuuueeeeeeeeeeeeeeeerooooooooooo! saia daqui, saia de cima da minha cama com essa sua lira barulhenta e leve esse gato daqui, me deixe dormir! saaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!



A musa pegou o gatinho branco, sua lira e saiu, saiu com muita raiva mesmo de dentro do quarto da princesa, pensou que queria ver Hermes , queria mandar dizer pra Zeus que naquele reino ela não ficava mais, que queria sair dali e também ia pedir pra Hera transformar aquela princesa num inseto pra ela poder dar uma boa pisada nela e esmaga-la, respirou fundo, e saiu correndo para o meio da floresta com o gato na mão!



chegou lá e sentou numa pedra, pôs o gatinho no chão e disse, por que eu acho que você é um gatinho diferente hein? o bicho veio se enrolando pela perna dela, levantou a cauda e quanto ela botou a mão no pelo, sentiu os cachos de Hermes que estava agarrado as suas pernas.



- Asas? asas? agora voce tem asas? você pode voar? será possivel que só eu não ganho um presente

maravilhoso? flechas de paixão e agora você tem asas?



-Se eu não fosse filha de Mnemosine, queria ser filha de Afrodite.



- Pois eu lhe trouxe um lindo presente.



- foi? e onde ele está, dê-me logo.



-Olhe só - e tirou um colar de dentro da sua bolsinha de flechas



- isso? - perguntou decepcionada.



- Eros riu, e isso e mostrou pra ela uma brilhante estrela minuscula.



- Uma estrela anã ... Eros...ai... Eros... tão linda... obrigada...só você pra me alegrar.



- Erato qual o problema daquela princesa?



- Se eu não conhecesse a mãe dela diria que ela é filha de Hera - disse a musa já menos irritada, graças ao seu presente- Me diga como é que você foi parar lá dentro.



- Estava passeando pelo telhado, olhei pela janela e achei que era você, quando pulei pra dentro do quarto ela acordou e começou a berrar.



- Mas quando cheguei ela estava com você no colo.



- Pois é foi estranho por que ela começou a gritar, mas me pegou e começou a me alisar, me pos no colo e continuou gritando, até que você começou a tocar  e ela parou e ficou apenas me alisando, foi bom, fora os gritos.



- Muito estranho...muito estranho...-disse a musa.



- Você já achou alguma coisa, sabe por que ela está presa naquele quarto?



- Ela não está presa e eu nem consegui procurar nada, a rainha me tratou muito mal, o rei me levou pra uma sala fechada queria me ouvir tocar e tocar e a princesa você já sabe, o rei começou a me contar o que se passa, mas nao conseguiu concluir.



- Gostei do rei- disse Eros.

- Eu também- concordou a musa- venha vamos voltar, faça-me um favor? volta a ser um gato, estou proibida de receber suas visitas e essas suas asas ai não vão nos ajudar a ficar longe de confusão.

- Posso escondê-las.

- Cadê o gatinho , hein, disse Erato passando a mão nos cachos de Hermes.

- Se eu virar um gatinho você me carrega de novo?

- Carrego sim, venha.

E o gatinho pulou nos braços de Erato. quando voltaram ao reino de longe puderam ouvir a princesa berrar.

- Traaaaaaaaaaaaaaaaaagam aquele gaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaato pra mim e a musaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa, cadêêêêêêêeêêêeêêêêêêêêêêe a muuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuusssssssssssssssssssssssaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa?

Erato correu para o castelo com o Eros felino no colo, passou correndo por todos e parou na porta do quarto onde o rei estava sentado no chão do lado de fora, olhou no fundo dos olhos de Erato e disse:

- Ajude-nos amável musa, isso é insuportável, sou tão infeliz, e começou a chorar.

Erato passou a mão pelos cabelos do rei e Eros pulou no colo dele e ficou esfregando-se em sua barriga, o rei pegou nas mãos de Erato e disse vá ve-la. depois venha tocar lira pra mim, sua lira me acalma, trocaria todo o meu reino pelo som da sua lira.

Erato riu, catou Eros e entrou no quarto, aonde a princesa continuava aos berros. quando Erato entrou ela parou de gritar e disse: - Dê-me o gatinho e toque essa lira pra mim.



