segunda-feira, 22 de agosto de 2011








Eros e Herato andaram ainda bom tempo em silêncio e era possível acompanhar as lembranças de Eros  em expressões que variavam entre risinhos de canto de boca e aparente melancolia, chegaram num templo de baco e encontraram um único guardião que reconhecendo Eros lhe ofereceu o melhor vinho, sentaram em uma macia pele de algum animal muito grande e peludo e Eros continuou:

Assim entrei no quarto tudo estava muito escuro e Psique respirava pesado encostei a ponta de minha flecha nela e ela deu um  pequeno gemido, estava vendada e me pediu:

-Tire minha venda quero vê-lo.

- Mesmo que eu tire a venda você não me verá, e nem pode, sou uma terrível criatura e você me rejeitaria
tirei-lhe a venda e ela me tocou sem me ver.
- Como pode uma terrível criatura ter a pele tão macia- disse isso enquanto passava a mão pelo meu braço
- Texturas não dizem toda a verdade, também são macios alguns perigosos animais
- Você não me parece perigoso nem terrível
pus para fora minhas asas e ela deu um pequeno grito, se encolhendo .
-Assustada?
- Um pouco... As bacantes me explicaram o que faremos, mas disseram também que tem coisas que apenas você pode fazer...
encostei meus lábios no dela e senti um gosto de vinho que tentei beber, ela fez o mesmo e ficamos um longo tempo como se tentássemos alcançar a ultima gota de alguma coisa...ela mesma pegou minhas mãos e me mostrou os picos eriçados de duas montanhas macias que também me convidavam a beber algo que não estava lá... Psiquê e o vinho formavam uma deliciosa mistura, ela se distraiu com minhas asas e assim ficamos... Não sei se devia lhe contar tantos detalhes Herato.

Herato tomou um grande gole de vinho - Você tem prazer de contar e eu de ouvir, continue... aprecio detalhes.
Eros rio e continuou...
como ela toda tinha um gosto de flores e vinho me pus a bebe-la em toda a sua extensão, das montanhas macias  e fiquei muito triste por não poder ver sua expressão de avalanche quando tremi sua pequena colina e ela toda tremeu
-Sinto que falta algo
- o que você pensa que seja
- Não sei... mas eu latejo por dentro e algo aqui dentro disse pondo a mão perto de meus lábios, pede alguma coisa.
Coloquei sua mão em cima do que ela apenas imaginava e ela teve um sobressalto que a jogou para o outro lado.
- É isso que me falta?
- Talvez...você deseja isso
- Sim, dói?
- Um pouco certamente, mas você me parece tão escorregadia, que não acho que isso lhe causará tanto desconforto...
sentei-me e a coloquei sobre minha barriga, disse que ela fosse ao seu tempo se encaixando da melhor forma,  apertei ela contra o meu peito e ela desceu lentamente e pude me sentir todo dentro dela num único gemido seco, foi uma longa e delicosa noite, quando se anunciava um clarear deixei-a dormindo.
- Bom, disse Herato, esqueceu algum detalhe?
-Dessa noite basta, mas contei apenas o inicio... várias noites se passaram e eu a visitava e ela me perguntava coisas que eu não podia responder e eu lhe fazia imensos interrogatórios sobre sua própria história para distraí-la sobre sua a minha, ela me contou sobre os constantes problemas causados por sua beleza, as ameaças de minha mãe, o medo de seu pai e um com a voz chorosa me contou que sua irmã iria casar e que desejava ir ao casamento,  depois de um tempo seu humor mudou e ela começou a ficar muito triste e me evitar, por que queria ver meu rosto, por que queria estar com a familia, por tantos motivos que comecei a ficar confuso e propenso a deixa-la ir.
Fiz de tudo para distraí-la, baco mandava vinhos e bacantes, mandei plantar flores de Perséfone e lhe entregar gaiolas de uma enorme série de passáros para ela brincar e se distrair, mas com o tempo nada mais funcionava, queria me ver, queria ir ao casamento...

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