sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Eros e Psiquê I

Você sabe Herato como a minha mãe é, sempre e sempre desejando ser mais cultuada e adorada como a mais bela, vive a me perguntar sobre sua beleza e assim faz com todos, acontece que no tempo em que estávamos ainda pelos castelos, Afrodite ficou sabendo que uma princesa muito bela estava sendo a responsável por um grande tumulto causado por sua beleza, seus templos se esvaziando, o burburinho aumentando, ela me chamou, pediu minha ajuda, disse que a moça chamava-se Psique, e que não podia mais tolerar aquilo, as duvidas crescentes de por que se cultuar uma deusa da beleza que é menos bela que uma mortal.



O primeiro passo de Afrodite foi fazer com que a princesa usasse um espelho que fez com que os homens não lhe desejassem como esposa, apenas como coisa para ser vista, condenando a princesa a solidão, para que entristecida definhasse e sua beleza fosse comprometida, ou mesmo sua vida, mas esse plano não funcionou por que o coração da princesa era vazio e muito lhe animava a companhia das irmãs, então minha mãe em pouco tempo arrumou pretendentes para as duas irmãs para que casassem e fossem viver em reinos bem distantes.



- Já sei agora a quem se deve sua afeição por problemas- disse a musa caminhando, Eros estou muito cansada será que não podemos voar?



-Uma de minhas asas ainda está se recuperando de um acidente- explicou Eros passando a mão nas costas.



- O que aconteceu? Perguntou Herato preocupada

- É parte da história, vamos nos sentar um pouco e continuarei lhe contando.

- Prefiro seguir- suspirou a musa- Quero muito encontrar-me com Sapholyne e ouvir novamente o doce som de sua lira sendo tocada, continuemos o caminho e a conversa...então as irmãs casaram... e ela começou a definhar...





A princesa ficou triste, mas começou a cuidar do castelo e de seu pai e aos poucos retomou o vigor e foi ficando ainda mais bela, seu pai mesmo satisfeito com o vigor e a beleza da filha, estava preocupada em casá-la, foi orientado a procurar o oráculo de Mileto , sua cidade, Não sabendo que minha mãe já tinha estado lá e orientado o oráculo a condenar a bela princesa a ser aprisionada num penhasco e casar-se com uma criatura desconhecida que iria buscá-la.



Quando cheguei no Olimpo minha mãe já estava meno0s nervosa, acreditava que com isso teria resolvido todo o problema do esvaziamento de seus templos promovido pela beleza de Psiquê que além de bela também vinha tornando-se conhecida por sua sabedoria e já se dizia que seria uma grande Rainha. Minha mãe contou-me tudo que tinha se passado e fui até o penhasco com o único objetivo de acompanhar a penitencia da moça, e também para poder ver a sua lendária beleza.



Sobrevoei o penhasco e a vi vendada e soluçante sendo abandonada por sua corte completamente desolada, chorava o pai, as irmãs e todos os que com ela viviam, quando partiram me aproximei e foi como se tivesse sido flechado por uma de minhas prórpias flechas, tornei-me imediatamente cativo de sua beleza e desobedecendo minha própria mãe a retirei do penhasco um pouco antes que fosse levada pela criatura terrível que viria cumprir seu castigo.

Ao sentir-se voando me perguntou:  -És aquele á quem foi entregue meu destino?
E quando ela disse isso soou como uma descrição tão perfeita de como eu me sentia que tive vontade de lhe responder:
- Sou aquele á quem roubaste o próprio destino, mas me calei e ainda sem saber o que faria com ela, vooei para um castelo abandonado e lá a deixei sozinha para que eu pensasse o que faria.
- Vais me deixasr aqui? - Disse ela vendada ainda sem me ver o rosto.
- Voltarei á noite para  nosso casamento, foi a unica coisa que eu disse e aquela idéia se apossou de mim de tal maneira que de lá parti direto para enfretar a fúria de minha mãe com o coração e a mente completamente tomados pela idéia de possuir aquela mulher.

- Não lhe reconheço Eros.
- Nem eu querida musa, não me reconheço desde o dia que a encontrei até agora minha vida tem sido um crescente desconhecer-me...


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