- Olha só princesa! disse Erato jogando Eros em cima da princesa, o gatinho deu uma miada bem alta e olhou repreensivo e magoado pra Erato- Eu sou uma musa, sou filha de Zeus e Mnemosine, fui trazida até este reino pelas mãos do deus Apolo, estou aqui em nome de todos os deuses de todas as gerações para encontrar o elo perdido da corrente do destino, que está perdido, precisa ser encontrado e ninguem nunca me perguntou se eu queria procurar, mas eu estou aqui, e não vou aceitar que uma princesa de camisola, que não sai de dentro do seu quarto grite comigo, entendeu?



Erato disse isso num tom mais explicativo que enérgico mas deixou a princesa perplexa.



- Não sei por que você não sai daqui, gostaria muito de saber, mas não pense que basta ficar gritando pra conseguir o que quer, aliás você quer ouvir lira, pois muito bem, eu quero saber por que você não sai daqui de dentro e quero também saber se você sabe alguma coisa do elo perdido e então?



- Você também é uma princesa?

-Princesa, princesa não, sou uma musa, não tenho eternidade, nem sou uma deusa, mas sou filha de Zeus, mesmo que eu não fosse, não se deve ficar gritando desse jeito

- Você não sabe de nada, disse a princesa chorando, o que aconteceu comigo, você também não suportaria foi algo horrivel mesmo, nunca mais quero sair de dentro desse quarto, nunca mais- disse a princesa aos prantos.



- Por que você não me conta?

- Sempre tive muito cuidado com meu vestir para evitar a lingua de minha tia que disse que eu não teria sorte para roupas,sempre prestei muita atenção em tudo, se estava tudo certo, se os sapatos combinavam, se minhas anáguas estavam aparecendo. sempre ouvi a opinião de minha mãe e assim sempre fui muito elogiada.
No dia do meu aniversário, mais de vinte costureiros vieram pra cá fazer meu lindo vestido, bordado com as mais caras pedrarias, tecido com fios de ouro, o vestido mais lindo que esse reino já viu, todos ficaram maravilhados, mesmo que  não houvessem velas acesas meu vestido poderia ser visto tal sua brancura e seu brilho, estava tudo bem até que tive uma pequena dor de barriga e me sentei, senti algo quente embaixo do vestido, mas pensei que era apenas a quentura do grosso tecido, sentei um pouco para ver se a dor passava, quando me levantei, continuei andando e de repente percebi que muitas pessoas riam e cochichavam por onde eu passava, só vim descobrir o que era quando minha mãe veio correndo, me pegou pelo braço e saiu comigo para o quarto, meu vestido todo sujo de sangue, todos viram, foi o fim, até hoje devem estar rindo de mim. até hoje eu choro por isso e não quero que ninguem fale, toda vez que ouço alguem falando penso que estão falando de mim, do meu vestido cheio de sangue.

Odeio todo mundo.Não visto mais roupa nenhuma, odeio todas as roupas, só uso essa camisola, sei que é horrorosa e não ligo, só gosto dela, ai odeio o mundo, quero dormir, depois falamos...



E dito isso a princesa virou-se de bruços e fechou os olhos, como se dormisse, Eros aconchegou-se no seu pé e Erato saiu, encontrou o rei lá fora e foi com ele para a sala de música sem dizer nenhuma palavra, na sala de música o rei pediu que Erato lhe deixasse tocar sua lira, sentaram em um longo e macio móvel, o rei tocou muito desajeitadamente, Erato colocou seus dedos sobre os do rei e lhe ensinou muitas notas, disse que sentia muito que a taberna estivesse fechada por que queria uma caneca de vinho, o rei disse que tinha vinhos, ervas e especiarias, fez virem, mostrou como tocar outros instrumentos para Erato, fumaram ervas de outros reinos, o rei deu Tâmaras maduras para a musa passaram o tempo entre sons, cheiros e sabores, o rei esqueceu sua tristeza, Erato esqueceu o mal estar, não falaram sobre a princesa, nem fizeram silêncio assim passaram o dia e a musa decidiu que só iniciaria de fato a busca pelo elo no outro dia.



Quando saiu da sala de música um pouco tonta foi para o seu quarto e em cima da cama encontrou Eros que lhe perguntou sussurrando



- Ensinando o rei a tocar lira?



- É um ótimo rei, aprende rápido, tem instrumentos ótimos você ia gostar?



- E ai? achou o elo perdido?



- Digamos que ele não está com o rei, nem está na sala de música, será que a princesa o guarda?



- Bem não vi nenhum elo perdido por lá, estavam todos bem presos e pareciam fazer parte de outras coisas, mas você que precisa acha-lo sou apenas um deus proibido de ajudar.

- Dá uma flechada nela.



- Hã?



- É, dá uma flechada na princesa!



- Se eu pudesse gritar eu chamaria Apolo! pra ouvir suas palavras. não vou dar flechada nenhuma, depois sou eu que começo as confusões.



- Eros, pare com isso, você vive querendo usar suas flechas eu estou pedindo, dá uma flechada nela, faz ela se enamorar de alguem.



-Trancada naquele quarto? como ela vai se enamorar de alguem se ela não sai de lá?



-Ai, é mesmo, precisamos de um plano.



- Sinto cheiro de confusão!- disse Eros lambendo a própria mão como se ainda fosse um gato- tudo bem, vamos ver o que podemos fazer, agora vou sair, soube que tem um lugar lá na floresta onde se bebe muito vinho e se faz muito barulho, quer vir?



- Não por hoje chega de vinhos e barulhos, vou dormir e ver se tenho alguma idéia, amanhã preciso procurar o elo pelo castelo e amanhã a rainha deve estar de volta, ai sim, teremos problemas.



Eros transmutou-se em gato e saiu pelo telhado.

















- Acorda Erato, Acorda!

- Ai, estava sonhando que eu achei o elo perdido, estava com um vestido lindo, todos os deuses reunidos, e eu colocava o elo perdido de volta na corrente e todos podiam ver seu destino de novo... muitos aplausos...- continuava sonhando a musa



-E como era o elo?- perguntou Eros

- hã?

- É no seu sonho como era o elo?

- Ai, não lembro, por Zeus, não lembro, ai,não acredito, sonhei com o elo e não lembro como ele é... ah Eros por que você me acordou... saia daqui, me deixe dormir de novo, quero sonhar com o elo... sempre sonho que estou procurando, mas nunca tinha sonhado que achei... saia vá pular nos telhados ou voar sobre a floresta, vá disparar suas flechas maravilhosas e me deixe dormir.

- É isso. Já sei como vamos resolver o problema da princesa!

- Encontrou um príncipe na floresta?

-Não, você não disse nada de príncipe, eu achei um menestrel tão divertido, engraçado mesmo, ri a noite toda, e acho que ele é a pessoa certa para o serviço, pra casar com a princesa dorminhoca.

- Olha eu tava pensando que temos outro problema, mesmo que encontremos o rapaz como faremos a princesa sair do quarto? ou vestir algum vestido?



- Erato, na verdade, na verdade, não temos nada haver com isso, você só precisa procurar o elo perdido e deixar este reino, deixa essa princesa ai gritando, não temos que resolver nada, o vinho daqui é péssimo, aqui é muito silenciosos, odeio ter que ficar susssurrando o tempo todo, esquece essa princesa, procura o elo e vamos embora.



- Eros não custa nada ajudar.

- Erato, é por causa do rei né, você quer ajudar o rei né?

- Ai ele é um rei tão bom...

- É. gostei desse rei também...ó, vamos por partes, primeiro precisamos fazer o menestrel entrar no quarto da princesa sem que ela grite, ai ele precisa olhar pra ela sem que ela grite, depois eu preciso acerta-los sem que ela me veja e sem que ela grite, além disso precisamos fazer esse menestrel entrar no quarto.



- Acho que isso é mais fácil que fazer ela sair do quarto...



Depois que Erato contou o plano pra Eros esse tornou-se novamente gato e eles sairam em direção ao quarto de Belia, no caminho encontraram uma rainha transtornada.



- Eu sabia que você traria confusões, sabia, esse gato é seu?  foi ele que entrou no quarto de Belia, por quer você entrou lá? o que você falou pra minha filha, o que você fez a tarde toda no quarto de música com o rei, o que foi mesmo que você veio fazer aqui? - a rainha disse isso aos berros.



- Rainha, desse jeito vai acordar a princesa - e assim foi, em alguns segundos começou a gritaria, só que dessa vez a princesa gritava o nome de Erato, chamando-a - antes de sair olhou pra rainha pos o dedo em cima dos lábios e fez shhhhhh.



A rainha partiu atras dela e quando juntas entraram no quarto a princesa disse, só a musa, mamãe, só quero ver ela, saia, saia só a musa e o gato.



- Minha filha o que você quer com essa estranha? e esse bicho nojento?



- Rainha, não sou estranha, sou uma musa e esse bicho é um gato o animal mais limpo de todos os animais.



- Que seja, quero você fora desse reino, procure o elo perdido e vá embora, malditos deuses e suas vontades, malditos sejam, quero você fora desse reino entendeu? - a rainha saiu muito contrariada, batendo a porta.



- Diga princesa, viu o que sua mãe disse, devo procurar elo e partir em breve, diga o que quer comigo?

- Quero o gato, e quero ouvir lira.



-Se quiser pode me acompanhar na busca pelo elo, pelo castelo, quer ir?



-Sabe que não saio do quarto.



- Sei também que nada a impede de sair.



- Me dê o gato, pode me emprestar sua lira enquanto procura o elo?



- Olhe só princesa, não posso, mas conheço alguém que poderá lhe ensinar a tocar, um menestrel novo no reino que tal?



- Eu gosto de Menestreis, traga-o.



- Certo, vou procura-lo e em breve o trarei, só uma coisinha o gato ainda não fez sabe, coisas de enterrar hoje, vou leva-lo comigo e volto em breve com ambos certo? não vai gritar não né?



- Não, vou esperar!- e dito isso a princesa gritou por sua mãe.



- Você não disse que não ia gritar?



- Não estou gritando com você, estou gritando com ela.



Erato saiu com Eros no colo, vou procurar o elo perdido no castelo e você vai atras do menestrel creio que temos pouco tempo aqui e Apolo dessa vez há de nos castigar, estamos encrencados, Eros deu uma miada de concordância e separaram-se.





Erato vasculhou todo o castelo e encontrou no alto de uma torre uma sala fechada, forçou a porta mas não conseguiu abrir, ficou muito intrigada acreditando que ali dentro havia alguma coisa que poderia ser o elo perdido, olhou pelo buraco da fechadura e a única coisa que pode ver foi um pedaço de renda branca, saiu em busca do rei, sabia que não podiam lhe vetar o acesso a nenhum dos ambientes do castelo, seguiu caminhando e encontrou com o mesmo rapaz que havia lhe recebido no primeiro dia e  interrogou:



- Que sala trancada é aquela que existe na torre leste?

- Era a sala de brinquedos da princesa, apenas ela tem a chave e lá ninguem entra há muitos anos.

- Preciso ver se o elo perdido não está lá, disse Erato.

- Como eu lhe disse, apenas a princesa tem a chave e não creio que ela lhe dará, a ultima vez que entrou lá foi no dia de seu aniversário, que foi a ultima vez que foi vista fora de seu quarto.



Erato deu mais uma vasculhada no castelo e seguiu para a aldeia para procurar por lá, procurou, falou com muitas pessoas, todas sussurante e se queixando que tinham saudade de festas, Erato percebeu que ninguem lembrava muito bem como tudo aconteceu e teve uma idéia, depois de chegar a conclusão que o elo perdido não estava ali ela começou a procurar Eros e o encontrou em sua forma humana, sem asas, no meio de uma floresta as gargalhadas com um rapaz que tinha um pequeno instrumento de cordas nas mãos.



- Eros, estou há um tempão lhe procurando.



- Onde ele estaria bela dama? se não perto da lama- disse o rapaz do instrumento



Eros caiu em nova gargalhada.



- Conheça meu amigo menestrel, engraçadissimo- disse Eros ainda entre risos.



- Minha graça é a farsa, é como o papel e a traça.



- Olá! - disse Erato séria


- Sei que você não se chama, mas como é que os outros te chamam?



Eros rolava no chão de rir.



- Me chamo Erato, você viu algum elo perdido por ai?

- Se esta perdido, não esta comigo, pois estaria achado, isso lhe digo.



- Boa, boa, disse Eros.



Erato, nenhuma risada.



- Mê dá licença de retirar daqui sua presença disse a musa.



- Veja como é sem graça, vou tocar em outra praça.



- Erato não fale assim com meu amigo, futuro príncipe.



- Eros bote suas asas pra fora ai e vamos voar até a torre leste do castelo, tem uma porta trancada lá e quero ver o que tem dentro daquela sala.



- Vamos, adoro portas trancadas.



voaram até a janela da sala e entraram, lá se depararam com um imenso atelier, cheio de lindos vestidos, e no meio da sala o vestido sujo do sangue da menarca da princesa.



- Ela sabe costurar- disse Eros, olhe, lindos, lindissimos vestidos.

- Acho que até Hera usaria um vestido desse.

- Afrodite também- disse Eros.



Precisamos de Hermes, preciso mandar dois recados - Disse Erato.



E assim que terminou de dizer isso Hermes surgiu na janela.



- Alguém quer que eu leve algum recado?



Os recados foram enviados e Eros e Erato foram tomar vinho no meio da floresta, pois a princesa não parava de gritar fazia já algum tempo querendo Erato e o Gato e nenhum dos dois queria muito a companhia da princesa.



- Olha Eros não gostei nenhum pouco daquele menestrel.

- Não gostou? você não tem senso de humor , ele é super engraçado, vai divertir muito aquela princesa, uma flechadinha só e pronto, estava tudo resolvido, mas você vem com esses planos mirabolantes.

- Meu plano é ótimo e vai dar muito certo.



Travaram intensa discussão sobre o menestrel e a princesa,  Erato contra, Eros muito defensor, estavam nesse impasse, quando Hermes e Hera apareceram.



- Hera!!!!! gritou Erato, veja tenho uma de suas estrelas.

- Aonde? mal posso ve-la. peça uma maior. o que querem comigo? espero que seja muito importante, acaso achou o elo perdido ou algum indicio deste.



Hermes entregou um pequeno frasco para Erato.



- Eros, meu querido, como esta lindo, está muito parecido com seu pai, então era pra ela a estrela piolha que você me pediu?



Erato olhou muito magoada para Eros, ela queria estrelas anãs e não piolhas.



- Vamos, Vamos preciso cuidar de outras coisas, já vai começar a primavera e Perséfone já está com as roupas que vai usar para florir os campos, e eu ainda não preparei nada para a temporada, preciso ir. rápido digam o querem.



- É isso, venha!



Foram até a torre onde Erato mostrou pra Hera os modelos costurados pela princesa, a deusa ficou muito impressionada, Erato derramou a poção que tinha mandado buscar com Marte que era usada para tirar manchas de sangue do seu uniforme e derramou no vestido de aniversário da Princesa, depois os tres carregando o vestido invadiram o quarto dela, não sem que a rainha tivesse iniciado uma confusão que foi contida após a informação de que era a própria deusa Hera que queria falar com a princesa, está quando viu o vestido sem a mancha abriu um sorriso nunca antes visto, saiu da cama, trocou o vestido e aceitou o convite de hera para ir ser sua costureira, bem longe daquele reino.



Ninguem saberá de seu aniversário, vamos te chamar de Bela de agora em diante e você vai fazer roupas para deusas.

A rainha disse ainda que a filha não sabia costurar e que tudo que ela fazia era muito ruim, Hera disse que ela por favor se calasse ou ela mesma lhe tornaria para sempre muda, o rei que chegou naquele momento perguntou pra Erato se realmente aquilo era possivel? e sussurrou no ouvido da musa que seria muito bom se aquilo acontecesse.



Erato disse algo para Hermes que saiu. foram feitos os acordos e a princesa seguiu com Hera para fora do reino, vestida com seu lindo vestido de baile. Hermes voltou com o menestrel e Eros flechou a rainha que se apaixonou pelo engraçadinho e fugiu com ele para a floresta deixando o rei solteiro, o Rei organizou todos os músicos do reino novamente e fizeram festas para sempre.



Hera resolveu pessoalmente as coisas com Apolo, que preferiu nem encontrar com Erato até que sua ira pela desobediência da musa estivesse contida, Marte foi buscar Eros para castiga-lo por ter desobedecido ordens expressas de Apolo, e Erato foi levada ao mouseion por Hermes por que Zeus queria vê-la.